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Presidente Lula diz que desonera, mas empresas não repassam isso para o custo do produto

Lula: não é desonerando que se faz a economia crescer

O presidente Lula afirmou na cerimônia de lançamento do projeto de revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, na terça-feira, que o caminho melhor para o país é fazer os recursos chegarem aos mais pobres do que isentar impostos para as empresas. “Isso que é fazer a economia crescer”, argumentou Lula, lembrando que disse isso a empresários e ministros, durante reunião em Brasília. “Em vez de a gente ficar desonerando, é melhor pegar esse dinheiro e dar para os pobres. Na hora em que os pobres tiverem dinheiro e forem comprar, vocês têm que produzir”, avaliou. “Eu, às vezes, desonero e vocês não repassam para o custo do produto”, disse o presidente aos seus interlocutores.

“Cada real que você der na mão de uma pessoa pobre, aquele real volta automaticamente para o comércio, ele volta para o consumo. Ele, voltando para o consumo, vai reativar a economia”, disse Lula, criticando a especulação financeira. “Esse dinheiro não vai para o banco, ele não vai para derivativos. Não vai. Ele vai para o comércio, que é isso que nós precisamos para fazer a economia deste país crescer”, frisou Lula, acompanhado na solenidade pelo governador do Estado, Sérgio Cabral, o prefeito da capital, Eduardo Paes, ministros, parlamentares, entre os quais o senador Paulo Duque (PMDB), e empresários.

Lula avaliou que durante seu mandato foram desonerados R$ 100 bilhões. “Imagine R$ 100 bilhões na mão do povo brasileiro, como essa gente ia comer”, ponderou o presidente, em defesa de uma atuação forte do Estado na solução dos problemas econômicos e sociais que, segundo ele, se acumularam nas últimas décadas por causa do abandono e do descaso de governantes insensíveis e incapazes.

Ele criticou a atrofia do Estado e citou uma viagem a países da América Central onde constatou uma relação entre esta atrofia à persistência de graves problemas sociais. “Sabe qual é a carga tributária da América Central?”, indagou. “9%, 11%, 10%”, informou. “Olha, um país que tem uma carga tributária de 10%, não tem Estado. O Estado não existe, o Estado não pode nada”, concluiu.

“Nós perdemos 40 bilhões do Orçamento da União para cuidar da Saúde deste país e eu não vi ninguém reduzir o preço, 0,38% da CPMF, eu não vi, e quem perdeu foi esta gente aqui”, denunciou Lula, ao lembrar a ação demagógica da oposição tucanodemista, que extinguiu o imposto do cheque, que era destinado às despesas com a saúde pública.

“Quem perdeu foi esta gente, porque em vez de 20 UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), você poderia estar fazendo 100 UPAs”, acrescentou. “A gente queria era levar médico na escola para cuidar das crianças, a gente queria era levar dentista na escola para cuidar das crianças, a gente queria que a criança fizesse teste para saber se precisava de óculos ou não na escola. Mas aí disseram: “Não, se a gente deixar 40 bilhões por ano na mão do Lula, ele vai ganhar as eleições”. Ganhei, e vamos ganhar outra vez”, disse o presidente.

“O povo não aceita mais mesquinharia, o povo não aceita mais baixaria, o povo não aceita mais que as coisas secundárias sejam transformadas em prioritárias e as prioritárias sejam esquecidas”, afirmou Lula, numa referência à ação destrutiva, demagógica e antipovo da oposição.

Ao falar do programa Luz para Todos, que já levou luz elétrica para 2 milhões de famílias e vai chegar a 3 milhões até o final do ano, Lula ironizou os que disseram recentemente que o governo não conseguiu cumprir a meta do programa. “Em 2004 nós decidimos fazer um programa chamado Luz para Todos, sobretudo no campo, e o IBGE dava um número para nós que tinha mais ou menos 2 milhões de famílias que não tinham luz”, explicou. “Nós assumimos o compromisso de atender 2 milhões de famílias. Quando fomos a campo, descobrimos que não eram 2 milhões, eram 3 milhões, e agora temos 1 milhão para cumprir até janeiro. E vamos cumprir”, afirmou.

