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Brasil e Argentina vão se reunir periodicamente para integrar e expandir comércio agrícola

Brasília – Os ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Brasil, Wagner Rossi, e da Argentina, Julian Domínguez, acertaram ontem (31), em Buenos Aires, que os dois governos se reunirão a cada três meses para tratar da agenda bilateral de comércio e cooperação nas áreas de defesa sanitária e de tecnologia ligadas ao agronegócio. Segundo Rossi, a medida é um marco para a integração e o comércio agrícola entre os dois países.

No início de julho haverá uma nova reunião, em Brasília, dessa vez com a participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina (Inta). Alguns assuntos ligados à questão sanitária serão discutidos entre a Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa e o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Alimentar argentino.

O encontro dos ministros em Buenos Aires ocorreu três semanas depois de a imprensa argentina noticiar que o secretário de Comércio daquele país, Guillermo Moreno, havia informado aos donos de supermercados que seria proibida a importação de alimentos industrializados que tivessem similar produzido na Argentina. A informação foi negada, na última sexta-feira, no Rio de Janeiro, pela presidente argentina Cristina Kirchner, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Rossi e Domínguez se comprometeram a trocar informações estratégicas de seus ministérios que possam ajudar a criar novas oportunidades no comércio internacional. Juntos, Brasil e Argentina são responsáveis pela maior produção mundial de soja, ultrapassando os Estados Unidos. Com credenciais como essa, as duas nações pretendem aumentar a importância dos países sul-americanos no mercado mundial de alimentos.

O Ministério de Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação foi criado pelo governo argentino em setembro do ano passado. Antes, era uma secretaria ligada ao Ministério de Economia e Finanças Públicas. Domínguez é o primeiro a assumir posto e, segundo o Mapa, apresentou a Rossi um plano estratégico agroalimentar e agroindustrial que valera para os próximos seis anos no país vizinho.

Por Danilo Macedo – Repórter da Agência Brasil. Edição: Vinicius Doria.

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Empresários do Brasil e da Argentina aguardam decisão sobre barreiras comerciais

Buenos Aires – Exportadores e importadores brasileiros e argentinos aguardam para hoje (1º) a definição do governo de Cristina Kirchner sobre a polêmica iniciativa da Secretaria do Comércio Interior de estabelecer barreiras comerciais a produtos industrializados não só do Brasil, mas também de países europeus.

No mês passado, o secretário Guilhermo Moreno reuniu-se com diretores de supermercados e determinou que a partir de hoje produtos enlatados com similares na Argentina sejam proibidos de entrar no país, iniciativa que teria o objetivo de proteger a indústria local. O problema é que a determinação do secretário não consta em qualquer documento de governo, tratando-se apenas de uma ordem verbal repassada a funcionários dos vários escalões da secretaria.

Mesmo sem uma definição oficial, a ordem de Moreno acabou provocando a interrupção do trânsito de caminhões que transportavam produtos industrializados brasileiros entre a cidade gaúcha de Uruguaiana e a argentina de Paso de los Libres. Os caminhões foram liberados três dias depois mas, a partir do incidente na fronteira, a provável entrada em vigor de barreiras comerciais começou a gerar pronunciamentos no alto escalão do governo argentino.

No dia 22 de maio, o ministro da Economia, Amado Boudou, afirmou que não existiam barreiras para a entrada de qualquer tipo de alimento no país. O anúncio de Boudou não foi suficiente para que a imprensa argentina esgotasse o assunto. Informações sobre o cancelamento de pedidos feitos por importadores de produtos brasileiros a partir da ordem verbal do secretário Moreno começaram a circular em Buenos Aires.

Na sequência, os ministros do Interior, Florencio Randazzo, e da Indústria, Debora Giorgi, também se pronunciaram publicamente, confirmando a inexistência de barreiras comerciais a produtos alimentícios brasileiros e europeus.

No Brasil, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou que o governo estava atento ao futuro do comércio com a Argentina, enquanto o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, disse que se as barreiras argentinas entrassem em vigor, o Brasil retaliaria.

Na semana passada, depois de encontrar-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Rio de Janeiro, durante o Fórum da Aliança de Civilizações, a presidente Cristina Kirchner pronunciou-se pela primeira vez sobre o assunto e foi taxativa: “Não haverá restrições às importações brasileiras”, disse.

Cristina afirmou, na ocasião, que em vez de criar problemas para o comércio com o Brasil, a Argentina quer equilibrar a relação bilateral, uma vez que, atualmente, a pauta comercial é favorável aos empresários brasileiros. “O crescimento econômico dos dois países não é incompatível, mas complementar”, afirmou a presidente. Segundo ressaltou Cristina Kirchner, “o presidente Lula sabe que no mundo de hoje é preciso considerar os países não como clientes, mas como sócios e é esse o caso entre o Brasil e a Argentina”.

De acordo com dados oficiais do governo argentino, divulgados recentemente pela ministra da Indústria, Debora Giorgi, o fluxo comercial entre os dois países aumentou 48% no primeiro quadrimestre de 2010 em relação ao mesmo período do ano passado. O saldo comercial registrou déficit de US$ 859 milhões para a Argentina. Entre janeiro e abril deste ano, as exportações para o Brasil totalizaram US$ 4,096 bilhões, o que significa um crescimento de 39% em relação ao ano passado. As importações chegaram a US$ 4,955 bilhões, 57% a mais na comparação com 2009.

Por Luiz Antônio Alves – Correspondente da Agência Brasil na Argentina. Edição: Talita Cavalcante.

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