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Sindicato reage contra demissões nos bancos

O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região realizou no dia 18 de junho, quinta-feira, um ato público no centro de Belo Horizonte para protestar contra a política de demissões promovida pelos banqueiros. O ato foi realizado na Praça Sete e contou com a participação de bancários, dirigentes sindicais e populares que apoiaram a manifestação.

Segundo estudo elaborado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pela Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os bancos que operam no Brasil fecharam 1.354 postos de trabalho somente no primeiro trimestre de 2009. As empresas financeiras desligaram 8.236 bancários e contrataram 6.882 entre janeiro e março. O resultado dos três primeiros meses do ano é uma inversão do que ocorreu no ano passado, quando houve um aumento de 3.139 novas vagas no mesmo período.

Este é o resultado do primeiro levantamento que a Contraf-CUT e o Dieese passarão a publicar trimestralmente sobre a evolução do emprego nos bancos, tomando por base dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. A pesquisa foi divulgada dia 16 de junho e mostra que, além da redução do emprego, está havendo também uma diminuição na remuneração média dos trabalhadores do sistema financeiro. Os desligados no primeiro trimestre recebiam remuneração média de R$ 3.939,84. Já os contratados têm remuneração média de R$ 1.794,46, o que representa uma diferença de 54,45% – menos da metade.

Isso porque os desligamentos foram concentrados nos escalões hierárquicos superiores e as admissões ocorrem principalmente nos cargos iniciais da carreira. Esse movimento intensificou a tendência observada no mesmo período do ano passado, quando a diferença entre os salários médios dos bancários contratados e desligados foi de 34,34%.

Os números mostram que a rotatividade é usada pelos bancos como forma de achatar salários e cortar custos. Levantamento feito pelo Dieese em maio deste ano mostrou que as instituições financeiras vêm substituindo funcionários que ganham mais por outros com rendimentos menores. Em 2008, foram dispensados 39.398 bancários, cuja média de vencimentos era de R$ 3.325,89. Os bancos admitiram 54.627, com salários de R$ 1.959,84. No ano anterior, foram demitidos cerca de 40 mil bancários com salários médios de R$ 3.080,35 e contratados 50 mil ganhando em média R$ 1.871,40.

Lucros continuam nas alturas

O estudo comprova que enquanto os lucros aumentam progressivamente mesmo durante a crise, os bancos estão reduzindo custos com fechamento de postos de trabalho, implementando alta rotatividade de mão-de-obra e demitindo bancários com salários mais altos e contratando funcionários com remuneração inferior. Os resultados dos balanços das principais instituições financeiras do Brasil mostram que, apesar da crise econômica mundial, os 50 maiores bancos apresentaram lucro líquido de R$ 7,5 bilhões só no primeiro trimestre deste ano.

Só para se ter uma ideia, o Itaú Unibanco, maior banco do país, teve lucro líquido de R$ 2,015 bilhões no primeiro trimestre de 2009, sendo que a sua carteira de crédito atingiu R$ 272,7 bilhões, com alta de 25,1% sobre o mesmo período do ano passado (R$ 218 bilhões). Já o Bradesco anunciou um lucro líquido de R$ 1,723 bilhão. A carteira de crédito do segundo maior banco privado do Brasil avançou 26,5% no período,para R$ 214,291 bilhões. Os ativos totais do banco no fim de março somavam R$ 482,141 bilhões, crescimento de 35,6% na comparação com o primeiro trimestre de 2008. Outro grande banco, o Santander Brasil, apurou alta de 7,12% no lucro líquido no primeiro trimestre deste ano. O montante, em 31 de março de 2009, atingiu R$ 416,4 milhões. Já o banco britânico HSBC -maior da Europa em termos de capitalização- teve um aumento de capital de 12,5 bilhões de libras (US$ 17,7 bilhões), o maior da história do Reino Unido. Portanto, os lucros registrados por essas instituições em 2009 mostram que não há motivos para demissões.

Mas, apesar dos lucros nas alturas, o estudo demonstra que as demissões estão concentradas exatamente nos grandes bancos privados, principalmente em razão das fusões do Itaú Unibanco e Santander Real, contrariando os compromissos assumidos publicamente pelos presidentes dessas empresas de que não haveria fechamento de postos de trabalho.

Para o presidente do Sindicato Cardoso, o estudo comprova a perversidade da política de desemprego dos bancos privados que não têm o mínimo de respeito para com aqueles que são os principais responsáveis pelos seus ganhos astronômicos. “A pesquisa veio reafirmar o que nós vimos denunciando nos últimos anos sobre a ganância desmedida dos banqueiros. Apesar de continuarem com os lucros altíssimos, os bancos agora usam a desculpa das fusões para demitir milhares de pais de família. O Sindicato não vai aceitar essa política desumana e continuará se manifestando nas ruas e nas agências bancárias para exigir que os bancos parem de demitir e cumpram o compromisso assumido de não reduzir postos de trabalho”, afirmou.

Bancos aumentam patrimônio na crise

Divulgados os lucros dos maiores bancos do país no primeiro trimestre deste ano, os números mostram que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) não só atravessou o auge da crise econômica mundial imune como até aumentou os volumes de seus ativos totais, patrimônio líquido e de passivos na forma de depósitos de terceiros.
De acordo com o Banco Central, os ativos totais do SFN saíram de R$ 3,117 trilhões ao fim de setembro de 2008 para R$3,330 trilhões em março de 2009. O patrimônio líquido passou de R$301,3 bilhões para R$ 303,2 bilhões no mesmo período.

No ranking das maiores instituições financeiras do país, o Itaú é o maior banco brasileiro com ativos de R$ 605,152 bilhões. O valor já inclui o Unibanco. Em seguida, estão Banco do Brasil (ativos de R$ 577,192 bilhões), Bradesco (R$ 426,564 bilhões), Santander (R$ 338,479 bilhões) e Caixa Econômica Federal (R$ 312,505 bilhões).

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.bancariosbh.org.br.

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