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Valor das taxas de juros cobradas pelos bancos em empréstimos causa polêmica na Câmara

Brasília – O spread bancário – diferença que os bancos cobram entre os juros pagos na captação de recursos e as taxas pagas na concessão de empréstimos – está em queda há quatro meses, desde que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central retomou o processo de redução da taxa básica de juros (Selic), em janeiro deste ano.

A afirmação foi feita hoje (20), pelo economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, em audiência pública da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que avalia os impactos da crise financeira mundial no Brasil.

Sardenberg acrescentou que o spread só não está ainda menor por causa da inadimplência, que aumentou sensivelmente nos últimos meses e representa cerca de 40% na composição da diferença entre spread bruto e spread líquido.

Os outros custos na composição do spread, segundo ele, são 20% em média de carga tributária, 13% a 14% de custos administrativos, mais custos variáveis em relação ao compulsório bancário. O economista, no entanto, não mencionou a margem de lucro dos bancos, que, segundo o deputado Rodrigo Loures (PMDB-PR) varia em torno de 28%.

As explicações do representante da Febraban foram rebatidas por alguns parlamentares, insatisfeitos com a tentativa de justificar a resistência das instituições financeiras em reduzir o spread bancário. O relator da comissão, deputado Pedro Eugênio (PT-PE), disse que Sardenberg procurou relativizar a composição do spread e lembrou que as variáveis citadas são comuns em todos os países, “mas é aqui que se cobra a taxa mais alta”.

De acordo com o deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), “não há explicação plausível para taxa tão alta de spread”, que tem caído sim, conforme reconhece, “só que em um ritmo bem menor que o da taxa Selic”. Ele afirmou que existe estreita relação entre o nível de inadimplência e o custo bancário, mas, ao contrário da argumentação dos bancos, Monteiro acha que “a inadimplência é alta porque as taxas bancárias são mais altas ainda”.

A única voz a favor do representante da Febraban, dentre os sete participantes de hoje na comissão, foi a do diretor executivo do Banco Itaú, Sérgio Werlang. Segundo ele, a inadimplência de mais de 90 dias da pessoa física vem crescendo desde junho do ano passado, e “achamos que vai subir ainda mais”.

Werlang disse que, no entanto, “é preciso garantir ambiente regulatório que permita ao Banco Central dar continuidade ao processo de redução da taxa básica de juros”.

Por Stênio Ribeiro – Repórter da Agência Brasil.

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Banco do Brasil apoia negociação para que Banco Central mude divulgação de taxas

Brasília – A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), com apoio do Banco do Brasil (BB), está mantendo conversas com o Banco Central (BC) para negociar mudanças na divulgação do levantamento diário sobre as taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras. Segundo o vice-presidente de Cartões e Novos Negócios e Varejo do BB, Paulo Caffarelli, a metodologia de pesquisa do Banco Central precisa ser mais debatida.

Hoje (19), o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negaram que a instituição tenha reajustado as taxas de juros cobradas dos tomadores de empréstimos nas últimas semanas. De acordo com o BC, os juros cobrados pelo BB nas quatro principais operações para pessoas físicas – cheque especial, crédito pessoal, aquisição de bens e aquisição de imóveis – têm aumentado semanalmente desde 15 de abril.

O vice-presidente do Banco do Brasil repetiu os argumentos de Bendine para rebater os dados do Banco Central. Segundo Caffarelli, o levantamento do BC mostrou alta nas taxas cobradas pelo Banco do Brasil nas últimas semanas porque, pela metodologia do Banco Central, são apresentadas apenas as taxas médias cobradas pelos bancos. Na avaliação do vice-presidente, isso torna a divulgação sujeita às flutuações de mercado.

Apesar da divergência de informações, o vice-presidente do BB negou desavenças com o Banco Central. “O Banco Central apenas faz o trabalho dele. Agora é necessário que os bancos expliquem cada vez mais os resultados que aparecem na pesquisa para evitar confusões”, afirmou Caffarelli.

Segundo o BB, a taxa que aparece na pesquisa não considera os prazos dos empréstimos nem o risco das operações e dos clientes que tiveram acesso ao crédito no período do levantamento. Além disso, os juros médios são divulgados por modalidades consolidadas, sem levar em conta os subprodutos existentes em cada item, cujas taxas são diferentes.

Com a ampliação dos prazos na concessão de linhas de crédito, ressaltou Caffarelli, as taxas aumentaram na média. “Em todo lugar do mundo ocorre isso. Quando você financia por um prazo maior, os juros são maiores”, alegou. As taxas médias para financiamentos de 13 a 24 meses são de 2,44% ao mês no BB, enquanto os juros das linhas de 49 a 60 meses chegam a 3,23% ao mês. “Mesmo com esse aumento, as taxas do Banco do Brasil são as menores do mercado”, disse.

Outro fator responsável pela alta nos juros apontado pelo Banco Central, acrescentou o vice-presidente, tem sido a própria recuperação do crédito. “Como os clientes de maior risco estão voltando, eles pagam juros maiores porque o risco de inadimplência maior no passado interfere na composição da taxa”, explicou o vice-presidente.

Caffarelli afirmou ainda que o BB não apenas deixou de aumentar os juros como reduziu algumas taxas. No financiamento de veículos para pessoa física, as taxas passaram de um intervalo entre 2,42% e 1,38% ao mês para uma faixa entre 2,38% e 1,21% ao mês. Os números divulgados pelo BC, explicou ele, estão dentro dessa banda. “A taxa média pode subir ou descer conforme o momento, mas o que importa é que os limites [mínimo e máximo] ficaram menores”, arfirmou.

O BB informou ainda que, considerando os prazos maiores, a inadimplência dos seus clientes caiu em abril. A instituição, no entanto, não divulgou o percentual para o mês passado. Apenas afirmou que, de janeiro a março, os atrasos superiores a 90 dias chegavam a 5,9% dos clientes, o mesmo nível registrado no último trimestre de 2008. “Como o Banco do Brasil tem operações na bolsa, ainda não podemos divulgar os dados da inadimplência em abril”, disse Caffarelli.

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil.

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