Lula destacou o papel do programa no estímulo à economia. “Só para vocês terem ideia do que foi gerado de emprego em todo o Programa, no Brasil. Foram gerados 300 mil empregos no programa Luz para Todos desde 2004”, apontou. “Foram colocados 4 milhões e 620 postes por este Brasil afora. Nós utilizamos 883 mil quilômetros de fio”, prosseguiu, lembrando que 61% das pessoas atendidas ganham até 1 salário mínimo por mês, e 36% recebem até 3 salários mínimos por mês”. “Dessas pessoas que receberam o programa Luz para Todos, 78% adquiriram televisor, 73% compraram geladeira e 44% compraram equipamento de som”, revelou. “Certamente os caras queriam ouvir o nosso discurso, aí compraram”, brincou o presidente, acrescentando que 96 mil famílias voltaram para o campo, por conta do programa “Luz para Todos”.

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Presidente lança o Plano Agrícola 2009/10 que terá R$ 108 bilhões

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, na segunda-feira (22), em Londrina (PR), o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2009/2010, que destinará R$ 107,5 bilhões ao setor, 37,8% a mais em relação à safra anterior que contou com R$ 78 bilhões.

Lula considerou que o PAP é o maior programa de financiamento da agricultura já feito no país. “Gastem o dinheiro para plantar porque, se precisar de mais R$ 20 bilhões, R$ 30 bilhões ou até R$ 50 bilhões nós vamos providenciar”, destacou, assegurando aos agricultores que não vai faltar recursos. O plano prevê R$ 92,5 bilhões para a agricultura comercial e R$ 15 bilhões para a agricultura familiar.

Acompanhado pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pelos ministros Reinhold Stephanes (Agricultura) e Paulo Bernardo (Planejamento), o presidente foi recebido pelo governador do Paraná, Robert Requião, e secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini.

“O exemplo de recuperação deve sair daqui, da terra, da nossa gente, da nossa capacidade de produzir”, ressaltou Requião. A ministra Dilma Rousseff lembrou que o governo federal aumentou pela sétima vez consecutiva o crédito do sistema oficial de financiamento. “Fizemos aquele que consideramos ser o melhor Plano Safra da história, com incentivo ao médio produtor, ao cooperativismo e à produção ambientalmente sustentável”, explicou.

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Crescem entrada de capital especulativo e remessas de lucros

De janeiro a maio, perdas do país com remessas das multinacionais ultrapassam US$ 17 bilhões

As contas do setor externo no mês de maio, divulgadas no dia 24 pelo Banco Central, apontam a continuidade da trajetória ascendente das remessas de lucros das multinacionais, um violento crescimento do investimento estrangeiro em carteira (IEC) e uma queda no investimento direto estrangeiro (IDE).

Somando os itens “serviços” e “rendas”, remessas de lucros oficiais ou disfarçadas, saíram em janeiro US$ 2 bilhões e 542 milhões; em fevereiro, US$ 2 bilhões e 629 milhões; em março, US$ 3 bilhões e 674 milhões; em abril, US$ 3 bilhões e 831 milhões; e, em maio, US$ 4 bilhões e 596 milhões.

Nos cinco primeiros meses do ano, as perdas do Brasil com remessas para o exterior totalizaram US$ 17 bilhões e 272 milhões. No mesmo período, as entradas no país de Investimento Direto Estrangeiro (IDE), dinheiro destinado principalmente à compra de empresas, foram de US$ 11 bilhões e 234 milhões. E quanto ao capital meramente especulativo, o Investimento Estrangeiro em Carteira (IEC), houve, nesses cinco meses, saída líquida de US$ 196 milhões.

No entanto, em maio houve uma brutal elevação da entrada de capital especulativo. Essa entrada havia sido, em abril, de apenas US$ 247 milhões. Em maio, elas foram a US$ 3 bilhões e 330 milhões, devido, fundamentalmente, ao diferencial de juros – os juros estabelecidos pelo BC continuam entre os mais altos do mundo, enquanto os países centrais, desde o início da sua crise, diminuíram tremendamente os juros até, em vários casos, se tornarem negativos. A consequência tem sido a sobrevalorização do real em relação ao dólar, com o entrave às exportações, tornadas mais caras em dólar, e o subsídio às importações, tornadas mais baratas pela mesma razão. Apesar disso, o Brasil conseguiu em maio um saldo comercial positivo (US$ 2 bilhões e 651 milhões), ainda que cadente em relação a abril (US$ 3 bilhões e 712 milhões).

IDE CAI

Já o chamado investimento direto estrangeiro caiu para US$ 2 bilhões e 483 milhões. Em abril, havia sido de US$ 3 bilhões e 409 milhões.

Em suma, aumentou a entrada mais predatória – e mais instável – de capital estrangeiro e as remessas elevaram-se pela quarta vez consecutiva. Evidentemente, basear o nosso crescimento no capital estrangeiro ou nas exportações não parece ser uma alternativa alvissareira.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.horadopovo.com.br.

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