O presidente da FETEC-CUT-PR, Elias Hennemann Jordão, integrante do Comando Nacional dos Bancários, em negociação com a Fenaban, avalia, em entrevista, como deverá ser esta segunda rodada de negociações, que acontece nos dias 1º e 02 de setembro, em São Paulo, sobre o tema saúde e segurança bancária.
Qual a sua expectativa para essa segunda rodada de negociação com a Fenaban?
Elias Jordão: Já que temos privilegiado a mesa de negociação, esperamos poder avançar dentro da própria mesa neste tema que é de suma importância para saúde e o dia a dia dos trabalhadores.
Por que o tema “saúde do trabalhador e segurança bancária” foi o escolhido para iniciar as negociações?
Atribuo ao fato da relevância do assunto. Precisamos estancar este problema o mais urgente possível. O agravamento e o aumento dos casos de assédio moral derivado das metas abusivas e o consequente adoecimento da categoria chegou num limite insuportável. O trabalhador já não tem mais prazer em se deslocar de sua casa para o seu ambiente de trabalho, pois sofre antecipadamente com a expectativa do ambiente hostil de trabalho que enfrentará. Sem contar o alto índice de doenças psicossociais que já se constata na categoria com casos extremos de suicídios.
Na sua avaliação, o que pode haver de avanços sobre esse tema?
A própria aceitação por parte dos bancos da criação da cláusula de combate aos conflitos no ambiente de trabalho, já é por si só um grande avanço, pois sinaliza que os bancos reconhecem a existência do problema. Mas acredito que podemos avançar mais, intervindo na criação das cláusulas que dêem mais proteção aos trabalhadores.
Como os trabalhadores bancários podem contribuir com a fiscalização dos itens de saúde e segurança que são inseridos na CCT após muita mobilização da categoria?
O bancário pode contribuir quando não aceitar conviver com o problema. É preciso denunciar sempre. Mas o principal: o bancário precisa se mobilizar. Afinal, os trabalhadores se mobilizam com bastante facilidade para as questões econômicas, o que é bom, mas temos que valorizar o nosso maior patrimônio: nossas vidas e nossa saúde.
Por Paula Padilha, jornalista.
FETEC-CUT-PR.