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Eleição moderniza o Brasil

Professor Ladislau Dowbor destaca recuo das oligarquias, diz que vitória de Dilma “dignifica o país” e defende “Bolsa Família mundial”. Para ele, imprensa estimulou o ódio, e não o debate político

São Paulo – A eleição de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República neste domingo (31) foi mais um passo na modernização do Brasil, segundo o economista Ladislau Dowbor. Para o professor da Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o país vai, aos poucos, deixando a “pré-história”. A escolha de uma mulher para o cargo “dignifica muito o país”, na visão de Dowbor.

Ele ressaltou ainda o fato de a nova presidente ser alguém que estava “no coração do poder”, o que representará a continuação de alguns eixos fundamentais do governo, como o social e o das relações exteriores, além do fortalecimento da questão ambiental. “Acho que estamos assistindo a um certo recuo das oligarquias, com o avanço da modernização do país”, avalia, em entrevista à Rede Brasil Atual.

Lula, por sua vez, continuará sendo um articulador e uma referência internacional. “Temos a necessidade de um Bolsa Família mundial”, afirmou. “Dilma ocupava um papel-chave neste governo há cinco anos (como ministra-chefe da Casa Civil). “Ela tem participação política intensa há décadas e sua trajetória é conhecida”, observou, creditando as críticas de “inexperiência” a uma certa histeria política patrocinada pelo PSDB.

Eleger uma pessoa que estava “no núcleo do governo Lula”, observa o professor, significa manter prioridades como a redução da desigualdade e a manutenção da soberania brasileira em termos de integração com os países latino-americanos e a intensificação das relações com nações da África, Ásia e Oriente Médio.

Para Ladislau Dowbor, a violência no debate verificada durante o segundo turno foi resultado, em certa medida, da perda de importância das chamadas oligarquias. “Lula não só foi reeleito, como elegeu sua candidata. Isso explica essa atitude histérica.” Ele criticou também a “oligarquia da imprensa”, que teria ajudado a promover uma campanha de ódio e não de informação.

“A gente sente agora até que ponto a população não segue essas visões”, afirmou. Ele lembrou, em tom de ironia, que já em 2006 se dizia que “o povo não acompanhou os formadores de opinião”. Os ataques, na visão do professor, atingiram um tom de fundamentalismo, com atitudes de ódio. “Temos de sair dessa pré-história.”

Consultor para o projeto de 200 anos da independência brasileira, em 2022, Dowbor afirmou que nos próximos anos o governo será responsável por eventos internacionais de grande visibilidade, como o encontro ambiental do Rio de Janeiro em 2012, além da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. “Nesse plano, o Lula é um articulador imensamente respeitado no planeta. Acho que o Serra sai de cena, mas o Lula vai continuar a ser uma referência em termos mundiais.”

Por: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual. Publicado em 31/10/2010, 22:15.
Última atualização em 01/11/2010, 12:34

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País precisa radicalizar a inclusão social, defende diretor do Ibase

Para Cândido Grzybowski, recomposição de forças deve priorizar a cidadania

São Paulo – O diretor-geral do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Cândido Grzybowski, defendeu uma recomposição de forças políticas em torno de projetos importantes para o país. “O Betinho insistia muito na cidadania repensar o seu papel”, afirmou, lembrando de um dos fundadores da entidade, o sociólogo Herbert de Souza. “Recompor forças significa reencontrar os laços a nível da cidadania. O que está faltando é uma grandeza de propósitos. Como será feita essa renovação é uma tarefa inclusive para nós, cidadãos.”

Para ele, uma campanha eleitoral de ânimos exaltados, como há muito não se via, complica o estabelecimento de pontes, em termos políticos. “O desafio principal é criar uma onda de construção de hegemonia, numa nova onda democratizadora. Essa eleição mostrou uma direita raivosa, que se achava que não existia mais”, disse Cândido, para quem a polarização política levou o país a uma crise semelhante ao período de 1964, ou mesmo no período imediatamente anterior, com os ataques de Carlos Lacerda ao governo, “aquele udenismo de fígado”.

Dilma Rousseff, por sua vez, se firma como personagem político. Agora, tudo dependerá de cada um aprender as lições da campanha e buscar uma agenda comum, após certos avanços no período mais recente. “Em 500 anos, só tivemos exclusão. Agora, temos que radicalizar a inclusão. Precisamos fazer política, voltar as grandes questões à agenda, não ser mesquinho”, defendeu o diretor do Ibase. Isso também significa, acrescentou, redirecionar a política econômica. “O social é incontornável. Temos de reinventar a economia, para que ela seja mais sustentável.”

Por: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual. Publicado em 31/10/2010, 21:35.
Última atualização em 01/11/2010, 10:19

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