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Conferência mostra técnicas que ajudarão policiais a antecipar e prevenir crimes

Brasília – A ciência pode servir de bola de cristal e ajudar policiais a antecipar onde e quando um crime será praticado. Sob essa perspectiva, começou hoje (6), em Brasília, a Conferência de Criminologia de Ambientes e Análise Criminal (Ecca). “Existem rotinas e padrões criminosos que nos permitem antever com relativa precisão horários e locais propícios à prática criminosa”, resumiu o pesquisador da Universidade de Griffith, na Austrália, Richard Wortley, durante a abertura da Ecca.

Segundo ele, crimes podem ser praticados por pessoas ruins, mas podem também ser cometidos por causa de elementos que cercam essas pessoas. “Crime não é algo aleatório, mas relacionado a um ambiente e dentro de um padrão. Com isso, temos condições de identificar locais e padrões que levam a essa prática e, assim, ajudar as polícias a buscarem formas de ação que visem à redução do crime”, disse.

Delegado da Polícia Federal e um dos organizadores da Ecca, Célio Jacinto vê, no evento, “uma oportunidade de divulgar uma filosofia diferente de enfrentamento do crime, aplicando conhecimentos acadêmicos na área policial”. O objetivo, segundo ele, é diminuir os altos índices de criminalidade do Brasil.

“Muitas novidades serão apresentadas aos policiais durante essa conferência. Teremos condições de levar a campo diversas técnicas de análise estatística e, por meio da análise desses dados, dar condições para que os gestores tomem medidas e decisões mais adequadas para o combate e a prevenção de crimes”, avalia o delegado. “Resumindo, a Ecca nos dará condições técnicas para definir onde e quando posicionar policiais para evitar ações criminosas.”

Para a perita criminal federal Alessandra Lisita, uma das áreas que poderão ser beneficiadas pelos conhecimentos apresentados na conferência é a de perícias de geoprocessamento. “Já recebemos muitos investimentos do DPF [Departamento de Polícia Federal], principalmente para capacitação de pessoal e aquisição de softwares. Estes são pontos de partida para o melhor aproveitamento dos conteúdos que serão apresentados nos próximos dias”, informou Alessandra à Agência Brasil.

“Com os dados dos satélites e as técnicas de estatística demonstradas, teremos mais condições para antecipar crimes e realizar trabalhos preventivos”, completou a perita.

“Nossos conhecimentos e técnicas estão inteiramente direcionados para a atividade policial. São preocupações que as polícias precisam levar em conta para entender o criminoso em determinados ambientes”, explicou o professor da universidade britânica Simon Fraser, Paul Brantingham.

A Ecca é um consórcio composto pelos maiores peritos mundiais nas áreas de criminologia ambiental, ciência criminal, prevenção situacional de crimes e policiamento orientado para problemas. É realizada anualmente com o objetivo de discutir os avanços técnicos e teóricos mais recentes na área de segurança, e as práticas de policiamento relacionadas à prevenção de crimes.

Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil. Edição: Nádia Franco.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.agenciabrasil.gov.br.

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