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2010 pode ser o melhor ano da década, prevê presidente do IPEA

A economia brasileira cresceu 1,3% no terceiro trimestre deste ano na comparação com o segundo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), isto mostra “a continuidade da expansão do emprego e do rendimento do trabalho”. “Os salários continuam crescendo”, acrescenta.

“Mantido assim, nós deveremos esperar que 2010 seja o melhor ano da década”, prevê Pochmann.

Para ele, o Brasil está retomando a recuperação da crise que abateu o mundo. Na sua avaliação, isto não se deu pelo insuflamento do Estado brasileiro, que foi o que menos cresceu (0,5%), nem pelo consumo das famílias (2,0%), mas pelo crescimento do investimento (6,5%).

O setor industrial trouxe “boas notícias”, afirma. O PIB da indústria apresentou expansão de 2,9% no terceiro trimestre de 2009 em relação ao anterior. “Nós estamos crescendo da melhor maneira, que é pelo investimento, que gera capacidade futura de produção, que está adequada ao ritmo de consumo”, encadeia.

Apresentado o cenário, Pochmann prevê uma expansão em torno de 1 a 1,5% no PIB deste ano. “Ainda temos a esperança de que o último trimestre seja muito mais forte do que este terceiro”, explica.

Leia a íntegra da entrevista de Márcio Pochmann ao Terra Magazine:

Terra Magazine – A economia recuou 1,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Esse número é muito significativo, tendo em vista a crise global enfrentada?

Marcio Pochmann – De fato, o Brasil registrou uma inflexão nessa crise. Essa inflexão se deu, fundamentalmente no setor industrial, o que, de certa maneira, indica quando esse setor está internacionalizado. Ou seja, o que ocorre no mundo tem impacto imediato na indústria brasileira. Em segundo lugar tivemos um impacto importante no setor agropecuário, causado pelas importações. Mas o setor de serviços, voltado mais para o mercado interno, terminou não apresentando recessão, em ritmo de expansão. Talvez o maior problema dessa expansão se deva ao que se deu nos investimentos.

O senhor poderia explicar isso melhor?

O Brasil, praticamente de 2004 até 2008 registrou, depois do Milagre Econômico, o período mais longo de expansão de investimentos. O que apontava para um cenário de crescimento econômico. A crise terminou, então, impactando, justamente, na evolução desse setor de investimentos. A dúvida que se tinha até o momento era se esses investimentos, até aquele momento, tinham sido rompidos, ou postergados. Agora, os dados que foram apresentados agora, mostram que os investimentos foram apenas postergados.

Por quê?

Quando se compara o 3º trimestre com o 2º deste ano, os investimentos cresceram 6,5%. Então, aparentemente houve uma postergação em função da crise.

E agora, estamos retomando esses investimentos? É isto?

Exatamente.

PIB brasileiro cresceu 1,3% no 3º trimestre ante 2º trimestre. Alguns economistas mais descrentes da recuperação da crise afirmavam, no trimestre passado, que o Brasil tinha superado a recessão técnica, mas não tinha saído da crise. Podemos dizer que, com esse retorno dos investimentos, o Brasil saiu dessa crise? O que podemos esperar para o cenário que se desenha para 2010?

Comparando o 3º trimestre com o 2º, temos uma recuperação pelo investimento. A formação de capital fixo cresceu 6,5% e é o que mais cresceu entre todos os componentes. O consumo das famílias cresceu 2% e o do governo 0,5%.

O que isto quer dizer?

A recuperação da economia não está se dando pelo insuflamento do Estado, que é o que menos cresceu. Em segundo lugar, não é pelo consumismo das famílias, que poderia ter sido no crédito, não é isso também. Na verdade, a recuperação se dá pela forma mais adequada que é o crescimento do investimento.

O PIB da indústria apresentou expansão de 2,9% no terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. Isto se deve aos incentivos do governo? O senhor acredita que esses incentivos ao consumo de bens industriais podem trazer prejuízos como excesso de demanda para uma oferta que não acompanhe?

Esse crescimento da indústria é outra boa notícia. Mas eu tenho dúvidas a respeito desses prejuízos. Porque se nós estivéssemos crescendo, basicamente, ocupando a capacidade ociosa, sem investimento, certamente seria preocupante. Mas não é isso que o cenário nos mostra. Nós estamos crescendo da melhor maneira, que é pelo investimento, que gera capacidade futura de produção, que está adequada ao ritmo de consumo.

Podemos dizer que persiste uma certa margem de ociosidade dos fatores produtivos, como destacou o Copom ao manter a Selic em 8,75% ao ano?

Frente a uma opção de demanda, não haverá uma inflação de consumo, que não teremos como atender internamente. Sim, podemos dizer isso e essa avaliação me parece correta, mas não tem inserção no próprio movimento de redução da própria taxa de juros.

