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Confira o desempenho da produção industrial brasileira em 2010

Produção industrial cai 0,7% em dezembro e fecha 2010 em 10,5%

Em dezembro de 2010, a produção industrial recuou 0,7%, na série livre de influências sazonais, após ficar praticamente estável nos últimos quatro meses. Em relação a igual mês de 2009 houve expansão de 2,7%, marca abaixo dos 5,3% registrados em novembro. Com isso, o indicador para o fechamento do ano ficou em 10,5%, abaixo do crescimento médio dos onze meses anteriores (11,2%). A produção do setor no último trimestre de 2010 superou em 3,3% à do quarto trimestre de 2009, mas ficou praticamente estável (-0,1%) frente ao nível observado no trimestre imediatamente anterior (série com ajuste sazonal). Em 2010, o primeiro semestre mostrou avanço de 16,2% frente a igual período do ano anterior, reduzindo o ritmo de crescimento para 5,6% no semestre seguinte.

Crescimento de 10,5% em 2010 é o mais elevado desde 1986

Ao longo de 2010, o setor industrial apresentou crescimento decrescente, com clara perda de ritmo a partir do segundo trimestre do ano. A análise sobre o comportamento do setor em 2010, a partir do índice de média móvel trimestral, mostra duas fases distintas. Na primeira, que compreende o período de março de 2009 a maio de 2010, há uma elevação generalizada do nível de produção, com o total do setor crescendo 22,0% e todas as categorias de uso apontando ganhos nesse período, com destaque para bens de consumo duráveis (46,5%) e bens de capital (29,0%), ambos favorecidos pelos incentivos fiscais governamentais, seguidos por bens intermediários (21,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (10,2%). Na fase seguinte, a partir de junho de 2010, observa-se um quadro de redução na produção global, que recuou 1,5% entre junho e dezembro últimos, movimento que foi acompanhado por todas as categorias de uso: bens intermediários (-0,9%), bens de consumo duráveis (-1,3%), bens de capital (-1,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,9%). Ainda na série ajustada sazonalmente, os sinais de diminuição de ritmo ao longo de 2010 também ficaram evidenciados na observação dos indicadores trimestrais, em que os 3º e 4º trimestres de 2010 apontaram taxas negativas (-0,6% e –0,1%, respectivamente), revertendo os índices positivos assinalados nos períodos de janeiro-março (3,1%) e de abril-junho (1,1%). Contudo, na comparação com o ano de 2009, o setor industrial encerrou o ano de 2010 com expansão de 10,5%, com perfil generalizado de crescimento em termos setoriais. Vale destacar que esse resultado não só reverteu a queda de 7,4% observada em 2009, mas também apontou o índice mais elevado desde os 10,9% registrados em 1986.

Entre os ramos, 15 registraram alta e 11 tiveram queda de novembro para dezembro

Com a taxa de –0,7% assinalada na passagem de novembro para dezembro, após redução de 0,2% no mês anterior, o patamar de produção ficou 2,7% abaixo do nível recorde registrado em março de 2010. Na formação desse resultado observou-se a maior concentração de setores que expandiram a produção (15) do que os que apresentaram decréscimo (11), entre os vinte e sete ramos pesquisados. Das indústrias que reduziram a produção, a influência de maior importância para o índice global veio do recuo de 13,3% observado no setor de material eletrônico e equipamentos de comunicações, vindo a seguir metalurgia básica (-4,2%), edição e impressão (-2,5%), celulose e papel (-1,5%), farmacêutica (-1,5%) e outros equipamentos de transportes (-2,1%). Por outro lado, máquinas e equipamentos (1,8%), outros produtos químicos (1,5%), minerais não metálicos (2,0%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (9,7%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (3,9%) exerceram os principais impactos positivos.

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com novembro de 2010, observou-se a manutenção de resultados negativos nos setores de bens de consumo duráveis (-0,6%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,4%). Enquanto o primeiro, após crescer 2,9% em outubro último, recuou pelo segundo mês consecutivo e acumulou perda de 1,0% nesse período, o segundo, ao recuar 1,3% entre outubro e dezembro, devolveu a expansão assinalada em setembro (1,3%). O segmento de bens de capital voltou a apontar taxa negativa (-0,5%), após avançar 3,2% no mês anterior. A produção de bens intermediários, ao repetir o patamar de novembro (0,0%), foi a única categoria de uso que não registrou resultado negativo em dezembro.

