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Banco Santander não valoriza trabalhador com deficiência

Banco só comprou software especial para deficientes visuais após denúncia do Sindicato ao Ministério do Trabalho

São Paulo – Maria Cristina de Moraes Giorgi, 48 anos, bancária, deficiente visual. Funcionária do Santander desde 2005, sempre bem avaliada, tornou-se militante dentro de seu local de trabalho para reivindicar melhores condições para pessoas com deficiência.

Em uma agência do banco Santander ela fazia de tudo um pouco, desde atender telefonemas até trabalhos no computador. A reclamação principal da trabalhadora era por ter de forçar a vista diante da tela do computador, o que prejudicou ainda mais sua visão. Maria Cristina nasceu de 6 meses e meio, perdeu totalmente a visão em um olho e parte do outro. Hoje possui apenas 20% da visão em um dos olhos. Sem ter condições para trabalhar, com sua vista sendo mais prejudicada, Maria não cruzou os braços e denunciou a precariedade ao Sindicato.

A reivindicação foi feita pelo Sindicato em 2006: o banco precisaria comprar um software especial para pessoas com deficiência visual. Um deles é o Magic, mais apropriado para Maria, pois amplia as letras e é recomendado para deficientes com baixa visão. O software também possui sintetizador de voz. No mesmo ano, a reivindicação foi colocada na pauta do Comitê de Relações Trabalhistas.

O banco não atendeu ao pedido. Isaias Dias, diretor da Afubesp e membro do Conade (Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência), solicitou ao Ministério do Trabalho uma fiscalização, que foi feita e só então o banco atendeu à reivindicação, em 2008. “O discurso dos bancos sobre responsabilidade social se afunda no fato de os mesmos não cumprirem as cotas, e pior, contratar pessoas com deficiência e não dar condições de trabalho, nem de ascensão profissional”, diz a diretora do Sindicato e funcionária do Santander Vera Marchione.

Maria Cristina também reclama da falta de reconhecimento. “Sempre fui muito bem avaliada, nunca tive problemas em cumprir meus horários, nem de exercer minhas atividades com qualidade. Mesmo assim, quem tem algum tipo de deficiência não tem chance de ascensão dentro do banco”, conta a bancária que ficou seis anos desempregada antes de ser contratada pelo Santander. Agora, Maria Cristina está novamente sem trabalho.

Gisele Coutinho – 24/09/2009.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.spbancarios.com.br.

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