O que esse crescimento do PIB significa para o bolso do brasileiro?

A continuidade da expansão do emprego, que é outra coisa vinculada a própria expansão da economia crescimento de emprego. Significa também a recuperação do rendimento do trabalho, os salários continuam crescendo, inegavelmente, por conta da melhoria do desempenho econômico. Então, teremos a continuidade do crescimento e expansão da renda do trabalho.

Basicamente, aumento de emprego e de renda?

Nós deveremos esperar, se mantida essa situação, que 2010 seja o melhor ano da década.

Qual a previsão para o PIB deste ano?

Uma previsão de expansão em torno de 1 a 1,5%. Na verdade, ainda temos a esperança de que o último trimestre seja muito mais forte do que este terceiro. Então daria uma recuperação, mesmo que a base de comparação com o trimestre passado seja muito baixa.

Por Terra Magazine.

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Desafio em 2010 é mobilizar a sociedade para que o país continue avançando

Leia a resolução política do Diretório Nacional do PT, aprovada nesta terça-feira (8):

O Diretório Nacional do PT inicia sua resolução de Dezembro de 2009 saudando as vitórias de Pepe Mujica, nas eleições uruguaias, e de Evo Morales, nas bolivianas. Essas duas vitórias da esquerda em dois países sul-americanos que enfrentaram ditaduras e crises políticas demonstram que a população da região percebeu os avanços em seus países e renovou a confiança na perspectiva de que é possível construir um novo projeto para a região e para o mundo.

Registramos também, no final do ano de 2009, a nossa satisfação com a atuação do governo Lula no enfrentamento à crise econômica mundial. Em 07/11/2008, o DN, em sua resolução de conjuntura, afirmou:

A disputa em torno do enfrentamento à crise é um dos marcos centrais do embate político deste período. A oposição retorna com as teses dos anos 90, focando nos cortes de gastos e de investimentos como a receita padrão que afetou o Brasil e o mundo nas crises do México, da Ásia e da Rússia. Nosso governo refuta esse tipo de política e assume o compromisso de tomar as medidas anticíclicas necessárias. Neste cenário, a postura do governo, como líder e indutor de investimentos, será decisiva para o Brasil sair maior e melhor.

Nessa mesma resolução, apontamos várias providências que poderiam ser tomadas para inverter os sinais da crise, as quais foram adotadas pelo governo como estratégia de reversão da tendência de recessão e estrangulamento do crédito. Em dezembro, o presidente Lula, em rede nacional de rádio e tv, enfrentou a onda de pessimismo e fatalismo da mídia nacional, estimulando o povo brasileiro a levantar a cabeça e mostrar que, no Brasil, o tsunami poderia ser uma marolinha. O resultado está aí, inequívoco, reconhecido com má vontade por aqueles que enxergaram na crise mundial a derradeira oportunidade para derrotar o governo Lula, pouco importando para eles as consequências sociais de seus mórbidos desejos. À oposição resta obstruir a votação do pré-sal, em comportamento nitidamente desesperado, agindo contra os interesses nacionais. Resta, ainda, contabilizar o estrago do “panetonegate”, que coloca por terra o discurso hipócrita dos falsos vestais do DEM no DF, numa reprise ainda mais chocante dos escândalos do PSDB de Yeda Crusius no RS e de Azeredo, em MG. O PT reafirma a defesa da Constituinte específica e exclusiva para reformar o sistema político brasileiro, em especial o financiamento de campanhas e partidos.

O conservadorismo político tenta frear as conquistas sociais dos movimentos, atendidas pelo governo Lula, através da tentativa de criminalização dos movimentos sociais e de enfrentamento com os setores em luta. O PT reitera seu apoio à definição de novos parâmetros de produtividade da terra, à demarcação das terras indígenas e à redução da jornada de trabalho para 40 horas. Em razão do acirramento da violência contra povos indígenas e trabalhadores rurais, defendemos proteção federal para as lideranças ameaçadas.

Hoje, em dezembro de 2009, podemos dizer que o Brasil está crescendo fortemente. O desemprego cai, com a geração de mais de um milhão de novos empregos formais, neste ano. A indústria volta a investir, pois o mercado interno compensa a queda das exportações. O setor da construção civil comemora o recorde de vendas, sustentando pelo recorde de financiamento da Caixa Econômica Federal. Mesmo na crise, atesta o IPEA, a desigualdade entre os que vivem de salário seguiu caindo. A esperança venceu o medo, mais uma vez.

É fundamental manter a política de queda dos juros e as desonerações setoriais que incentivam investimentos e consumo de setores mais afetados pela queda das exportações. O governo deve continuar agindo para evitar a apreciação cambial e tomar medidas concretas para manter e ampliar a participação do Brasil no comércio internacional.

