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Por 16:59 Sem categoria

Fortalecimento do papel do Estado é a nossa resposta à crise da globalização neoliberal

CUT no Fórum Social das Américas

“O fortalecimento do papel do Estado, com a ampliação do crédito, redistribuição de renda e aumento real de salários deve ser cada vez mais a nossa resposta ao aprofundamento da crise da globalização neoliberal. O retorno ao passado não nos interessa”, afirmou o secretario de Relações Internacionais da CUT, Joao Antonio Felício, na abertura da mesa de debate Crises e Respostas Globais, realizada na manhã desta quinta-feira (12) no Fórum Social das Américas (FSA), no Paraguai.

Durante o painel, que debateu a atuação do G20, a precarização do trabalho, desenvolvimento sustentável, trabalho decente, alternativas e ação sindical, o dirigente cutista pontuou a necessidade de uma maior articulação com o movimento social para a disputa entre dois projetos antagônicos. Na avaliação de Felício, governos como os que tentam aprofundar o modelo neoliberal na Europa, estão combatendo incêndio com gasolina. “Foi justamente este receituário do FMI e do Banco Mundial que levou a economia a bancarrota. Precisamos combinar as nossas ações específicas com a luta do país, para fazer avançar os processos de transformação em curso na América Latina, como um gesto de auto defesa da nossa soberania.”

Citando o Brasil como um exemplo positivo de enfrentamento à crise, baseado na força do mercado interno e no fortalecimento da integração latino-americana, Felício destacou que o oposto disso é a cartilha do candidato da direita, defensor do passado de privatização, retirada de direitos e achatamento salarial, José Serra, que agora condena abertamente aos presidentes progressistas da região, como Evo, Lugo e Chávez. Por isso, a derrota da direita será a glória para o movimento sindical brasileiro, frisou.

Para Carmela Sifuentes, da CGT do Peru e coordenadora das Centrais Sindicais Andinas (CCSA), a unidade é um elemento decisivo para enfrentar e derrotar os neoliberais, conhecidos e reconhecidos pela perseguição aos trabalhadores, pela corrupção e desmonte de direitos. “Cada vez mais está presente o legado de Karl Marx. A especulação do FMI, do Banco Mundial e a irresponsabilidade do mercado devem ser enfrentadas com determinação”, enfatizou.

Na avaliação da dirigente peruana, é preciso que as entidades explicitem seus apoios aos processos de dialogo e reflexão no continente, ao mesmo tempo em que pautem nas negociações com os governos temas como o combate a informalidade e a migração, que dialogam com a necessidade de colocar fim nos reincidentes abusos das transnacionais.

Conforme o argentino Pablo Bertinat, da Aliança Social Continental (ASC), diante da crise do modelo de produção e consumo capitalistas, que tem se revelado incompatíveis com o planeta, submetido à contaminação e à devastação para satisfazer uma ínfima minoria, é necessario somar força e consciência pela desmercantilização, colocando o homem no centro da construção deste novo processo de sociedade.

O economista Adhemar Mineiro, da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas, lembrou que após um breve período de recuperação, inteiramente insignificante diante da magnitude da crise, a economia estadunidense voltou a estagnar. Frente a este cenário nos EUA e da posição ultra reacionária expressa recentemente pelo G20, de buscar saídas na desregulamentação trabalhista e nas demissões no setor público, Mineiro defendeu que a classe trabalhadora se mantenha unida e mobilizada em defesa de sua agenda para garantir que não haja uma saída “de mercado”.

A mesa contou com a participação de Cícero Pereira da Silva, da UGT Brasil, que foi o moderador, tendo sido aberta pelo secretário de Politica Econômica e Desenvolvimento Sustentável da CSA, Rafael Freire, por Josè Matto, da CUT–A do Paraguai e Miguel Zayas, secretário geral da CNT–Paraguai.

Por Leonardo Severo, de Asunción, capital do Paraguay.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cut.org.br.

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