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Por 10:29 Sem categoria

Carta aberta à nova diretoria do Banco do Brasil

Há pouco mais de um mês, em 8 de maio, foi anunciada a composição da nova direção do Banco do Brasil, uma mudança considerável que, esperamos com certa dose de insegurança, se reflita na condução do maior banco público da América Latina e segundo do Brasil.

Insegurança porque, em 2007, houve uma grande mudança que em nada resultou em termos de melhora das condições de trabalho no banco e de valorização do maior ativo da instituição, que são seus funcionários. Pelo contrário, a situação só piorou.

Decidimos então iniciar, naquele momento, a campanha “Acorda Diretoria! Banco para o Brasil”.

Uma campanha que teve entre suas principais reivindicações a prorrogação do concurso de 2006, cujo desfecho, após forte mobilização e muita luta de todas as partes envolvidas, resultou num acordo entre o Ministério Público do Trabalho e o BB pelo qual serão convocados os aprovados em Brasília.

Uma medida mais do que necessária para suprir a carência de funcionários nas agências e departamentos. Não estávamos discutindo a volta do BB pré-1986, da conta movimento.

Questionávamos a manutenção da filosofia do banco como puramente de mercado, implementada nos anos 1990 com a lógica de privatização, do assédio moral, do desrespeito à legislação trabalhista (jornada de trabalho, SESMT, pagamento de substituições etc.), das terceirizações indiscriminadas, da falta de preocupação com a saúde dos empregados, entre outras características de cunho neoliberal que, de forma alguma, promovem a segurança do corpo funcional ou a solidez de uma instituição secular. Ainda hoje, a maioria das funcionárias e dos funcionários ingressa na família BB com a expectativa de ali fazer carreira. Contudo, eles já não encontram um banco oficial, um banco dos pequenos produtores rurais, um banco com suporte institucional às atividades imprescindíveis para o desenvolvimento nacional.

Encontram, ao contrário, o banco da falta de isonomia e de perspectiva de carreira, do excesso de competição, das metas insuportáveis de títulos de capitalização, de seguros, de previdência privada, de venda de crédito por telefone, de spread altíssimo, da busca desesperada por lucros e até da exclusão social, enfim.

Os valores e a cultura organizacional do BB foram perdidos. Para nós, esse é um dos maiores desafios que essa nova direção deve enfrentar – e não o de continuar apresentando resultados crescentes, meramente financeiros e insustentáveis, apenas porque a vida é curta. E lembremos:o maior acionista do BB é o povo brasileiro, e o segundo é o corpo funcional da ativa e dos aposentados. O Sindicato dos Bancários de Brasília quer ter um diálogo franco e aberto com a nova diretoria, mas não deixará de defender em qualquer instância os interesses das funcionárias e funcionários do Banco para o Brasil, contratados direta ou indiretamente.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.bancariosdf.com.br.

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