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Banco Bradesco tem lucro maior com crédito forte e calote menor; começou a safra de lucros dos bancos

SÃO PAULO (Reuters) – Ritmo acelerado das operações de crédito, maiores receitas com serviços e despesas menores com provisão para perdas com calotes fizeram o Bradesco surpreender o mercado com resultado acima das expectativas no segundo trimestre.

O segundo maior banco privado do país informou nesta quarta-feira que fechou o período com lucro líquido de 2,4 bilhões de reais, um avanço de 4,7 por cento sobre um ano antes.

Excluídos eventos não recorrentes, o lucro somou 2,455 bilhões de reais, 23 por cento a mais que em igual período de 2009 nessa mesma base. A média das previsões de analistas consultados pela Reuters apontava ganho recorrente de 2,265 bilhões de reais.

No semestre, o lucro líquido ajustado de 4,6 bilhões de reais foi o maior da historia dos bancos brasileiros listados em bolsa, segundo a Economatica.

De acordo com o presidente-executivo do banco, Luiz Carlos Trabuco, uma das explicações para esse resultado é o aumento do poder de compra das pessoas, especialmente as de menor renda, a base de clientes do Bradesco, na esteira do bom desempenho recente da economia.

“Isso tem a ver com a base de clientes que tem melhorado o padrão de vida”, disse Trabuco em teleconferência com jornalistas nesta quarta-feira.

De fato, a carteira de crédito de varejo foi o carro-chefe da expansão de 15 por cento dos financiamentos totais do banco em relação a junho de 2009, para chegar a 244,8 bilhões de reais. Enquanto os empréstimos para pessoas avançaram 20,7 por cento, os voltados para empresas cresceram 12 por cento.

O movimento trouxe outros dois ingredientes positivos para o resultado trimestral.

Como o ganho por operação no varejo é maior do que para empresa, a margem financeira de juros do banco evoluiu 13,2 por cento sobre o segundo trimestre de 2009.

Em outra frente, a receita com prestação de serviços totalizou 3,25 bilhões de reais, um incremento de 11,7 por cento, também na comparação anual.

De quebra, a forte atividade econômica, com redução dos níveis de desemprego, empurrou a inadimplência –medida pelo saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias– a 4 por cento, o menor nível desde o final de 2008, no ápice da crise desencadeada com a quebra do Lehman Brothers.

Diante disso e enxergando potencial para redução ainda maior desse indicador nos próximos trimestres, o Bradesco viu suas despesas com provisões para perdas com calotes recuar pelo quarto trimestre seguido, para 2,16 bilhões de reais, volume 30,7 por cento menor que no fim da primeira metade de 2009.

“A redução das despesas com PDD (provisão para perdas com devedores duvidosos) foi um grande alavancador dos resultados”, disse o vice-presidente-executivo do banco, Domingos Abreu, também na teleconferência.

A reação do mercado ao balanço era de entusiasmo. Às 14h16, a ação do Bradesco na Bovespa tinha alta de 3,70 por cento, a 31,95 reais. No mesmo instante, o Ibovespa subia 0,42 por cento.

“O resultado do segundo trimestre continua mostrando a recuperação do crescimento da carteira de crédito do banco, assim como a continuidade da queda da inadimplência, agora também no segmento de pessoas jurídicas”, disse a analista Mariana Taddeo, da Link Corretora, em relatório obtido pela Reuters.

No final de junho, os ativos totais do Bradesco somavam 558,1 bilhões de reais, avanço de 15,7 por cento em 12 meses.

PREVISÕES OTIMISTAS

De acordo com Trabuco, mantida a tendência do segundo trimestre, o Bradesco, assim como seus concorrentes no setor privado, deve retomar o market share perdido para os bancos estatais no mercado de crédito durante a crise.

“A tendência no médio prazo é os bancos privados retomarem participação de mercado”, afirmou.

E embora o índice de Basileia do banco tenha diminuído 0,9 ponto sobre março, para 15,9 por cento, devido ao resgate de uma dívida subordinada, o executivo disse que não há planos para fazer este ano uma captação externa para fortalecer sua base para empréstimos de longo prazo.

Por Aluísio Alves.

NOTICIA COLHIDA NO SÍTIO http://br.reuters.com

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