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Brasil: remessa de lucros já é o dobro do saldo comercial

Entre janeiro e novembro o déficit nas “transações correntes” (balança comercial + serviços + rendas + transferências unilaterais correntes) já chegou a US$ 18 bilhões e 77 milhões, apesar da balança comercial estar superavitária em US$ 23 bilhões e 256 milhões. Esse déficit se deve às remessas para o exterior dos itens “rendas” e “serviços”, que somaram US$ 44 bilhões e 230 milhões, quase o dobro do que entrou pela balança comercial.

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Até novembro, as remessas somam US$ 44,230 bilhões

Quase o dobro do saldo comercial desde janeiro

Durante todo o ano passado, entraram no país (já descontadas as saídas) US$ 1 bilhão e 133 milhões em “investimentos estrangeiros em carteira” (IEC) – dinheiro meramente especulativo, para manipulações na Bolsa, para papéis do governo com juros altos, para cassinos de “derivativos”, etc.

Neste ano, de janeiro até novembro, e com os bancos, empresas e fundos dos EUA quebrados, já entraram 38 vezes o montante do ano passado: US$ 43 bilhões e 71 milhões (cf. Boletim do BC, 17/12/2009). Qualquer matuto desconfiaria que debaixo desse angu cambial tem alguma coisa desagradável. Porém, o ministro Guido Mantega disse, na entrevista que comentamos em nossa última edição, que “teremos um déficit em transações correntes, que será coberto por poupança externa”. Então, por que ele mesmo estabeleceu 2% de IOF sobre as entradas especulativas?

O problema é: o que está causando o déficit? De janeiro a novembro, o déficit nas “transações correntes” (balança comercial + serviços + rendas + transferências unilaterais correntes) chegou a US$ 18 bilhões e 77 milhões, apesar da balança comercial estar superavitária em nada menos do que US$ 23 bilhões e 256 milhões. Logo, esse déficit se deve às remessas para o exterior em “rendas” e “serviços” (as “transferências unilaterais correntes” – em geral, envio de dinheiro por parte de brasileiros no exterior – não interferem no resultado: em 11 meses, foram US$ 2,9 bilhões).

A totalidade dessas remessas somaram US$ 44 bilhões e 230 milhões. Ou seja, quase o dobro do saldo comercial. Em suma, estamos sendo sangrados pelas remessas de lucros, declaradas ou ocultas.

A propósito, existem muitas formas de mascarar remessas de lucros. Nos pagamentos de “serviços”, frequentemente são ocultadas como “serviços financeiros”, “royalties e licenças”, e, inclusive, como pagamento de fretes, já que parte ponderável – aliás, mais de 50% – das exportações e importações das multinacionais é realizada dentro da própria companhia; a mesma coisa quanto ao pagamento dos serviços de “computação e informações” e nos “aluguéis de equipamentos”. Certamente, nem toda despesa com esses serviços é remessa de lucros. Porém, somente isentaríamos dessa possibilidade as “viagens” e “serviços governamentais” – que, no período, constituíram cerca de 13% das remessas.]

No momento, já estamos cobrindo esse déficit com “poupança externa”, exatamente quando os EUA invadem outros países com pororocas de dólares sem lastro, para saqueá-los através da especulação – e, via sobrevalorização das outras moedas, através do comércio exterior.

No período citado, entraram US$ 20 bilhões e 858 milhões em “investimento direto estrangeiro” (IDE – dinheiro sobretudo para comprar empresas ou aumentar a participação no capital). Porém, cobrir o rombo com o IDE – isto é, liquidando mais uma parte do capital nacional e de empresas nacionais – é aumentar o rombo em pouco tempo, pois ele implica em aumentar as remessas para o exterior, na medida em que as empresas que engole passam a enviar lucros para a matriz.

