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67 anos de lutas em defesa da categoria bancária e da sociedade paranaense

Os Anos 40

Sim, o Sindicato dos Bancários está completando 67 anos de lutas e conquistas tanto para a categoria bancária, como para toda a sociedade paranaense. A ata da assembleia de fundação data 27 de março de 1942, já o reconhecimento jurídico se dá no dia 30 de março do mesmo ano, quando foi emitida a carta sindical em nome do Sindicato dos Bancários do Estado do Paraná, que estava sob a direção do movimento sindical bancário da capital.

Isso mesmo, no início o sindicato tinha uma configuração estadual que abrangia todos os sindicatos que estavam organizados no Estado do Paraná. Nessa organização estavam os bancários de Londrina, Cascavel, Maringá, Foz do Iguaçu, dentre outros importantes sindicatos.
Nesse período, ainda sob a égide do estado novo varguista e a reconfiguração dos rumos do governo brasileiro com relação ao eixo Nazi-fascista, começa a se configurar um período de abrandamento da ditadura varguista imposta pela constituição de 1937, a vulgarmente chamada de “A polaca”, pelo fato de ser baseada na constituição polonesa, e que incluía um regime ditatorial de caráter nacional, centralizando os poderes nas mãos do Presidente Getúlio Vargas.
Dessa forma, o sindicalismo que se inaugura é voltado para o Estado, manipulado e orientado por ele, o dito “sindicalismo oficial”. Nesse período temos uma safra muito grande de dirigentes sindicais bancários ligados ao Partido Comunista do Brasil, o PCB. Desta forma, mesmo os sindicatos oficiais tinham em suas direções pessoas com um perfil mais revolucionário e combativo. Não só comunistas, mas democratas e entusiastas da nova fase que o Brasil estava entrando, de apoio aos aliados, que estavam combatendo o eixo nazi-fascista.
Isso aproximou do movimento social organizado muitos intelectuais que estavam no ostracismo em decorrência da ditadura do Estado Novo, que havia começado em 1937. A conseqüência foi um refluxo para o movimento sindical com um todo. Um afastamento de diversas lideranças que não eram ligadas ao movimento comunista, que representava a esquerda organizada. No mais, a militância era muito gelatinosa, principalmente em períodos de exceção, ao exemplo da ditadura varguista.
Como era de se esperar, esse período de bonança para o movimento sindical não iria durar muito, pois os reflexos da vitória dos aliados que findou a II Grande Guerra Mundial, trouxe outra realidade para os movimentos sociais e sindicais de forte influência socialista. Porém, o que nos interessa é que a trajetória organizacional dos bancários tem origem no inicio dos anos 40, nesse período que antecede a mudança política do governo de Vargas, criando uma vertente de nacional desenvolvimentismo, que tem como marco a criação do Parque industrial Brasileiro e empresas como a CSN (1941), Vale do Rio do Doce, Petrobrás (1953), Fabrica Nacional de Motores (1942), etc.
A Constituinte de 1946, trás os ventos da liberdade para os brasileiros após 15 anos de governo de Vargas, que, ao assumir o poder com o golpe de estado de 1930, quebrou o ciclo de mais de 30 anos que se instaurou no Brasil com a República do Café com Leite, denominada assim devido a alternância de Governos oriundos de Minas Gerais e São Paulo.
Toda a luta desse período foi importante, pois caracteriza o fortalecimento de uma categoria que só iria crescer. Porém, a principal atividade de destaque após o fim do Estado Novo, foi a Greve Nacional dos Bancários que aconteceu em 1946 e durou 19 dias. A greve tinha como pano de fundo a constituição de um salário especial para a categoria bancária. Com as negativas do governo, os bancários realizaram essa greve nacional que parou mais de 40 mil trabalhadores bancários. Porém, não foi dessa vez que o salário iria ser transformado em piso nacional. Entretanto, os bancários organizados não tiveram nenhum dos 19 dias que ficaram parados descontados. Uma vitória da organização da categoria, que havia feito uma grande greve nacional somente doze anos antes.

