A data é fruto da ação de mais de duas décadas do movimento pela saúde das mulheres
O dia 28 de Maio, além de ser o Dia Internacional de Ação pela Saúde das Mulheres, está integrado ao calendário brasileiro como o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. Uma pauta que exige intensa mobilização de todos os setores na exigência de políticas públicas de saúde efetiva às mulheres.
A data é fruto da ação de mais de duas décadas do movimento pela saúde das mulheres e feministas que decidiu ter um dia de ação mundial para tornar visível um fenômeno – a mortalidade materna – considerado banal nas sociedades cuja cultura naturaliza a entrega da vida das mulheres em nome da maternidade.
Estatísticas revelam que o número de mortes de mães é alto e a situação é preocupante principalmente entre as mulheres negras e das regiões Norte e Nordeste. O coeficiente, no entanto, não fornece a real dimensão desta tragédia que destroça inúmeras famílias brasileiras e, isto acontece por ser, ainda, baixa a declaração de morte materna no atestado de óbito.
História
O Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher – o 28 de maio, foi definido no IV Encontro Internacional Mulher e Saúde (1984, Amsterdã, Holanda), durante o Tribunal Internacional de Denúncia e Violação dos Direitos Reprodutivos, ocasião em que a morte materna apareceu com toda a magnitude de sua crueldade como parte do cotidiano das mulheres em quase todo o mundo.
Desde então o tema adquiriu maior densidade e no V Encontro Internacional Mulher e Saúde (1987, São José da Costa Rica), a Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe (RSMLAC) propôs que a cada ano no 28 de maio deveríamos eleger um tema da saúde da mulher para uma ação política que visasse, sobretudo, prevenir mortes maternas evitáveis, via uma Campanha contra a Mortalidade Materna e a disseminação dos debates e do fortalecimento da luta pela instalação de Comitês de Prevenção da Mortalidade Materna na estrutura dos governos.
Em 1988 foi iniciada, no 28 de maio, a Campanha de Prevenção da Mortalidade Materna, coordenada pela Rede Mundial de Mulheres pelos Direitos Reprodutivos e pela Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe, que ficou conhecida como A Campanha Mundial pela Saúde da Mulher e de Combate à Morbimortalidade Materna, para: denunciar as altas taxas de morbidade e mortalidade materna, especialmente nos países menos desenvolvidos; exigir dos governos políticas e legislações adequadas para enfrentar a realidade; e elaborar propostas e instâncias de interlocução com setores profissionais, acadêmicos e trabalhadores dos serviços de saúde.
Fonte: Matéria colhida no Sítio da Feeb RS