A queda na produção entre novembro e dezembro contribuiu para que o índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrasse ligeira variação negativa em dezembro (-0,2%), revertendo dois meses seguidos de crescimento nulo. Entre as categorias de uso, o setor de bens de consumo semi e não duráveis (-0,4%) apontou a única taxa negativa em dezembro. Por outro lado, o segmento de bens de capital (0,9%) assinalou o maior avanço, seguido por bens consumo duráveis (0,6%), que prosseguiu com a trajetória ascendente iniciada em agosto último, e bens intermediários (0,2%).

Produção industrial avança 2,7% na comparação com dezembro de 2009

Em relação a dezembro de 2009, o setor industrial registrou aumento de 2,7%, apoiado no crescimento de 19 dos 27 setores, com destaque para a expansão de 12,1% de veículos automotores, seguido por indústrias extrativas (10,4%), máquinas e equipamentos (6,2%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (15,1%), minerais não metálicos (7,0%), bebidas (5,6%) e outros equipamentos de transporte (12,3%). Nesses segmentos, destacaram-se os itens automóveis, veículos para transporte de mercadorias, caminhão-trator e caminhões; minérios de ferro; aparelhos de ar-condicionado, refrigeradores de uso doméstico e industrial, aparelhos carregadoras-transportadoras e empilhadeiras propulsoras; computadores e terminais de auto-atendimento; cimentos “portland” e ladrilhos e cerâmicas para revestimento; cervejas, chope e refrigerantes; e aviões e motocicletas. Por outro lado, a principal contribuição negativa foi observada no setor de material eletrônico e equipamentos de comunicações (-28,0%), vindo a seguir farmacêutica (-8,8%), metalurgia básica (-4,3%) e alimentos (-1,4%), pressionados em grande parte pelos recuos na fabricação de aparelhos de comutação para telefonia e televisores, no primeiro ramo, medicamentos no segundo, bobinas a frio e lingotes, blocos e tarugos de aços ao carbono, no terceiro, e sucos concentrados de laranja e açúcar cristal no último.

Ainda na comparação com dezembro de 2009, as quatro categorias de uso apontaram taxas positivas, com destaque para bens de capital (6,2%) e bens de consumo duráveis (6,0%). No primeiro segmento, o principal impacto positivo ficou com o grupamento de bens de capital para transporte, que avançou 16,7%, seguido por bens de capital para fins industriais (11,0%) e para construção (17,9%), enquanto bens de capital para uso misto (-2,3%), agrícolas (-16,2%) e para energia elétrica (-6,4%) exerceram as pressões negativas. A produção de bens de consumo duráveis foi particularmente influenciada pela maior fabricação de automóveis, com expansão de 8,3%, vindo a seguir as contribuições positivas de motocicletas (40,1%), artigos do mobiliário (7,7%) e de eletrodomésticos da “linha branca” (2,1%). Nessa categoria de uso, vale citar a influência negativa vinda principalmente dos eletrodomésticos da “linha marrom” (-12,5%), especialmente pressionado pela redução na produção do item televisores.

O desempenho de bens intermediários, ao crescer 2,7%, repetiu o resultado de dezembro do total da indústria, e manteve a sequência de taxas positivas iniciada em novembro de 2009. A expansão deste mês foi explicada em grande parte pelos avanços nos produtos associados à produção da indústria extrativa (10,4%), de minerais não metálicos (6,9%), de veículos automotores (7,9%), de outros produtos químicos (2,5%) e de alimentos (2,7%). Vale destacar também a manutenção dos resultados positivos nos grupamentos de insumos para construção civil (7,6%), décima quarta taxa positiva consecutiva, e de embalagens (2,0%), com quinze meses de crescimento. Por outro lado, os impactos negativos foram observados nos setores de metalurgia básica (-4,2%), têxtil (-4,8%), produtos de metal (-5,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (-0,8%).

