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Por 22:37 Sem categoria

Leis dos Estados Unidos provocaram a crise financeira

Os bancos não quebraram por falta de regras, disse em seminário o técnico Adolfo Sachsida, do Ipea

“O preço dos imóveis subiu nos Estados Unidos porque havia uma ideia de que todo cidadão deveria ter um imóvel”, afirmou o doutor em economia Adolfo Sachsida para o público que compareceu ao seminário Uma Interpretação Liberal da Crise Financeira, realizado na tarde desta quinta-feira, 28, no Ipea, em Brasília.

Sachsida, técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto, considera que ainda é cedo para acusar os bancos e exigir uma regulamentação rígida do sistema financeiro. O Congresso norte-americano, segundo o pesquisador, criou uma série de leis que colaboraram para a crise. “Alguns bancos foram processados porque não ofereciam crédito às minorias”, ressaltou.

Outra lei que cooperou para a quebra dos grandes bancos foi a que estabeleceu o direito de as empresas estatais Fannie Mac e Freddy Mac, uma espécie de Caixa Econômica Federal dos EUA, comprarem qualquer título hipotecário. Na visão do pesquisador, essa lei, somada aos juros artificialmente baixos mantidos pelo Banco Central, o FED, contribuiu mais ainda para aumentar os efeitos da crise, principalmente porque atingiu fundos de pensão e investimentos de governos estrangeiros.

“Países com taxa de câmbio fixa e superávit comercial com certeza perderam muito dinheiro”, afirmou Sachsida. Ele questionou o papel das agências de rating, responsáveis pela análise e classificação de riscos atribuídos a empresas ou países. “Essas empresas erraram muito”, comentou. Para Sachsida, déficit em conta corrente, por exemplo, não é problema. “Só é problema para países com taxa de câmbio fixa.”

O seminário foi promovido pela Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac). Ao longo do ano, a diretoria promoverá uma série de seminários abertos ao público para debater questões macroeconômicas.

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Especialista discute prejuízos do fluxo ilícito de dinheiro
(26/01/2010 – 15:02)

Em evento realizado pela Dicod, Raymond Baker explicou a estrutura usada para operações ilegais entre fronteiras

A necessidade de que os países reconheçam os efeitos do fluxo ilícito de capitais sobre os mais pobres foi um dos temas do seminário Fluxos Ilícitos e Sistema Financeiro Internacional Paralelo, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O palestrante foi Raymond Baker, diretor geral da Força-Tarefa sobre Integridade Financeira e Desenvolvimento Econômico e analista do Centro para Política Internacional, em Washington (EUA).

Autor de livros sobre o tema, Baker disse que a motivação básica por trás do fluxo ilícito de dinheiro nos países em desenvolvimento é transferir dinheiro dos pobres para os ricos. “Isso é um fato. O dinheiro sai das mãos dos países onde vive 80% da população mundial para as mãos dos países que têm 20% da população do mundo”, disse. O especialista afirmou que é preciso que o G8 e o G20 reconheçam esse vínculo entre os fluxos ilícitos e o impacto nos países em desenvolvimento.

Segundo Raymond Baker, a estrutura sombria que permite esse fenômeno é formada por paraísos fiscais; jurisdições sigilosas, que tornam impossível rastrear os reais donos das empresas; flee clauses, cláusulas que determinam a mudança de domicílio da empresa quando há tentativa de identificar os proprietários; fundações anônimas; documentação falsa; subfaturamento e superfaturamento em importações e exportações; e brechas na lei, entre outros.

De acordo com o especialista, toda essa estrutura é, hoje, utilizada por outros criminosos para movimentar seu dinheiro “sujo”. “Ela foi criada pelos países ocidentais com o objetivo de mover dinheiro entre fronteiras. Nos anos 1960 e 1970, os traficantes de drogas gostaram da ideia e passaram a adotar os mesmos meios para transferir dinheiro ilegal para fora de seus países. Nos anos 1980 e 1990, foi a vez dos gângsteres. Depois, no fim dos anos 1990 e início do novo século, os financiadores do terrorismo seguiram pelo mesmo caminho. Os criminosos não inventaram nada. Eles se aproveitaram de mecanismos que nós criamos.”

Baker diz que não há como parar esses fluxos, mas é possível reduzi-los substancialmente por meio de medidas já adotadas em alguns países. Alguns exemplos são a exigência de identificação dos donos de empresas e de prestação de informações sobre transações internacionais; tratados que permitam a troca automática de informações entre fronteiras e a adoção de regras para evitar o sub e o superfaturamento nas transações de comércio exterior.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.ipea.gov.br.

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