Os Anos 50

Os anos 50 ganham destaque por que inicia um período no Brasil que se chamaria de nacional desenvolvimentismo. A atuação política dos bancários organizados começa a ganhar contornos importantes no Paraná com uma safra de bons dirigentes dos bancos públicos especialmente oriundos do Banco do Brasil e do Banestado. Os ventos da Guerra Fria se consolidam com a divisão do mundo em blocos capitalistas e comunistas, sendo o Brasil área de influência do bloco capitalista, o que dificulta a vida do movimento sindical com um todo, incluindo o movimento dos bancários.
Dos anos 50 destacamos a participação dos sindicalistas bancários no Instituto de Aposentadoria dos Bancários, fechado com a Ditadura Militar. Ganha força o movimento trabalhista capitaneado pelo PTB, que apóia incondicionalmente o Presidente Getúlio Vargas, que havia voltado ao poder em 1950 e se suicidaria em 1954 com o seguinte recado para os as elites políticas brasileiras que o abandonaram: “Saio da Vida para entrar para a história!”. No final dos anos 50, mais precisamente em 1959, foi fundada a Federação dos Empregados em Estabelecimento bancários do Paraná. Assim, os sindicatos passaram a ter uma configuração de regiões e o Sindicato dos Bancários na capital passou a ser de Curitiba e região. Desta forma, apesar de organizando em Curitiba desde 1942, o movimento sindical bancário recebeu em 1959 uma característica mais regional, se transformando definitivamente em Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana.
Outros tempos estavam por vir, com a virada da década de 1950. A situação política do país se complicava, com o avanço das teses desenvolvimentista capitaneadas pelo PTB. Os bancários desde essa época já tinham um processo de organização, que primava por reproduzir ganhos e conquistas para todo o Brasil. A categoria realizava Encontros Nacionais para discutir a construção de campanhas – temos registro histórico da participação dos bancários em Encontro Nacional da categoria no ano de 1954. A delegação do Paraná foi capitaneada pelo então presidente Nilo Izidoro Biazetto, oriundo do Banestado. – e que seriam os que mais perseguidos devido ao processo de exceção que ocorreria a partir de 1964.

Os anos 60

Sob as dificuldades de manutenção da linha trabalhista, a situação política do país começou se complicar. Em 1961, o sindicato realizou eleições e a chapa encabeçada por Luiz Carlos Mazzaropi, do Banestado, como presidente e Mario Eduardo Vernan Lacombe, do Banco Inco, como Secretario Geral. A situação política do país se tornou ainda mais complexa. A eleição de Jânio Quadros, que ficou apenas um ano e meio na Presidência, tem forte influência trabalhista e fez alianças táticas que não agradaram a burguesia nacional e a as lideranças da UDN, que estavam desalojadas do poder político de ascensão de Vargas ao poder na década de 30.
Dentre outras coisas que desagradavam setores do militares ligados ao bloco capitalista liderado pelo EUA estava à visita de João Goulart para a China. No Brasil a pressão política fez com que Jânio renunciasse, assumindo a presidência João Goulart, que tentou impor um programa de reformas conhecidas como reformas de bases, que traziam modificações estruturais, na Educação, na Reforma Agrária e no Sistema Financeiro Nacional, entre outras. Com a Chegada de Vargas ao poder, a UDN e os setores mais conservadores da política nacional, tentaram dar um golpe branco na democracia, implementando a toque de Caixa um regime parlamentarista no Brasil, retirando o poder do presidente e transferindo para o Congresso Nacional e também para o primeiro ministro, com o compromisso de fazer um plebiscito para validar a mudança. O presidencialismo ganhou por óbvios interesses de políticos tradicionais que estavam de olho na presidência do Brasil. Dentre eles, Magalhães Pinto, Adhemar de Barros e Carlos Lacerda. Toda essa efervescência levou a decretação do golpe militar de 1964.
Bancários de todo o país iriam sofrer na pele. Os sindicatos do país inteiro sofreriam processo de intervenção, que afastou muito companheiros da luta cotidiana, sem contar que muitas das lideranças bancárias seriam alvo de perseguição política, torturados, exilados, demitidos, sob o argumento da militância comunista.
Apesar disso, muito dos dirigentes bancários sempre tiveram uma opção de militância também na sociedade e se organizavam em partidos políticos de esquerda, que antes de 1964 se reduziam a militância, em grupos revolucionários ou em um dos dois partidos comunistas o PCB ou o PCdoB.
Nesse período de ditadura, o Sindicato dos Bancários de Curitiba conseguiu manter sua legalidade até o ano de 1963, quando sofreu nova intervenção do Ministério do Trabalho e foi novamente nomeada uma junta governativa para o Sindicato. As lutas sindicais ficaram mais difíceis e o sindicato passou a ter um viés assistencialista, com a prestação de diversos serviços, como médicos, barbeiros, centro reativos e esportivos. Temporariamente perdeu-se o caráter de lutas de diversas entidades sindicais no Brasil inteiro.
Como funcionavam essas juntas governativas?
Assim que assumiam mudavam o caráter dos sindicatos. Os boletins só tratavam de “perfumaria”, ou seja, coisa sem relevância para a categoria e reproduzindo uma visão de governo dos assuntos que eram tratados. Todos que se contrapunham a essa linha política eram taxados de comunistas, muitas vezes mesmo sem sê-lo. Assim, os militantes com uma consciência política mais aprofundada tinham suas vidas revidadas de cabeça para baixo e por vezes fugiam para não pagar por coisas e atos que muitas vezes não tinham cometido. Essa seria a segunda intervenção que o Sindicato dos Bancários iria sofrer. O interventor nesse período foi o bancário Mario Eduardo Lacombe, do Banco Inco, que ficaria por quatro anos na interventoria do sindicato.
Retornando para as mãos dos bancários em 1967, o sindicato tinha a frente o bancário Atos Fecceiros, do Banco do Brasil, como Presidente e Cláudio Ribeiro, do Banestado, como Secretário Geral. Claudio Ribeiro seria mais tarde preso por ordem do regime militar, sob a acusação de ser do grupo revolucionário Ação Popular – AP.
Isso teve conseqüências extremas para o movimento, pois demonstrou a fase mais dura do regime militar, com a decretação do Ato Institucional nº 5. O que fez com que todo movimento fosse novamente colocado sob foco. Em 1969, acontecem eleições no sindicato quando foi eleito Luis Salvador como presidente e Cláudio Ribeiro novamente como Secretário Geral. É importante destacar que o cargo de secretário geral tinha uma importância organizativa que o tornava muito disputado pelas forças políticas presentes no movimento sindical bancário. Apesar da luta política estar colocada em segundo plano, por causa da forte perseguição aos bancários que eram filiados ideologicamente a alguma corrente de pensamento, nesse período tivemos diversas campanhas salariais que mobilizaram a categoria bancária e a imprensa da época. Como a história greve de 1968, onde os bancários tiraram em assembléias que não iriam aceitar um índice menor que 35% de aumento e a reconquista do poder aquisitivo de forma gradativa. Esse movimento paredista colocaria ainda mais os dirigentes sindicais bancários no foco dos militares e dos patrões, que ideologizavam as lutas econômicas com o fim de desestabilizar o forte e organizado movimento sindical bancário.