No momento nosso crescimento é baixo, mas não pretendemos ficar assim até o dia do Juízo Final. Ao acelerarmos outra vez, será inevitável um aumento nas importações, sobretudo com a enxurrada de dólares que invade o pais, sem que as exportações, travadas pela invasão da moeda americana as compensem. Portanto a tendência do déficit seria, também por aí, a de aumentar, tornando-nos dependentes do capital especulativo – e derrubando outra vez o crescimento.

Já abordamos, em outras matérias, o crescente sangramento causado pela entrada de IDE. Como frisa um dos poucos economistas brasileiros que se especializaram no estudo das multinacionais, em artigo ainda de 2006, “das 500 maiores empresas globais listadas na revista Fortune, cerca de 440 já possuem operações no Brasil (….) o IDE demanda remessas futuras de lucros e dividendos ao exterior” (Antonio Corrêa de Lacerda, “Os investimentos estrangeiros e o Brasil”).

Entretanto, em 2006 o IDE foi de US$ 18 bilhões e 822 milhões. Em 2007, dobrou: US$ 34 bilhões e 585 milhões. Em 2008, alcançou US$ 45 bilhões e 60 bilhões.

Houve quem se regozijasse por essa entrada e achasse que essa desnacionalização em massa de empresas brasileiras era um sinal espetacular de sucesso econômico – e até pregasse que esta era a base para o nosso crescimento, tecendo loas a “investment grades” e outras besterias que, poucos meses depois, estariam na sarjeta de Wall Street, junto com os seus inventores.

Como a realidade comprovou e está comprovando, “por mais atrativo que o país venha ser na atração de investimento externo, a dinâmica das economias é dada mesmo pelo investimento doméstico. Até mesmo no caso chinês, campeão de atração de IDE, o investimento estrangeiro responde por menos de 10% do total de investimento total. Ou seja, 90% do investimento realizado é financiado por capital ‘made in China’” (Antonio Corrêa de Lacerda, art. cit.).

E, mais detalhadamente, em outro artigo:

“Na média, 90% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF), o total dos investimentos públicos e privados dos países, é realizada com recursos próprios. (….) mesmo no caso dos países asiáticos, em que a FBKF é superior a 30% do PIB a parcela dos investimentos diretos estrangeiros (IDE) equivale a menos de um décimo do investimento total. No caso da China é muito comum que se destaque o fluxo de ingresso de IDE, que foi de US$ 72 bilhões no ano passado [2005], montante que deve ser superado esse ano. Ocorre que a FBKF chinês foi de 42% do PIB, ou algo próximo de US$ 800 bilhões. Nesse caso o IDE contribuiu na forma bruta em (apenas) 8%” (Antonio Corrêa de Lacerda, “O papel do investimento estrangeiro para os países”, novembro, 2006).

Além de que “[o IDE] é cada vez mais relacionado às operações de fusões e aquisições de empresas no exterior, do que a novos projetos (green field investments). Ou seja, o chamado investimento é em muitos casos uma mera transferência patrimonial” (grifo nosso), prossegue o autor, “o IDE terá sempre um papel marginal, complementar. A dinâmica das economias será sempre dada pelo investimento doméstico. Não é adequado exigir-se do IDE aquilo que historicamente não lhe coube. Ou seja, o Estado e o capital privado doméstico precisam estar presentes e liderar os investimentos”.

Parece óbvio, pela simples razão que o IDE obedece à dinâmica de outra economia – portanto, não pode ser base do crescimento da nossa economia.

Pode-se corrigir erros anteriores ou pode-se mantê-los – mas, nesse caso, somente à custa de aumentar os erros e o seu tamanho para, dentro em breve, estar pendurado não no IDE, o que já seria melancólico, mas no capital especulativo, e no momento em que ele é mais agressivo ao país.

Por CARLOS LOPES.

