fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 17:09 Sem categoria

Fórum Social das Américas reúne multidão nas ruas da capital paraguaia; tem gente do Paraná por lá !

As palavras da indígena guatemalteca Rigoberta Menchú – prêmio Nobel da Paz de 1992 pela defesa dos direitos humanos dos povos indígenas – fecharam a solenidade de abertura do IV Fórum Social das Américas (FSA) nesta quarta-feira (11), em Assunção, no Paraguai. O grande ato público no início da noite de ontem, no Cabelo (Palácio de Lopez), aconteceu depois de uma longa marcha pelas ruas que reuniu cerca de 10 mil representantes de diferentes movimentos sociais de toda a América Latina.

A marcha com representantes de mais de 600 entidades de toda a America Latina saiu do Conselho Nacional de Desportos, espaço que sediará o FSA, e chegou ao Centro Cultural El Cabelo depois de uma caminhada de quase três horas. Na Praça da Democracia, local do ato inaugural do evento, os presentes ouviram as palavras da indígena guatemalteca, Rigoberta Menchu, que pediu aos jovens, as mulheres, aos campesinos, aos trabalhadores e aos representantes dos demais movimentos sociais que lutassem para construir um sistema alternativo de vida, baseado na complementariedade entre os seres.

Para ela, este modelo resgata códigos milenares dos povos ancestrais. Indígena de origem maia, declarou que há muito este povo vêm falando de um tempo marcado pela decadência material, social e espiritual. Para ela, os saberes ancestrais trazem uma complementariedade à luta ideológica e recuperam a forças das antigas civilizações. “Os ancestrais deixaram códigos milenares, que é a ética dos nossos avôs e avós. Estamos aqui no FSA para dizer que retomar os antigos códigos é uma alternativa a esse atual mundo de decadência”, pontuou.

Em relação às novas formas de organização, falou sobre a importância da consciência para “plantar”, um novo modelo de vida que reivindique mais solidariedade, cooperação e que levem os latinoamericanos a defenderem uma agenda comum. “São as lutas de vários grupos latinoamericanos que vêm transformando a realidade de muitos povos no continente”, sintetizou.

Para ela, a transformação acontece quando estes povos superarem as visões colonialistas. Afirma que para reverter essa situação é preciso mudar mentes, modos de vida e de lutas e recuperar conceitos importantes como, por exemplo, o da autodeterminação, uma vez que o sistema capitalista vigente vem demonstrando fragilidades.

Além de Rigoberta estiveram presentes ainda Magui Balbuena, do grupo facilitador do IV FSA, os membros do Conselho Hemisférico e o dirigente camponês Ernesto Benítez. As apresentações culturais dos artistas paraguaios foram realizadas pelo Coro de Tava Guarani, Hugo Ferreira e Marivi Vargas, Coro de Tava Guarani e, por fim, Jaime Sacher e orquestra.

:: O FSA

A atividade, que acontece de dois em dois anos se configura em um espaço para a construção de uma nova agenda global e cidadã para a America Latina. Até o último dia do evento, dia 15 de agosto, milhares de pessoas de diversos movimentos sociais e populares, estarão reunidos para fortalecer o intercâmbio de experiência, construir alternativas frente à globalização neoliberal e promover a articulação, encontro e alianças entre movimentos sociais, com o intuito de promover uma sociedade mais democrática, justa e igualitária.

Além disso, com uma programação que envolve mais de 100 painéis centrais e aproximadamente 400 atividades autogestionadas, o FSA estimulará a reflexão crítica sobre a situação do continente no contexto mundial. No final do evento, serão recolhidas propostas de alternativas que contribuirão ainda para o fortalecimento das articulações entre movimentos, entidades e organizações sociais das Américas.

As edições anteriores do FSA aconteceram no equador (2004), Venezuela (2006) e na Guatemala (2008).

: O Paraná no FSA

O estado está representado por uma delegação de 32 pessoas, entre eles educadores ligados à APP-Sindicato, militantes da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR) e da Marcha Mundial de Mulheres (MMM). Pela direção estadual estão à frente desse grupo o secretário de Finanças, Miguel Baez, a secretária de Aposentados, Tomiko Falleiros, além da assessora da secretaria de Gênero e Igualdade Racial, Solange Ferreira.

Fonte: Imprensa APP-Sindicato.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cutpr.org.br.

==========================================

Aberto o Fórum Social das Américas no Paraguai

O Fórum Social das Américas foi aberto com uma longa marcha de mais de 5 quilômetros – de fato se marchou duas horas e meia – até o centro da cidade, onde ocorreu a cerimônia inaugural, em frente ao Palácio Presidencial. A tônica mais forte foi dada pela presença de várias centenas de bolivianos, representantes dos distintos movimentos indígenas, com suas roupas, suas músicas, suas bandeiras. Um total de dez mil pessoas participaram da marcha, a metade, paraguaios, os outros provenientes de mais de 20 países de toda a América.

Hoje se iniciam os debates gerais do evento, que se realiza no Conselho Nacional dos Esportes. As atividades giram em torno de 6 eixos temáticos:

– Dimensões e desafios dos processos de transformação no hemisfério: posneoliberalismo, integração, socialismos, bom biber, mudanças civilizatórias.

– Estratégias de militarização e de dominação imperial e alternativas de resistência dos povos.

– Defesa e transformação das condições e modos de vida frente ao capitalismo degradador. A Soberania Alimentícia como núcleo de novos equilíbrios de vida.

– As disputas hegemônicas: comunicação, culturas, conhecimentos, educação.

– Povos e nacionalidades indígenas originários e afrodescendentes: o desafio das plurinacionalidade.

– Memória e justiça histórica.

Todos os eixos são cruzados pela transversalidade dos temas de igualdade de gênero e de diversidades. Todos os dias, até o dia 14, são marcados por grande quantidade de atividades autogestionadas, com uma enorme diversidade de temas. Alguns painéis articulam o conjunto de temas, nos dias 12 e 13, abordando as questões centrais do programa.

A atividade mais importante se dará em um grande ginásio, o Polidesportivo, sobre Soberania e Integração: Nossa América está a caminho. Está prevista a participação de Evo Morales e de Fernando Lugo, condicionada agora à possibilidade de que Lugo retorne a tempo dos exames e começo de tratamento que faz no Brasil.

O Fórum coincide com os dois anos do governo de Lugo, que enfrentou todo tipo de dificuldades até aqui, sobretudo porque não tem maioria no Parlamento. Os movimentos sociais e os grupos de esquerda não acreditavam que fosse possível derrotar eleitoralmente o Partido Colorado.

Só se apresentaram para as eleições no último momento e concorreram divididos, o que fez com que ainda que pudessem pela votação que tiveram, eleger a cinco ou seis vezes mais parlamentares, elegeram apenas dois.

Lugo governou cercado, inclusive dentro do governo, onde o vice-presidente é da ala mais direitista do Partido Liberal, que se aliou a ele contra o Partido Colorado. Neste momento Lugo ganhou mais força e se espera que possa superar a doença que enfrenta, para dar uma virada decisiva no seu governo, que ainda dispõe de 3 anos para levar a cabo as transformações – sobretudo no campo – que possam avançar na construção de uma sociedade paraguaia menos injusta.

A realização do Fórum no Paraguai contribui para o debate de vários dos temas enfrentados pelo governo Lugo e serve também para expressar o apoio que têm na região.

Por Emir Sader.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.cartamaior.com.br.

Close