Os Anos 70

Os anos 70 são um momento em que o sindicato seguiu com suas bandeiras combativas, que dialogavam com a população e principalmente com a categoria bancária. Porém, em 1972, o sindicato sofre sua terceira intervenção. Esta junta governativa indicada pelo Ministério do Trabalho manteve a intervenção na entidade até meados de 1975, com o bancário Ari Alves dos Santos à frente. Isto trouxe novamente para o sindicato a política assistencialista alinhada ao governo. Apenas em 1975 o sindicato voltou para as mãos dos trabalhadores. Assumiu a direção do sindicato Luis Carlos de Almeida Saldanha, que ficaria no sindicato por todo restante da década de 70 e o inicio da década de 80. No final dos anos 70, começou a organização de uma oposição bancária, que seguiu o modelo da reorganização social com o advento da abertura política de 1979, o ressurgimento dos partidos políticos e o aparecimento de um novo tipo de partido que tinha sua organização calcada nos trabalhadores, o PT. O movimento se organiza, cresce e vai para a disputa sindical com um discurso predominante no cenário político de consolidação do processo de abertura política do país. Nesse período começam a aparecer no cenário político nomes que são mais conhecidos do movimento sindical mais atual, como Paulo José Zanetti, Yara D´mico, Roberto Pinto, Antônio Vasques Teixeira, todos do Banestado. E outros nomes viriam, como Tadeu Veneri e Ângelo Vanhoni, que iram ser os protagonistas do movimento sindical bancário nos anos 80.