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EUA desvaloriza moeda para sugar o mundo

Invasão do Brasil pelo dólar virtual passa de 17 bilhões em outubro

Guerra cambial exige defesas mais eficazes

A entrada de capital estrangeiro especulativo em outubro atingiu US$ 17 bilhões e 119 milhões, um recorde segundo o BC. Desse total, US$ 14,449 bilhões foram para compra de ações e US$ 2,67 bilhões para renda fixa. Desde julho, essas aplicações totalizam US$ 37,431 bilhões. A cobrança de 2% de IOF sobre aplicações estrangeiras especulativas, instituída em 19 de outubro, se mostrou insuficiente para fazer frente à enxurrada de dólares que tem desaguado no país. A emissão exagerada de moeda pelos EUA chegou a triplicar a quantidade de dólar circulante no mundo, corroendo o câmbio de diversos países, especialmente do Brasil.

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Entrada de dólar especulativo é recorde em outubro: 17,119 bi

Em 4 meses, entradas somam US$ 37 bilhões

O ingresso de investimentos estrangeiros em carteira, dinheiro puramente especulativo, somou em outubro nada menos que US$ 17,119 bilhões, um recorde segundo o Banco Central. Desde julho, essas entradas totalmente parasitárias e predatórias totalizaram US$ 37,431 bilhões.

A maciça entrada de dinheiro especulativo em outubro se deu mesmo com a instituição, em meados do mês, da cobrança de 2% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre capital estrangeiro aplicado em ações e títulos de renda fixa.
Os números divulgados na terça-feira demonstram bem a política deliberada dos Estados Unidos de jorrar bilhões de dólares sem lastro, emitidos após setembro de 2008, com as taxas de juros daquele país estabelecidas em zero ou próximo de zero. As operações de “carry trade” (tomada de empréstimos a juros baixos para aplicar especulativamente em países onde o juro é mais alto) dos bancos norte-americanos, operações que passaram a inundar o mundo de dólares, não são apenas uma consequência dessa política de emissão desabalada e juros a zero. Rigorosamente, essa política monetária dos EUA força essas operações, de forma consciente e deliberada. Trata-se, sinteticamente, da tentativa de sair da crise em que os monopólios financeiros lançaram a economia americana, através da pilhagem da economia de outros países – nesse caso, de todos os outros países (ver matéria na página 6).

Essa enxurrada de dólares tem provocado a sobrevalorização do real, deteriorando as exportações e estimulando as importações. Segundo o ex-ministro Delfim Netto, “as empresas estão substituindo as cadeias produtivas internas pelas importações e instalando-se no exterior para substituir exportações tornadas não competitivas pela taxa de câmbio. Essa supervalorização e volatilidade são também nocivas para o setor agrícola, que tem de preocupar-se com a taxa de câmbio no plantio (que determina seus custos) e estimar a taxa de câmbio na colheita (que determina sua receita)”.

Somente nos dez primeiros meses de 2009, a apreciação do real ante à moeda norte-americana já se aproxima de 40%.

O resultado de outubro demonstra, também, que a taxação do IOF é uma medida muito tímida diante dessa guerra cambial. Antes de mais nada, é preciso reduzir drasticamente as taxas de juros reais para os patamares internacionais, entre zero e 1% ao ano. No Brasil, os juros reais do BC estão em 4,3%. Além disso, acabar com a isenção de Imposto de Renda aos especuladores estrangeiros – para defender nossa eeonomia na guerra cambial deflagrada pelos EUA, seria um bom começo.

No mês passado, o déficit nas transações (balança comercial, serviços e rendas e transferências unilaterais) somou US$ 2,911 bilhões. O resultado da balança comercial foi superavitário em US$ 1,328 bilhão. A conta de serviços e rendas (onde estão a maior parte das remessas de lucros, oficiais e disfarçadas) teve déficit de US$ 4,456 bilhões. No acumulado do ano, o déficit em conta corrente foi de US$ 14,788 bilhões.

Por VALDO ALBUQUERQUE.

