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Por 10:32 Sem categoria

Encontro sobre igualdade de oportunidades discute racismo

Federação dos bancos apresenta pouco sobre censo realizado na categoria para definir o Mapa da DiversidadeSão Paulo – O I Encontro Nacional sobre Igualdade de Oportunidades da Contraf/CUT debateu na quinta-feira, dia 11, questões sobre diversidade de gênero e raça no mundo do trabalho. O evento reuniu dirigentes bancários de todo o país na Contraf, em São Paulo.

O encontro começou com a apresentação de alguns dados do censo do projeto Valorização da Diversidade, realizado pela federação dos bancos (Febraban) por um de seus representantes. O debate foi feito por José Carlos do Carmo, auditor fiscal da DRT-SP; Maria Aparecida Silva Bento, pesquisadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT); e Lula Ramires, da entidade Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade, Amor (Corsa).

A questão racial foi um dos pontos altos do debate, assunto representado pela pesquisadora do Ceert, Cida Bento. A convidada começou sua apresentação citando a vitória de Barack Obama na eleição presidencial dos Estados Unidos. “Ver o grande percentual de jovens brancos que escolheram um negro para representá-los já demonstra que alguma coisa está mudando, e para melhor”, disse Cida. “Normalmente os negros se vêem pela mídia na maioria das vezes em noticiários de violência. Agora podemos ver um negro no comando da presidência dos EUA”.

A pesquisadora participou junto à federação dos bancos e Contraf do processo da elaboração do Mapa da Diversidade, antiga reivindicação da categoria bancária que finalmente começou a virar realidade neste ano. “Aceitar o convite dos banqueiros foi um dos principais desafios da minha carreira. Agora, meu sonho é ver os bancários utilizando esses dados como uma ferramenta de luta por melhorias”, ressaltou.

A pesquisadora afirmou ainda que a cobrança dos bancários pela elaboração deste mapa, que deve traçar o perfil da categoria, é uma luta que acionou uma resposta social dos empregadores e que deve seguir em direção à diversidade. “Segundo o IBGE, 51% da população brasileira é negra. Se o regime político do Brasil é democrático, como permitir que metade da população permaneça excluída?” provocou Cida. “Os negros são visto neste país como descendentes de escravos. Os brancos não são vistos como descendentes de escravocratas”, conclui.

Mapa da Diversidade – A pesquisa realizada com mais de 200 mil bancários de todo o Brasil de bancos participantes do projeto, ainda não está concluída. Sabe-se que dos respondentes, 66,1% são bancários de instituições privadas, enquanto 33,9& são de bancos públicos.

A pesquisadora do Ceert afirmou durante o evento que a pesquisa encomendada pela federação dos bancos foi entregue no final de outubro, no entanto, novos dados em relação a cargos e salários, de acordo com sexo e outros fatores, foram encomendados e devem ser entregues ainda neste mês. “Pode ser demorado, pois é uma pesquisa complexa. Contudo, é de muita sabedoria dos bancários trazerem os banqueiros para este debate, que deve ser promovido entre as duas partes”, disse Cida, que parabenizou e agradeceu a parceria que teve de dirigentes bancárias durante os trabalhos.
Gisele Coutinho

Fonte: Seeb SP

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