Os anos 80

Sob o processo de abertura política, o sindicato teve novas eleições em 1981. Com duas chapas uma encabeçada por Luis Carlos de Almeida Saldanha, e outra pelo bancário Antônio Vasques de Teixeira como presidente. No cenário de reorganização da economia, os bancários buscam trazer para o cenário a discussão da carestia econômica e a necessidade de que o sistema financeiro se organizasse. Nesse contexto de reorganização da economia surge, em 1983, a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Central organizada com vertente em diversos partidos políticos, mas com hegemonia do Partido dos Trabalhadores. A CUT vinha colocar fim ao descontentamento que diversos setores do movimento sindical em relação à Central Sindical que existia na época a CGT. Luis Carlos de Almeida Saldanha é ficaria por quase 10 anos a frente do Sindicato dos Bancários.
Depois de Saldanha, no período do governo Sarney, muitas lutas e diversas greves aconteceram. Porém, a Greve dos Bancários de 1985 foi um marco, pois nesse período foi criado o Departamento Nacional dos Bancários (DNB), atrelado a CUT, que iria potencializar as oposições bancárias em todo pais. Outro fato importante de 1985 é que os funcionários da Caixa Econômica Federal conquistaram o direito de se tornar bancários, o que consolidou um processo de luta muito grande dos antigos economiários, a jornada de 6 horas. No final dos Anos 80, surge numa chapa de consenso entre a situação e a oposição que assume, em 1987, o Sindicato dos Bancários de Curitiba, tendo José Paulo Zanetti e Ângelo Vanhoni, ambos do Banestado. Em 1990 as eleições bancárias vão ser disputadas por três chapas. Uma encabeçada pela bancária Yara D´mico, do Banestado, representando a situação, que ganha às eleições, e outras duas do campo cutista que são derrotadas. Entretanto, a soma de votos obtidos pelas duas chapas de orientação cutista seria suficiente para que juntas ganhassem as eleições.
E no final dos anos 80 inicia o processo de unificação de conglomerados e de bancos múltiplos o que fez com que setores que eram ramificações do Banestado como a BISA, Banestado Informática, que tinha um sindicato independente, fossem incorporados pelo Banestado, trazendo para o movimento sindical bancário diversas lideranças.