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Especuladores ganham 10,6% só com diferencial do câmbio

MATÉRIA PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 5 A 9 DE JUNHO DE 2009

Diferença entre taxas de juros internas e externas aumentaram com resistência em cortar Selic

Nos últimos dias, enquanto a taxa de câmbio provocava protestos de empresários nacionais – afetados pelo encarecimento de seus produtos no mercado externo e pelo barateamento das importações, que ocupam, mais uma vez, uma faixa crescente do mercado interno – surgiram algumas pessoas para saudar os dólares que, momentaneamente, estão entrando no país, como se fossem a redenção da economia.

Resumidamente: o real se sobrevaloriza porque os dólares entram no país em cambulhada – e, quando acontece isso, as empresas nacionais são solapadas pela maior dificuldade de vender tanto no mercado fora do Brasil quanto dentro do país.

Vamos logo aos termos da linguagem popular: achar que isso é bom para a economia do Brasil é coisa de maluco, ou de ingênuo, ou de elemento de má fé.

Até porque estamos diante de uma incursão meramente especulativa, como mostra o fluxo cambial de maio, divulgado pelo Banco Central. Para se ter uma ideia, os especuladores, somente em maio, ganharam 10,6% sem fazer absolutamente nada, apenas trocando dólares por reais e reais por dólares, devido à taxa de câmbio. Somente com essa vadia operação, ficaram com mais 10,6% do que aquilo com que entraram no país.

Naturalmente, eles não ganharam só com isso – também ganharam com os juros do BC, com ações na Bolsa, com a papelada do cassino, isto é, do “mercado futuro”, e especulando no mercado a vista do dólar. Isso, evidentemente, sem criar um só emprego no país, sem abrir um armarinho ou um botequim, quanto mais (ou menos) uma fábrica.

Porém, o que faz com que o real suba artificialmente, embalado por um câmbio que somente “flutua” de acordo com a manipulação dos especuladores? E por que, no meio de uma crise, em vez de retirarem recursos do país, eles estão entrando com dólares?

Em primeiro lugar, eles estão retirando recursos do país – esses 10,6% de ganho são recursos do país. Se ainda não saíram do país, se ainda não enviaram esses recursos para fora, é apenas porque o bolo está crescendo – isto é, estão sequestrando mais recursos do país e enfiando-os em seus cofres.

Em segundo lugar, como já disseram vários economistas, no primeiro aperto da crise, ou aqui ou em seus países, eles todos farão uma revoada – levando, inclusive, as reservas, essa coleção de fumaça do sr. Meirelles, pois não há como classificar de outro modo uma montanha de dinheiro constituída pelos dólares que os especuladores trocaram por reais, e que podem destrocar na hora que quiserem.

Mas por que eles vieram agora, se desde a falência do Lehman Brothers, em setembro, estavam ocupados em tirar com um balde a água que entrava aos borbotões em seu barco? Primeiro, eles estão usando o dinheiro do povo americano – até agora, o governo americano injetou US$ 14,9 trilhões (mais do que o PIB dos EUA) no sistema financeiro, segundo relatório do Deutsche Bank (cf. “U.S. Rescue Aid Entrenches Itself”, The Wall Street Journal, 21/05/2009).

Porém, o mais decisivo é que Meirelles ofereceu carne – a nossa – para os abutres. O motivo mais fundamental da atual invasão é simples: o diferencial de juros do Brasil em relação a quase todos os países é estúpido. Não é apenas que todos os países do mundo, com exceção de quatro, têm juros reais que não chegam a 2%. O mais importante é que a taxa real do BC, 5,8% é cavalar em relação aos EUA, onde o juro real está em zero, à Europa – onde o juro real mais elevado (o de Portugal) é 1,7%, o da Alemanha é 0,6% e o da Inglaterra é -2,3% (menos 2,3%) – e ao Japão, onde o juro básico real é 0,2%.

Evidentemente que os abutres, sobretudo quando estão com fome, não iam dispensar essa presa. Nada como tomar dinheiro em seus países a preço zero e vir ganhar mais de 10% sem fazer nada.

