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Por 17:28 Sem categoria

Oposição briga com a matemática para ocultar sua derrota nas eleições municipais

Leia a entrevista concedida pelo presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini, ao site Terra Magazine:

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, diz que o PT saiu “humilhado” das eleições municipais e que o PSDB tem uma “chance rara” em 2010. O que o senhor pensa?

Ele precisa rever os conceitos matemáticos dele. É natural que cada um queira fazer análise do seu ponto de vista, mas a matemática não mente. O PSDB reduziu seu espaço político municipal. O DEM, que é aliado do PSDB, teve redução ainda maior. E os partidos da base do governo todos cresceram. Essa disputa de versões naturalmente vai prosseguir nos próximos dias.

O senhor…

Para eu não dar a minha versão, é só consultar os dados. O PT sai maior nas cidades com mais de 150 mil habitantes, sai maior em número total de municípios e sai maior no número de vereadores. Se você pegar os dados do TSE e comparar com os números do PSDB e aliados… os números não mentem.

O PT conduzirá de que maneira a campanha em 2010?

Calma! 2010 ainda tem um longo trabalho pela frente. Estamos no meio de uma crise financeira mundial. Temos agora de pensar na agenda política do país. 2010 vamos pensar mais para frente, com tranqüilidade.

Os resultados das eleições municipais prejudicam o PT em 2010?

Não, na minha opinião, não. O PT saiu maior, o PMDB saiu maior, o PSB saiu maior, o PC do B saiu maior e vários outros partidos da base cresceram. Não vejo por qual razão acreditar que prejudicam. Óbvio que a leitura da oposição será essa. Eles precisam de uma leitura que oculte a redução que eles tiveram de número de prefeitos e vereadores.

A que se deve a derrota de Marta Suplicy em São Paulo?

Primeiro, São Paulo sempre foi uma eleição difícil para todos os partidos, inclusive para o PT. Nós ganhamos a primeira eleição quando não havia segundo turno, com Luisa Erundina eleita prefeita em 1988. E com Marta na eleição de 2000 nós ganhamos, fomos para o segundo turno contra o Paulo Maluf e conseguimos uma votação adicional de pessoas que não queriam o Maluf prefeito. Agora foi uma eleição disputada, o Kassab já como prefeito conseguiu uma comunicação eficiente no primeiro turno.

Houve erro na campanha?

Não é uma questão de dizer se teve erro. A campanha enfrentou as dificuldades que toda campanha eleitoral enfrenta. Marta disputou contra um prefeito que está governando. E a disputa no primeiro turno entre Kassab e (Geraldo) Alckmin (PSDB-SP) acabou dando espaço político na mídia e na própria propaganda eleitoral para o Kassab fazer um processo de crescimento.

Quando a campanha petista perguntou sobre a vida pessoal de Kassab influenciou na derrota de Marta?

Não, acho que não. A campanha é constituída por um conjunto de fatores. Não acho que este tenha sido fator preponderante. Em São Paulo, de um lado, disputa o PSDB com a figura do Kassab já como prefeito, e de outro o PT com seus aliados de esquerda, PC do B, PSB e PDT. Foi uma disputa acirrada que nós não conseguimos encontrar caminho para ampliar a votação.

E as derrotas de Maria do Rosário em Porto Alegre e Walter Pinheiro em Salvador?

São todas eleições muito disputadas. Eu não tenho elementos suficientes para avaliar as razões de cada resultado hoje. Cada diretório municipal vai fazer esse balanço e encaminhar para o diretório nacional.

O PT encontra maior resistência do eleitorado em cidades grandes?

O PT, dos partidos grandes, foi o que mais fez capitais. Agora é óbvio que nas grandes capitais encontramos dificuldade para expressar a força do partido no patamar que gostaríamos. Em Porto Alegre perdemos a prefeitura em 2004, tentamos recuperar agora, tivemos uma boa votação, fomos para o segundo turno, mas não conseguimos alcançar a vitória. Em Salvador, onde venceu João Henrique, nós saímos do quarto lugar para chegar no segundo turno. É a primeira vez que o PT vai para segundo turno em Salvador. E Walter Pinheiro merece nossos cumprimentos.

Em São Paulo, a Lei Cidade Limpa, inspeção veicular e outras medidas da gestão de Kassab ajudaram na aprovação dele como prefeito?

Difícil avaliar agora o que foi preponderante. Tanto ele quanto Marta tinham marcas fortes. Marta: os CEUs, o bilhete único, os corredores de ônibus. E o Kassab: a Lei Cidade Limpa e as ações que ele tomou no trânsito. São fatores que concorreram. Obviamente o PT está fora da prefeitura e o Kassab tentou se apropriar da gestão dos programas, CEUs e bilhete único, criados no nosso governo, e agora temos que fazer avaliação de qual estratégia para que o PT possa aumentar a capacidade de eleger na cidade.

Com um apadrinhamento menos enfático do governador José Serra, Kassab teria tido menos chances de ter sido eleito?

O fato de que Kassab e Serra governaram num período em que o orçamento da prefeitura é muito maior que no passado, em função da situação econômica do país e dos recordes de arrecadação conquistados pelo governo Lula. É óbvio que a força da máquina estadual tem peso. Não podemos ignorar, até porque do ponto de vista, digamos, de realização de obras de infra-estrutura, o próprio governo Lula tem aportado muitos recursos nas grandes cidades através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). E a gestão do Kassab se beneficiou disso.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.pt.org.br.

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