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Que desenvolvimento é econômico e social ?

O que significa hoje desenvolvimento econômico e social? Pode haver desenvolvimento econômico sem desenvolvimento social? A quem favorece, nesse caso? Desenvolvimento sustentável é somente desenvolvimento econômico compatível com o meio ambiente ou é também desenvolvimento socialmente sustentável? Um seminário sobre um projeto de desenvolvimento econômico e social discute o cerne das questões que decidirão a fisionomia do Brasil na primeira metade do século XXI. O artigo é de Emir Sader.

O Brasil é o país mais desigual do continente mais desigual do mundo. Uma desigualdade que cruzou democracias e ditaduras, expansões e recessões econômicas, mas que encontrou seu ápice quando o desenvolvimento econômico foi substituído, como norte do país, pela estabilização financeira. Nunca tantos foram destituídos de tantos direitos –a começar pelo mais universal e básico dos direitos: o do emprego formal.

No entanto, não bastava manter o desenvolvimento como referência, para que fosse acompanhado de progresso social. Tivemos décadas em que houve acoplamento entre desenvolvimento econômico e extensão dos direitos sociais – como reação à crise de 1930 -, quando nos transformamos de país agrícola em país industrial, de país agrário em país urbano, de economia primário exportadora a país industrializado, com um grande mercado interno de consumo de massas.

A ditadura militar cortou esse ciclo virtuoso, desacoplou desenvolvimento econômico de progresso social. Promoveu um modelo centrado no grande capital internacionalizado e nos investimentos externos, impôs o arrocho salarial e, com ele, bloqueou o poder aquisitivo dos setores populares, destruindo ao mesmo tempo sua capacidade de resistência, pela repressão.

A democracia política não trouxe a democracia social, porque não produziu as reformas que fariam com que o país pudesse superar, em toda sua extensão, a pesada carga herdada da ditadura. Ao contrário. Em pouco tempo se impôs um modelo que favoreceu a maior transferência de renda para os setores já privilegiados da nossa sociedade, substituindo o desenvolvimento pela estabilidade, como se já tivéssemos atingido um patamar aceitável de desenvolvimento. “Virar a página do getulhismo” teve o cruel sentido de expropriar dos trabalhadores o emprego formal e a carteira de trabalho – seus passaportes para a cidadania social.

O que significa hoje desenvolvimento econômico e social? Pode haver desenvolvimento econômico sem desenvolvimento social? A quem favorece, nesse caso?

Desenvolvimento sustentável é somente desenvolvimento econômico compatível com o meio ambiente ou é também desenvolvimento socialmente sustentável?

Como disse Lula no discurso da vitória do segundo turno, “nunca os ricos ganharam tanto e nunca os pobres melhoraram tanto de vida”. Quando chega a crise e parece não mais ser possível compatibilizar a taxas de juros real mais alta do mundo e a distribuição de renda, como definir os rumos futuros do desenvolvimento econômico e social? É compatível a hegemonia do capital financeiro com a construção de um modelo com eixo nas políticas sociais? Como superar a ditadura da economia e dos mercados, para avançar definitivamente na direção de um Brasil para todos?

Que reforma do Estado é necessária para construir uma democracia com alma social e para deixarmos de ser o país mais injusto do mundo?

Um seminário sobre um projeto de desenvolvimento econômico e social discute o cerne das questões que decidirão a fisionomia do Brasil na primeira metade do século XXI.

Por Emir Sader.

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Economistas de todo o mundo debatem crise e alternativas, em Havana

Começa hoje, em Havana, o XI Encontro Internacional de Economistas sobre Globalização e Problemas do Desenvolvimento, com a presença de mais de 300 economistas de 44 países. O encontro se realiza no momento mais agudo até aqui da crise econômica iniciada nos EUA e que se estende ao conjunto do sistema.

O tema central será o diagnóstico da crise, assim como as propostas de sua superação, especialmente centradas no Sul do mundo e, em particular, na América Latina, que contribui com o maior contingente de participantes. Do total de 255 trabalhos apresentados, Cuba é o responsável por 43, o México, por 30 e o Brasil, em terceiro lugar, por 26.

