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Por 18:46 Sem categoria

Campanha Salarial dos Bancários 2008 vai ficar na história!

Em meio à crise do sistema capitalista, quebradeira de bancos seculares, wall street virando pó, estatização de bancos, bancarrota à vista. No Brasil, os trabalhadores bancários fizeram uma campanha salarial histórica passando por cima da crise e o argumento era um só: quem pariu a crise que resolva, nós trabalhadores não vamos pagar de novo a conta.

A campanha salarial 2008 não foi mais uma. No inicio, até parecia. O velho e malhado discurso de que não era o que desejávamos, mas foi o possível, terminantemente não foi usado; ao contrário, as intervenções nas assembléias para aprovação do acordo foram pra cima, de balanço positivo, de que quem luta, conquista. Foi uma campanha protagonizada pela unidade da categoria, pelos funcionários novatos dos bancos federais que debutaram numa grande e vitoriosa greve. Uma campanha que a categoria toda participou. A vontade de lutar, de reivindicar na hora certa, tomou conta da base e não havia dificuldade quando o sindicato chegava para paralisar uma agência, um local de trabalho. Nos bancos privados, em que pese o maldito interdito proibitório, a greve foi forte e crescente, contradizendo os prognósticos iniciais para este ano. Ao longo dos dias da greve, o sentimento de classe, de categoria, foi tomando conta e a unidade foi fundamental. A companheirada dos bancos federais na construção da greve fazendo piquete nos bancos privados, somando esforços com as direções sindicais, resultado: os bancários do Brasil inteiro fizeram uma vitoriosa greve, derrotaram a lógica do submetimento à crise, e arrancaram um bom acordo salarial.

A campanha salarial 2008 consolida a Mesa Única de Negociação, a assinatura do acordo e da convenção coletiva de trabalho, fortalecendo a luta pelo Contrato Nacional de Trabalho de todos os trabalhadores do Ramo Financeiro. Um contrato que tenha validade de, no mínimo, 2 anos. Neste avanço tático, acumulamos na estratégia. Por exemplo: este ano os banqueiros insinuaram em querer diminuir nossas conquistas, a imprensa divulgou o fechamento do acordo elogiando-o, mas dizendo que a categoria tem muitos direitos sociais. Neste sentido companheiros e companheiras, a manutenção e os avanços dessas conquistas são proporcionais ao tamanho da nossa unidade. O discurso fácil do corporativismo, de esvaziar a mesa única e priorizar campanhas específicas, como do BB e CEF, virou pó, diante da mobilização coletiva.

A campanha salarial 2008 foi fundamental para o fortalecimento do Comando Nacional, cuja firmeza na condução do processo de negociação com a Fenaban foi fundamental para calar a boca de uma meia dúzia de “dirigentes” que só vêem o próprio umbigo. Um corporativismo que pode logo descambar para propostas tipo a de criação de sindicato do BB e da CEF. O comando teve a paciência necessária, não capitulou perante a crise e, tendo observado o tamanho e a potência da greve, soube negociar, construindo uma proposta decente no momento certo de sua conclusão. Mesmo com índice diferenciado, o menor é de 8,15%, o movimento teve ganho real de 1% superior aos 0,5% do ano passado; para os bancos federais, com maior força na greve, o índice foi linear e maior: 10%. Já a regra para a PLR básica foi superior a do ano passado. Esse método de construção e organização da campanha salarial tem tido êxito, é o quinto ano consecutivo que a categoria faz greve e arranca reajuste salarial acima da inflação, em que pese os banqueiros auferirem lucros muito maiores na contradição Capital x Trabalho. O método vem se ajustando a cada ano, os erros e acertos levam ao amadurecimento do comando e da categoria. Em minha opinião, o comando não devia se dissolver logo após o fechamento do acordo. É um grupo de dirigentes que tem capacidade de construir uma agenda estratégica permanente, e a categoria tem potencial e demanda para lutar não apenas uma vez por ano.

Por último, quero registrar com muita satisfação o fim da política de abono. Se falou muito pouco nisso, a palavra de ordem era outra: Valorização do piso, ganho real, melhor PLR. Outro registro foi a Rede Globo se negar, aliás, “solicitar” mudanças em um filme produzido pela equipe de comunicação do Sindicatos dos Bancários de Pernambuco. A petulância e prepotência desta empresa é tanta que, mesmo tendo descontado o cheque do pagamento do filme que informava da Greve dos Bancários, queria que a entidade mudasse parte do filme. Bem, com filme ou sem filme, a greve dos bancários foi real e escreveu mais uma página na história da categoria.

Por Expedito Solaney – Dirigente da CUT Nacional e do Sindicatos dos Bancários de Pernambuco.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.cut.org.br.

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