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Desenvolvimento sustentável só com equilíbrio cambial e juros baixos, diz economista

Brasília – O Brasil só alcançará o desenvolvimento sustentável depois do equilíbrio interno do câmbio, com juros mais baixos e estabilidade no balanço de pagamentos. A afirmação foi feita hoje (26) pela economista Maria da Conceição Tavares, ao participar da 1ª Conferência do Desenvolvimento (Code), promovida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo Conceição, não se deve esperar muito de grupos de países como o G7, porque cada um vai sempre querer resolver seus problemas internos sem uma visão para benefício mundial. Por isso, disse ela, o Brasil tem de se preocupar consigo, mas levando em conta que “políticas macroeconômicas não podem atrapalhar o desenvolvimento interno”.

Na opinião da economista, a alta taxa de juros no Brasil atrai capital externo especulativo, ao mesmo tempo em que o real está mais valorizado do que as moedas dos 70 principais 70 países. Por isso, Conceição Tavares afirma que é preciso conter a entrada de recursos estrangeiros no país.

Ela recomenda ainda o país a baixar lentamente a taxa de juros e a desvalorizar o real, por considerar que a proporção cambial do momento “afeta a indústria, provocando desindustrialização e retraindo o crescimento econômico”.

Desde quarta-feira (24), a 1ª Code está promove debates entre representantes de diversos setores do governo e da sociedade civil sobre estratégias de desenvolvimento. Foram nove painéis temáticos e 88 oficinas. Houve lançamentos de livros, foram organizadas exposições e apresentações artísticas e culturais, abertas ao público. Um dos livros lançados foi Desenvolvimento e Igualdade, que homenageia Maria da Conceição Tavares pela passagem de seus 80 anos.

A economista mostra-se otimista em relação ao governo de Dilma Rousseff, afirmando que a presidenta eleita “é corajosa e tem discernimento” e que os brasileiros precisam pedir a Deus proteção coletiva, e não individual.

Ela defende um trabalho voltado para o equilíbrio na política fiscal, sem deixar de lado a prática de uma política de universalização da saúde e da educação. Ao empresariado ela sugere que aproveite os juros baixos no exterior e compre financiado e recomenda à área econômica atenção tanto com a inflação de custo quanto com a de demanda.

Sobre a economia global, Conceição Tavares destaca que o mundo está numa “situação econômica preocupante”, enquanto o Brasil e a China “arrumam a casa”. Ela vê com pessimismo a situação de alguns países europeus, que “têm muito déficit em suas contas e altas taxas de desemprego”.

Conceição ressalta que o Banco Europeu luta para controlar a moeda do bloco (euro), mas sem a contribuição do Banco Central alemão, que está fora, por ter uma visão muito conservadora ao lidar com a conjuntura. Para a economista, a Europa terá dificuldade de executar uma política anticíclica no quadro atual, desencadeado com a quebra dos bancos no final de 2008.

Por Lourenço Canuto – Repórter da Agência Brasil. Edição: Nádia Franco.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.agenciabrasil.gov.br.

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Brasil tem pressa de garantir igualdade, diz presidente do Ipea

Especialistas discutem novas estratégias de desenvolvimento para o Brasil

Brasília – Para o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann declarou nesta quarta-feira (24) que o Brasil tem pressa para garantir a universalidade da igualdade e a geração de oportunidades. A manifestação foi feita na abertura da primeira Conferência do Desenvolvimento (Code), promovida pelo Ipea.

Na visão os economistas e pesquisadores, o Brasil precisa caminhar com um novo projeto de desenvolvimento, compatível com suas riquezas e baseado em metas mais ousadas, nas quais sejam evitados erros do passado. O evento é voltado a pensar o país do século XXI, incluindo ainda questões de sustentabilidade socioambiental, redução de desigualdades, incremento de índices de cultura, educação e assistência à saúde e maior integração com os países vizinhos da América Latina.

“O Brasil deste início de século tem pressa e não mais admite incorrer nos erros velhos”, resumiu Pochmann. “É hora de pormos em prática o exercício da grande arte da política pública para garantir a universalidade da igualdade e a geração de oportunidades”, detalhou. Para o presidente do Ipea, a discussão do desenvolvimento nessa perspectiva é inédita no país.

O primeiro presidente do Ipea e atual membro do seu conselho de orientação, economista João Paulo dos Reis Velloso, emocionou-se ao falar sobre o papel do instituto. Ele considera gratificante ver um instituto nascido sobre o signo do desenvolvimento que, 46 anos depois, continua perseguindo esse objetivo. Segundo destacou, o significado da conferência é mostrar aos brasileiros que “o Brasil é uma terra que tem dono”. “Estamos aqui para pensar o Brasil, que é nosso”, assegurou.
Sustentabilidade

No painel mais representativo do dia, que abordou a necessidade de planejamento e desenvolvimento de uma forma ampla no país, o educador Cândido Mendes, da Universidade Cândido Mendes, afirmou que para se chegar a uma visão global do que seja o desenvolvimento brasileiro é preciso que as políticas públicas estejam ligadas à sustentabilidade. Mendes lembrou, também, que o Brasil é, hoje, país chave dos BRICs – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China, países emergentes na economia mundial – e tem condições de superar ainda mais as expectativas previstas. Ele acredita que a nação possui, em comparação com os outros, melhores condições de desenvolvimento político, social e cultural.

Ao traçar dados comparativos para seu argumento, Cândido Mendes lembrou que na China, por exemplo, existe grande mobilidade social, ao passo que o Brasil é um país essencialmente urbano, já que menos de 16% da população brasileira vive no campo. Já a Índia, continua mantendo resíduos marcantes do sistema de castas e 38% da população vivem na condição de párias, o que é prejudicial tanto economicamente como do ponto de vista do atraso cultural e da desigualdade.

O Brasil também ganha destes três países, segundo o educador, pela sua democracia e pela “capacidade, enquanto nação, de tomar consciência de si mesma”. “O mundo olha para o Brasil para além dos partidos, do arranjo partidário”, enfatizou, ao destacar que o momento é mais do que propício para a discussão de metas e estudos de novas políticas.

Por Hylda Cavalcanti, especial para a Rede Brasil Atual. Publicado em 24/11/2010, 15:10. Última atualização às 15:31

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.redebrasilatual.com.br.

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