Participarão do Encontro também dois presidentes latino-americanos, o de Honduras, José Manuuel Zelata Rosales, que falará amanhã sobre o tema Ajustes obrigatórios da globalização, e o de República Dominicana, Leonel Fernandez, sobre A crise e seus efeitos no Caribe. Na abertura, além do Presidente do Comitê organizador, o cubano Roberto Verrier Castro, falará o Prêmio Nobel de Economia de 2007, Edmund Phelps, sobre Altruismo e responsabilidade social – o bom e o ruim.

Depois se seguirão mesas sobre temas como América Latina diante da crise: Lições e possíveis saídas, Da crise financeira à crise econômica global: impactos e lições, Crise financeira, crise sistêmica (exposição a cargo de Samir Amin), Crise de capitalismo e capitalismo de crise, entre outros.

O Encontro tem lugar no Palácio das Convenções de Havana, de 2 a 6 de março, como tem sido anualmente. Estaremos relatando um resumo das principais exposições e debates através da Carta Maior.

Por Emir Sader.

ARTIGOS COLHIDOS NO SÍTIO www.cartamaior.com.br.

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Diante da crise, qual o caminho para o desenvolvimento?

Seminário Internacional sobre Desenvolvimento reunirá em Brasília, dias 5 e 6 de março, intelectuais de renome nacional e internacional, como Maria da Conceição Tavares, Luiz Gonzaga Belluzzo, James Galbraith e Ignacy Sachs. Em pauta, os desafios do Estado diante da crise, a regulação do sistema financeiro e o novo papel das instituições financeiras. Propostas debatidas no encontro promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social servirão de base para políticas públicas e programas do governo federal. A TV Carta Maior transmitirá o evento.

BRASÍLIA – O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), órgão consultivo da Presidência da República, promove um grande debate sobre o desenvolvimento do País em meio à crise econômica internacional na primeira reunião plenária de 2009, nos dias 5 e 6 de março, em Brasília. O Seminário Internacional sobre Desenvolvimento trará à capital federal intelectuais de renome internacional, como James Galbraith e Ignacy Sachs. Em pauta, os desafios do Estado diante da crise, a regulação do sistema financeiro e o novo papel das instituições financeiras.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, abre a reunião no dia 5 de março, às 9h. Em seguida, um painel sobre o novo padrão de desenvolvimento será coordenado pelo Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, que também é secretário-executivo do CDES. Está prevista a participação das seguintes autoridades: Ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff; Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo; Ministro da Fazenda, Guido Mantega; e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

No dia 5, à tarde, o seminário prossegue com palestra da economista Maria da Conceição Tavares. Para encerrar o primeiro dia, haverá uma mesa-redonda sobre ao papel do Estado, com participação do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho; do economista Ignacy Sachs (diretor do Centro de Estudos sobre o Brasil Contemporâneo na França); do economista da Universidade do Texas, James Galbraith (professor da Lyndon B. Johnson School of Public Affairs da Universidade do Texas); do consultor Jan Kregel e do presidente do IPEA, Márcio Pochmann.

No segundo dia do Seminário (6 de março), haverá um painel para debater a “Globalização Financeira e Perspectivas de Novo Sistema de Financiamento e Regulação do Sistema Financeiro Internacional”, com palestras do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli; do professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo; do diretor do Centro de Políticas e Relações Internacionais da Universidade de John Hopkins; e do economista chefe do Bradesco, Octávio de Barros.

Encerrando o evento, haverá uma Mesa sobre o “Novo Papel das Instituições Financeiras Multilaterais”, com palestras do vice-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Otaviano Canuto; do diretor-executivo no Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista Jr; do diretor-executivo do Banco Mundial (Bird), Rogério Studart; e do professor da Unicamp, José Carlos Braga.

O CDES entra em 2009 no sétimo ano de funcionamento. Presidido pelo presidente Lula, o Conselho tem como membros permanentes 13 ministros de Estado e 90 líderes da sociedade civil, entre dirigentes empresariais, sindicais e de organizações civis. Eles debatem as principais questões nacionais e elaboram propostas que servem de base para as políticas públicas e para programas do governo federal.

As inscrições para participar do evento são gratuitas e podem ser feitas pelo portal do CDES.

A programação completa do encontro pode ser acessada neste endereço.

Por Redação – Carta Maior.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cartamaior.com.br.

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