A produção de bens de consumo semi e não duráveis mostrou ligeira variação positiva de 0,4% frente a igual mês do ano anterior, com destaque para o grupamento de carburantes (4,1%), vindo a seguir alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (0,8%) e outros não duráveis (0,3%). Nesses segmentos, sobressaíram os itens gasolina, no primeiro grupamento, cervejas, chope e refrigerantes, no segundo, e medicamentos e livros no último. Por outro lado, a queda de 4,9% no subsetor de semiduráveis, pressionado pelo recuo na produção de calçados femininos de couro e de plástico, contribuiu para amortecer o crescimento do setor.

Os índices em bases trimestrais mostraram que o setor industrial, ao crescer 3,3% no quarto trimestre de 2010, manteve a sequência de resultados positivos iniciada no último trimestre de 2009 (5,9%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Vale destacar que a produção industrial registrou taxas positivas decrescentes em 2010 (18,2% primeiro trimestre, 14,3% no segundo e 8,0% no terceiro), explicadas não só pela elevação da base de comparação, por conta da trajetória ascendente da produção ao longo de 2009, mas também pelo menor dinamismo da indústria nos últimos meses de 2010. Entre as categorias de uso, todas assinalaram redução no ritmo de crescimento ao longo de 2010, com destaque para bens de capital, que mesmo apontando a taxa mais elevada no quarto trimestre do ano (7,2%), mostrou a maior desaceleração frente ao resultado do período julho-setembro (21,2%), vindo a seguir bens intermediários (de 8,7% para 3,8%), bens de consumo semi e não duráveis (de 4,7% para 1,6%) e bens de consumo duráveis (de 2,4% para 1,5%)

Acumulado em 2010 é positivo para 25 dos 27 ramos industriais

No fechamento do ano de 2010, o setor industrial avançou 10,5% frente a igual período do ano anterior, expansão mais elevada desde os 10,9% assinalados em 1986. O primeiro semestre do ano apontou crescimento mais acentuado (16,2%) que o observado no semestre seguinte (5,6%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior, reflexo não só da baixa base de comparação, decorrente dos efeitos da crise econômica internacional no final de 2008, mas também do menor dinamismo do setor industrial no último trimestre de 2010 (3,3%). Em 2010, observou-se perfil generalizado de crescimento, com todas as categorias de uso, 66 dos 76 subsetores, 25 dos 27 setores e 75% dos produtos investigados mostrando expansão na produção.

Entre as atividades, as influências mais expressivas sobre a média global vieram dos setores de veículos automotores (24,2%) e de máquinas e equipamentos (24,3%), seguidos por metalurgia básica (17,4%), indústrias extrativas (13,4%), outros produtos químicos (10,2%), produtos de metal (23,4%), alimentos (4,4%), borracha e plástico (12,5%) e bebidas (11,2%). Nesses segmentos, sobressaíram respectivamente os avanços vindos de automóveis, caminhão-trator e caminhões; aparelhos carregadoras-transportadoras e motoniveladores; lingotes, blocos e tarugos de aços especiais; minérios de ferro; herbicidas para uso na agricultura; partes e peças para bens de capital; açúcar cristal; pneus para caminhões, ônibus e automóveis; e cervejas, chope e refrigerantes. Por outro lado, somente os setores de produtos do fumo (-8,0%) e de outros equipamentos de transporte, com ligeira variação negativa de 0,1%, apontaram taxas negativas no acumulado de 2010.

Por categorias de uso, a expansão mais intensa concentrou-se no setor de bens de capital (20,8%), influenciada pela recuperação dos investimentos e da confiança dos agentes econômicos, seguida por bens intermediários (11,4%), refletindo principalmente a maior demanda por insumos industriais para a produção de bens finais, juntamente com a recuperação em parte da demanda internacional por commodities. A produção de bens de consumo duráveis (10,3%) fechou o ano de 2010 com crescimento próximo ao da média da indústria (10,5%), impulsionada pelo comportamento positivo do mercado interno, apoiado principalmente na manutenção das condições favoráveis do crédito e do mercado de trabalho. O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis, com acréscimo de 5,2%, mostrou o crescimento mais moderado em 2010, mas vale destacar que esse segmento foi o que apontou a queda menos intensa em 2009 (-1,5%) entre as categorias de uso.

Comunicação Social
02 de fevereiro de 2011

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.ibge.gov.br.

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