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Por 21:05 Sem categoria

As barbeiragens do Banco Central; precisamos de mais crédito e redução de juros para espantar a crise

As barbeiragens do BC

A redução da taxa Selic em um ponto foi pouco e chegou atrasada. Em dezembro havia sinais claros de que a economia estava em queda livre. E mesmo assim o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a taxa de juros inalterada.

A incapacidade do Banco Central de perceber o que estava acontecendo em tempo real na economia foi completa.

Em relação à atividade industrial, o Relatório de Inflação de dezembro enxergou um “relativo arrefecimento”, mas destacou que “se manteve em crescimento no trimestre encerrado em outubro”. A autoridade monetária apontou, ainda, que a atividade deverá seguir em desaceleração nos próximos meses.

Os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) referentes a novembro do ano passado mostraram um tombo de 9,9% frente a outubro e de 7% na comparação com igual mês de 2007.

Em relação ao emprego, o Banco Central foi “traído” pela defasagem dos números. O Relatório de Inflação apontou que “As condições do mercado de trabalho não evidenciaram de forma expressiva, até outubro, os impactos da intensificação da crise nos mercados financeiros internacionais, persistindo as trajetórias de redução na taxa de desemprego, substituição de empregos informais por postos com carteira assinada e continuidade da incorporação de ganhos reais aos rendimentos.”

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de dezembro apontaram para o fechamento de 654,9 mil vagas formais no Brasil no mês de dezembro, o dobro da média para o mês.

Esses dados já seriam suficientes para justificar o início da queda da Selic. Havia outros, bastante concretos.

O pior impacto da Selic é sobre as contas públicas e sobre o câmbio. Quando as taxas internas estão muito mais elevadas que as externas, há um aumento do ingresso de dólares apreciando o real e tornando as exportações mais caras e as importações mais baratas.

Mas sobre o nível de atividade o efeito é indireto.

Teoricamente, a alta dos juros aumenta o custo do dinheiro na ponta, reduzindo as vendas a prazo, a formação de estoques e o nível de atividade. O custo do dinheiro é formado pela taxa básica mais um spread – em geral tão elevado que acaba fazendo com que a taxa final seja pouco sensível aos movimentos da Selic.

A exceção eram as grandes empresas. Nos meses imediatamente anteriores à crise, o spread era quase negativo. Depois, da crise, aumentou substancialmente. Logo, já havia um efeito adicional de aumento de juros na ponta do spread, permitindo reduzir na ponta Selic.

Desde outubro, sinais claros de que a atividade estava desabando. Em dezembro, o BC continua insistindo em atividade econômica robusta, no momento em que ocorria a maior leva de demissões dos últimos anos.

Os estoques aumentaram substancialmente e caiu o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI), dois indicadores que serviam de álibi para a manutenção de Selic elevada.

É possível que a economia possa começar a se recuperar a partir do segundo trimestre. Mas houve mais uma dose adicional de sacrifício inútil por conta das barbeiragens do BC.

Por LUIS NASSIF. Texto extraído do blog do jornalista.

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Conselho pede mais crédito e reunião mensal do Copom

“Redução da taxa básica de juros”, defende a resolução do CDES (Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), reunido em Brasília na última quinta-feira (22), decidiu por unanimidade propor ao governo a antecipação da reunião do Copom (Conselho de Política Monetária do Banco Central). Com o objetivo de acelerar a queda da Selic (taxa básica de juros), os membros do CDES concluíram que as reuniões do Copom têm que passar a ser mensais e não mais a cada 45 dias como é atualmente.

“O importante é não esperar 45 dias. É preciso diminuir mais, é necessário que haja uma redução gradativa. Esta redução significa menos custo para o governo no pagamento de dívidas”, salientou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady. Ele confirmou que a decisão de antecipação da reunião do Copom foi aprovada por consenso de todos os integrantes do conselho.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, presente à reunião, também cobrou mais celeridade na baixa dos juros para o melhor enfrentamento da crise. “É preciso ter crédito mais rápido, para a produção e para o consumo. Não adianta agora os bancos, que tiveram lucros enormes nos anos recentes, encherem a televisão com propagandas de responsabilidade Social e se recusarem a emprestar dinheiro para as micro e pequenas empresas”, disse o representante da CUT.

