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Febraban admite pedido de apoio a policias na greve

Coordenador de Segurança da federação dos bancos confirma reunião que aconteceu no dia 11 de setembro

Greve é direito
São Paulo – Depois da confirmação da Secretaria de Segurança Publica do Estado, agora foi a vez da própria Febraban reconhecer que houve o encontro entre os bancos e representantes das polícias militar e civil para armar um esquema de repressão à greve dos bancários. A reunião foi confirmada pelo coordenador de Segurança da Febraban, Pedro Vioto, durante o encontro mensal da Ccasp (Comissão Consultiva para Assuntos da Segurança Privada, do Ministério da Justiça).

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Segundo o diretor do Sindicato, Daniel Reis, a denúncia dos trabalhadores foi apresentada nesta quarta-feira 30 à Polícia Federal pelos dirigentes sindicais. “Vioto disse com todas as letras que a Febraban se reuniu com a Polícia Civil e a Militar no dia 11 de setembro e que os bancos pediram o apoio da polícia para ‘garantir’ o livre acesso dos bancários que não quisessem participar da greve e dos clientes que queriam entrar na agência”, disse o dirigente.

Segundo Daniel, a confirmação de Vioto, que também é Diretor de Segurança do Bradesco, deixa claro que a Fenaban não estava disposta a resolver os problemas na mesa de negociação e que estavam se preparando para tentar desmobilizar os trabalhadores durante a greve.”Durante o tempo todo apostamos na negociação, mas a atitude da Fenaban mostrou que eles não tinham a mesma disposição. A nossa expectativa é que depois da forte resposta da categoria eles retomem os debates com proposta que atenda as reivindicações da categoria”, destaca o dirigente.

Na reunião do Ccasp, os diretores do Sindicato e da Contraf-CUT denunciaram também o uso dos interditos proibitórios pelos bancos para tentar impedir que os bancários exerçam seu constitucional direito de greve.

1ª confirmação – A reunião entre as polícias e os bancos já havia sido confirmada pela Secretaria de Segurança Pública no último dia 22. Na ocasião, o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, denunciou ao secretário estadual, Antônio Ferreira Pinto, a realização da reunião. Ferreira Pinto foi taxativo: “é evidente que houve a reunião. Isso é um equívoco. Não é um procedimento correto. A greve é um direito constitucional. A obrigação da PM é mantê-la em termos pacíficos”, destacou.

Fábio Jammal Makhoul -30/09/2009

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Contraf-CUT denuncia abusos dos bancos na greve para a Polícia Federal

A Contraf-CUT denunciou nesta quarta-feira, dia 30, a pressão descabida e truculenta exercida pelos bancos na greve nacional dos bancários, durante a 83ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos da Segurança Privada (CCASP) da Polícia Federal, em Brasília. Estiveram presentes representantes do Ministério da Justiça, Febraban, Exército, vigilantes e empresas de vigilância e transporte de valores, dentre outros.

O secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, entregou ao coordenador da CCASP, delegado Adelar Anderle, cópias de jornais e denúncias do Sindicato dos Bancários de São Paulo acerca dos abusos praticados pelos bancos para impedir o direito constitucional de greve do trabalhador. O dirigente sindical também fez um relato sobre a mobilização da categoria e a proposta rebaixada da Fenaban.

“A greve ocorre com força em todo país, apesar das medidas arbitrárias tomadas pelos bancos para reprimir as manifestações dos bancários”, destacou Ademir. Ele citou a mensagem enviada no dia 3 de setembro pela Febraban aos bancos, quando as negociações estavam na fase inicial. O documento, denunciado pela Folha Bancária, convida os representantes dos bancos para uma reunião secreta com o Comando de Policiamento da Capital, no dia 11 de setembro, cuja pauta previa o “planejamento de ações conjuntas frente aos movimentos grevistas em andamento no mês”.

Conforme o dirigente sindical, “enquanto os bancários apostavam no processo de negociação e aguardavam uma proposta, a Febraban já preparava um esquema com a polícia para reprimir a greve dos bancários”. O diretor de Segurança Bancária da Febraban, Pedro Viotto, reconheceu o direito de greve dos bancários e confirmou a reunião ocorrida entre os bancos e Polícia Militar de São Paulo antes da deflagração do movimento. Viotto, que também é representante do Bradesco, negou no entanto que o encontro fosse para definir repressão e sim “para organizar o acesso e o atendimento dos clientes”.

Ademir também lamentou a atitude dos bancos de chamar a polícia para furar a greve e ajuizar ações com pedido de interdito proibitório pelo Brasil afora. “Nenhum piquete ameaça o direito de propriedade. O que os sindicatos buscam é o convencimento dos bancários para exercer o direito de greve. Felizmente, este ano vários juízes estão negando o interdito e respeitando a luta dos trabalhadores”, destacou. O diretor da Febraaban nada comentou.

“Nós queremos resolver a campanha salarial na mesa de negociação, sem a interferência do Estado. A greve é um direito do trabalhador, garantido desde 1988 na Constituição Federal. É lamentável que mais uma vez os bancos priorizem o aparato policial e o Judiciário, em vez de negociar à exaustão com as entidades sindicais”, disse Ademir.

“É importante ouvir um diretor da Febraban reconhecer o direito de greve dos bancários, mas isso precisa ser colocado em prática, através de medidas concretas como a desistência do uso da polícia para retirar piquetes e abrir agências, o fim imediato da apelação para interditos proibitórios e, principalmente, a retomada das negociações e a apresentação de propostas que atendam as reivindicações dos trabalhadores”, destacou o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Daniel Reis, que também participou da reunião da CCASP.

Fonte: Contraf-CUT

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