Os anos 90

Com a derrota nas eleições de 1990, a oposição realizou uma profunda discussão para a disputa das eleições de 1993. Deste processo de avaliação, surgiu um forte movimento de oposição denominado Movimento de Oposição Bancária – MOB. O MOB vai ter forte presença nas campanhas salariais do início dos anos 90, inclusive tendo peso decisivo na condução e na organização das greves da categoria bancária. O Êxito eleitoral do MOB, não tardaria já nas eleições de 1993 com a Chapa encabeçada por Roberto Antônio Von der Osten, o Betão. Essa chapa ligada a CUT era uma chapa construída com outras forças do movimento sindical, porém todos de dentro da Central, como a Corrente Sindical Classista. O MOB assume o sindicato num momento muito duro da conjuntura econômica, que tinha como cartilha o Consenso de Washington e clara orientação neoliberal, com ataques ferozes aos direitos dos trabalhadores, isso incluindo os bancários. Tivemos várias greves para tentar manter nossos benefícios, e muitas outras para evitar os processos de privatizações desencadeados pelo governo Collor de Mello, e que teve a sua ofensiva aumentada com a chegada do Fernando Henrique no poder. O primeiro banco privatizado foi o Banerj.
Uma hegemonia cutista se construiu, o sindicato realiza eleições em 1996 com uma chapa totalmente cutista. As eleições contaram com a participação de duas chapas, a vencedora era encabeçada por Pedro Eugênio Leite, funcionário da Caixa Econômica Federal. Essa gestão enfrentou um duro processo de internacionalização do Sistema Financeiro, fim do controle das tarifas pelo Banco Central e privatização dos bancos estaduais. Além da criação por parte dos banqueiros de uma política nefasta de abonos salariais, que não incidiam em verbas salariais, e tinham a função de desorganizar o movimento sindical. Em 1999, assume a presidência do Sindicato dos Bancários de Curitiba, o ex – drigente da SINDPD, que fora incorporado no final da década de 90 pelo Banestado, José Daniel Farias. Muitas lutas de resistências iriam durar até a virada do milênio, quando foi privatizado o Banestado. Esta gestão ficou marcada pela resistência à privatização do Banestado e da Copel, além da forte presença na luta contra o neoliberalismo na Caminhada dos 100 mil em 1999 e Marcha contra a Alça.
Raros foram os avanços dessa década, e muitas foram às lutas de resistência para que os bancários não perdessem direito históricos. Mesmo assim não foi possível manter algumas conquistas históricas dos bancários como o anuênio e abono assiduidade. Pelo contrário, a era FHC flexibilizou direitos e permitiu a terceirização em massa.
Isso, porém não fora impeditivo para que outras coisas fossem conquistadas, como a cesta alimentação, a desconstrução da política de abono, dentre outras questões. Em 2002, vence as eleições para o sindicato a banestadense Marisa Stedile, que fora uma das vozes líderes da campanha contra a privatização, quando conselheira eleita para representar os funcionários do Banestado. Numa eleição apertada que teve dois turnos, Marisa veio com uma proposta de renovação do movimento sindical. Sua chapa apresentou uma renovação acima dos 50%. Também em 2002 chega a presidência o trabalhador Luis Inácio Lula da Silva.
Tivemos problemas a chegada de Lula ao poder não significou que o movimento sindical tivesse chegado ao poder, pois precisávamos saber separar a militância da organização partidária que havia levado Lula ao poder. E conseguimos fazer isso com muita propriedade. Estabelecemos uma linha continua de aumento real para a categoria, fortalecemos nossas discussões de gênero. Diversificamos nosso papel para proporcionar para os bancários além de conquistas econômicas, muitas outras atividades culturais, esportivas e de formação para os bancários, como debate sobre o papel do crédito, combate a Emenda 3 e apoio total à política de valorização do salário mínimo encampada pela CUT, além de conduzir uma greve histórica para os bancários brasileiros que durou 30 dias.
Isso trouxe uma popularidade para o sindicato e em especial para sua presidente que foi reeleita com mais de 93% dos votos da categoria bancária em 2005. Sua gestão continuou apontando para uma linha progressiva de aumento real dos salários dos bancários. Construiu um espaço cultural, recuperando patrimônio dos bancários, e investiu em formação e cultura. A segunda gestão seguiu os passos da primeira, com prestigio junto à categoria e com uma direção centralizada nos objetivos sindicais de conquistas para a categoria bancária. O Sindicato dos Bancários de Curitiba é um dos mais fortes do país. Em 2008, novamente com o reconhecimento pela base do trabalho desenvolvido pela direção sindical, foi eleito também com mais de 90% dos votos o bancário Otávio Dias, do Bradesco. Otávio Dias tocou as assembléias da campanha de 2008 no Espaço Cultural dos Bancários, inclusive a maior delas, com 1,4 mil bancários.
Buscamos fazer um breve relato histórico que terá que ser aprofundado e sistematizado em um documento. Mas não poderíamos deixar de falar de um instrumento fundamental para o Sindicato dos Bancários de Curitiba e sobre a sua evolução: a imprensa bancária, que sempre serviu de veículo de comunicação entre a entidade e os bancários. Durante esses 67 anos de luta muita coisa mudou. Dos jornais rodados em mimeógrafos nas décadas de 40, 50, 60, 70 até o desenvolvimento de um grande parque gráfico na década de 80 onde o Sindicato dos Bancários de Curitiba tinha uma gráfica que era referência para todo movimento sindical. No inicio do milênio, a qualidade da informação melhorou com o desenvolvimento da revista Bancári@s, com tiragem de 15 mil exemplares, e é uma da poucas publicações do movimento sindical que tem indexação na Biblioteca Nacional através do seu ISSN. Além do site que tem passado por melhorias constantes para servir de instrumento de informação ágil e segura para os trabalhadores. Também é uma intenção futura construir um Centro de Documentação (CPDOC), que será um centro de preservação da história e da memória do movimento sindical bancário. O objetivo é que as futuras gerações possam ter acesso as informações e a história do movimento sindical, e que não esqueçam que para que atingíssemos o nível de organização atingido nesses 67 anos de lutas, os bancários tiveram que trabalhar muito e sofrer as tormentas de duas épocas de exceção, do Estado Novo de Vargas de 1937, da ditadura militar de 1964.
A necessidade é de termos sempre presente em nossa mente que as conquistas não são benesses dos banqueiros, mas sim fruto de um processo de lutas acontecidas por mais de seis décadas, e com certeza se estenderá por muitas outras. Isto nos traz a convicção que é fundamental não deixar passar em branco essa data festiva de nosso sindicato. Que digamos viva o Sindicato dos Bancários de Curitiba, e também todos para os bancários. Parabéns ao Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, e que possamos nos encontrar em muitas lutas vindouras, fortes e preparados.

Marcio Kieller
Mestre em Sociologia Política
Secretário de Formação do SEEB/Curitiba- 67 anos de lutas.

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