No documento que sintetizou as discussões do conselho, e que será entregue ao presidente Lula, foi reforçada a idéia, já defendida pelo Ministro do Trabalho e apoiada pelo presidente da República, de que os créditos abertos por instituições públicas e os demais incentivos sejam subordinados à manutenção dos empregos por parte das empresas beneficiadas. “Que a proteção do emprego seja um dos critérios necessários às medidas de incentivo às empresas e de acesso ao crédito público”, diz a nota.

Outro ponto que foi destacado pelos integrantes do CDES é a necessidade de que a queda da taxa de juros seja significativa. O Brasil mantém as maiores taxas de juros do mundo e a redução da taxa Selic de 13,75% para 12,75% na última reunião do Copom foi considerada insuficiente pelos membros do CDES. “Que seja implementada firme e ágil trajetória de redução da taxa básica de juros, diminuindo o custo do crédito, estimulando o consumo, e contribuindo para criar uma expectativa de investimento, defesa do emprego e da produção nacional”, prossegue a resolução. O CDES ressaltou ainda a necessidade de redução dos spreads bancários dos bancos públicos e privados, e o papel de liderança dos bancos públicos nesse sentido.

Os líderes dos empresários e dos trabalhadores externaram apoio às medidas do governo que buscam manter os investimentos públicos e os programas sociais. Ressaltaram a importância do compromisso com o Programa de Aceleração de Crescimento e com a Política de Desenvolvimento Produtivo. Os conselheiros manifestaram sua preocupação para que “se busque o fortalecimento do mercado interno, como fator crucial para o crescimento, com medidas para geração de emprego e renda e consolidação das políticas de valorização do salário mínimo, de transferência de renda e de apoio à pequena e micro empresa”.

Reconhecendo que o governo já adotou diversas medidas importantes e vem conduzindo de forma satisfatória as ações para a reversão dos efeitos da crise internacional, o CDES avaliou que “o comportamento ainda instável do câmbio, a escassez e o custo elevado do crédito interno e externo e o aumento do nível de desemprego continuam exigindo mobilização do governo e da sociedade”. Entretanto, na contramão das iniciativas que visam o fortalecimento do Estado para que o governo possa garantir a ampliação dos investimentos públicos e dos programas sociais foi aprovada uma sugestão de redução de impostos. Este assunto, que destoou do restante da nota, é tratado em mais profundidade em outra matéria nesta página (ver na coluna).

O presidente da CUT destacou a importância do anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de disponibilizar R$ 100 bilhões para financiamentos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas ponderou que “não adianta apenas emprestar para o ‘clubinho’ de sempre, como a Vale, por exemplo”. “Neste momento, mais do que nunca, os diretores do BNDES têm de prestar atenção ao S de Social”, frisou o sindicalista.

Por SÉRGIO CRUZ.

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PT: juro tem que cair fortemente

O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), afirmou que o governo “tem tomado medidas importantes” para conter os efeitos da crise norte-americana na economia brasileira, mas avaliou que a taxa básica de juros (Selic) deve ser reduzida de forma vigorosa. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic de 13,75% para 12,75%.

“Acreditamos que é preciso reduzir mais fortemente a taxa de juros e também combater o alto spread bancário, que lamentavelmente ainda não está reduzindo em nosso país”, assinalou, informando que essa posição foi aprovada na reunião da executiva do partido.

O dirigente petista também criticou a possibilidade de redução dos salários proposta pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). “A nossa opinião é que os sindicatos são autônomos para negociar, mas não acreditamos que a flexibilização de qualquer direito seja elemento que garanta emprego nesse momento”, completou.

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Altos lucros da Vale garantem a farta partilha de dividendos

A diretoria executiva da Vale apresentou, na quinta-feira (22), a proposta de pagamento de dividendos aos acionistas no valor de US$ 2,5 bilhões para este ano. O valor equivale a R$ 5,827 bilhões, ou R$ 1,12 por ação, a ser pago em duas parcelas em 30 de abril e 30 de outubro.

Em meio à ameaças de demissão e corte dos salários e direitos trabalhistas, desembolso é igual ao divulgado no ano passado e 24,5% superior à média total paga de 2006 a 2008.

A Vale é um dos maiores escândalos do governo Fernando Henrique: até então uma empresa estatal, detentora de reservas de valor incalculável, ela foi privatizada por meros R$ 3,3 bilhões, e mesmo assim com financiamento do BNDES aos “compradores”.

Os pagamentos ainda terão que ser de ser aprovados pelo Conselho da empresa 15 dias antes de cada realização.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.horadopovo.com.br.

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