A retomada do crescimento econômico e as boas expectativas para 2010 mostram a justeza das decisões do governo, ao manter as transferências diretas para a população de baixa renda, os investimentos estatais via PAC, os compromissos assumidos com os servidores públicos e a recuperação da capacidade operativa do Estado – tendo inclusive reduzido o superávit primário, garantida a boa administração da divida publica em relação ao PIB.

O Brasil tem o que comemorar na área ambiental. A excepcional queda da taxa de desmatamento anual da Amazônia Legal ao mínimo de 7 mil km2 em 2008-2009 e a fixação de metas voluntárias de redução das emissões, de 36% a 39% para 2020, o que alavanca o papel do Brasil na COP15 em Copenhagen, onde a delegação brasileira deve cobrar dos países desenvolvidos metas obrigatórias de redução de suas emissões, compatíveis com suas responsabilidades históricas para o aquecimento global.

O PT considera como fundamental e estratégico para o futuro do país a aprovação do novo marco regulatório da exploração e produção de petróleo. Neste sentido, embora entenda como legítimas as demandas regionais em relação à distribuição dos royalties, o partido reafirma como objetivo central a aprovação do modelo de partilha como o melhor para que o país exerça sua soberania sobre o aproveitamento do potencial petrolífero brasileiro.

O PT manifesta seu apoio à corajosa atitude do governo brasileiro, na defesa da democracia em Honduras, na defesa da paz no Oriente Médio, na oposição à instalação de bases dos EUA na Colômbia, na articulação da Unasul. No próximo período, será fundamental a conclusão dos esforços para constituição do Banco do Sul, que fomente o desenvolvimento social, econômico, cientifico e tecnológico de nosso continente.
Manifestamos nossos votos de que a eleição no Chile, cujo primeiro turno será no próximo dia 13, conclua com a derrota das forças de direita.

Ademais, o governo brasileiro reforçou sua posição de destaque no cenário internacional, nessa crise. Propostas do Brasil foram adotadas por muitos outros países. Colocamos na pauta a necessidade da reformulação do FMI e do Banco Mundial e de uma supervisão do sistema financeiro internacional. Agora, no processo de preparação da COP15, o Brasil quebrou a aliança conservadora EUA-China, com a ambiciosa meta voluntária e a articulação do compromisso com a França, de atuação conjunta na conferência de Copenhagen.

Registramos, também com alegria, o sucesso de nosso 4º PED, que teve o comparecimento de mais de meio milhão de petistas, superando as marcas de 2005 e 2007. A força da militância petista foi mais uma vez demonstrada. Saudamos a todos os eleitores e eleitos e todos que concorreram nessas eleições partidárias. No entanto, essa quarta edição do PED reforça a necessidade de aprofundar o debate interno sobre a relação partido/filiado, com o objetivo de dar um sentido mais orgânico à filiação partidária, estabelecendo regras para a participação e sustentação financeira e política do PT, que não se limite ao ato de votar diretamente em suas direções, uma conquista da militância petista que não pode ser maculada por distorções típicas das disputas de poder.

O desafio que se coloca, no início de 2010, é a consolidação do projeto democrático e popular no Brasil. O PT assume a liderança do projeto presidencial que se propõe a dar prosseguimento às transformações do governo Lula. Pela primeira vez, desde a fundação do PT, Lula não será nosso candidato, mas será figura da maior importância na disputa de 2010. A pré-candidatura da companheira Dilma, reveste-se desse simbolismo. É a coordenadora das ações do governo Lula, apoiadas por 83% do povo brasileiro, que nos representará na chapa majoritária de 2010.

A missão do PT é construir a estratégia de mobilização que fará do ano de 2010 não apenas um ano eleitoral, mas um ano de intensa participação política, em defesa de nossas conquistas. Para tanto, o balanço e o programa de governo terão função central. É preciso popularizar esse debate, desde já. É necessário, também, construir uma ampla base de alianças para propiciar a reeleição de nosso projeto político e a consolidação da coalizão que sustenta o governo. O PT Nacional também deve priorizar a reeleição de nossos projetos nos estados que governamos e ampliar o número de estados que o PT governa. Outra meta fundamental é ampliar nossas bancadas na Câmara, assembléias legislativas e no Senado, objetivo essencial para a agenda de mudança que queremos para o Brasil.

Uma das mudanças mais urgentes é a efetiva democratização das comunicações, objeto da Conferência Nacional que ocorrerá nos próximos dias. O PT acompanhou as etapas estaduais e estará presente na etapa nacional. O povo brasileiro tem direito à comunicação e informação objetiva de qualidade.

O Diretório Nacional do PT transmite a todos os filiados, simpatizantes e eleitores do PT nossos votos de boas festas e descanso merecido, que nos prepare para as grandes lutas de 2010.

Brasília, 8 de dezembro de 2009

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.pt.org.br.

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