A única pessoa no país que nega que o diferencial de juros seja o responsável pela sobrevalorização do real, é o presidente do BC. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo disse outro dia que “eu não sei se ele diz isso por convicção ou por escapismo, mas é lamentável em qualquer hipótese”. Como se sabe, Belluzzo é um homem muito educado. Por isso não lhe ocorreu, ou não falou, em outra hipótese, muito mais provável: que Meirelles faça isso por interesse. Não por acaso é funcionário aposentado do BankBoston.

Com razão, afirma Belluzzo, “se não quiserem controlar capitais, por julgarem um sacrilégio, que pelo menos reduzam bastante a Selic”.

No entanto, segundo a propaganda de Meirelles, o Brasil nunca teve juros tão baixos. Além de não ser verdade – já houve até juro negativo no Brasil – Meirelles está escondendo o mais importante: o diferencial entre os juros do Brasil e os juros dos EUA, Europa e Japão, aumentou, não diminuiu.

O diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, em termos reais, é, hoje, de 5,8 pontos percentuais – isto é, o juro básico real é 580% maior que o dos EUA.

Pois em fevereiro e março esse diferencial era de 5,35 pontos percentuais. E, mais, o diferencial aumentou barbaramente do início da crise americana até dezembro, pois, enquanto o FED (o BC dos EUA), em 2008, reduzia a sua taxa básica de 2% nominais para 0,25%, o BC do sr. Meirelles aumentava a taxa nominal de 11,25% para 13,75%, mantendo esta elevadíssima taxa durante todos os quatro meses iniciais da crise. É verdade que em termos nominais houve uma redução do diferencial em janeiro, como disseram alguns áulicos de Meirelles – mas isso não significa nada. O problema são as taxas reais.

Aliás, esses áulicos, geralmente do PSDB ou coisa que o valha, deveriam consultar um correligionário, o economista Yoshiaki Nakano, ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. Em recente artigo, diz o sr. Nakano, que pode ser reacionário, mas não é um muar, como certos colegas seus de partido: “o Banco Central do Brasil reagiu com cautela excessiva, olhando a inflação pelo retrovisor (….). Além disso, quando sinalizou que os juros seriam reduzidos em ritmo bastante lento, o diferencial entre os juros aumentou fortemente, já que os demais países reduziram suas taxas mais agressivamente. O aumento no diferencial da taxa de juros por si só foi um fator de forte atração [para os especuladores], pois os bancos e outras instituições podem captar no mercado monetário de curto prazo a taxa de juros próxima a zero nos EUA” (grifos nossos).

E, mais:

“Para o capital especulativo existe ainda outro fator que torna o real extremamente atraente. O nosso regime de ‘câmbio flutuante’ é presa fácil de profecias que se autorrealizam (….). E cada ponto percentual de apreciação se soma ao diferencial da taxa de juros para compor o retorno do especulador. (….) Assim, o lento ritmo de queda na taxa de juros e a expectativa de apreciação tornaram o real uma aplicação com altíssimo retorno em meio a uma grande crise financeira. Quanto mais especuladores são atraídos, mais o real se aprecia e maior é seu retorno. Desta forma, a taxa de câmbio deverá se apreciar ainda mais de acordo com a convenção do mercado. No momento, aparentemente, a convenção é de que a taxa de câmbio vai cair para R$ 1,80. Ao chegarmos a esta taxa, novas quedas poderão ocorrer segundo uma nova convenção e, numa profecia que se autorrealiza, atrairá cada vez mais especuladores”.

Não deixa de ser interessante que Nakano consiga ver em que poderá redundar, se não forem tomadas as necessárias providências, esse festival especulativo: “As suas consequências são previsíveis, com segurança: o real já apreciou e desencadeou um ciclo de apreciação que deverá terminar bruscamente, em algum momento, causando dramática reviravolta”.

Nós diríamos, apenas, que isso é óbvio.

CARLOS LOPES.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.horadopovo.com.br.

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