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Banco Itaú tem o maior lucro e usa o limite para pagar a PLR neste 01 de março

Com lucro recorde de 13,3 bilhões de reais em 2010, banco Itaú Unibanco paga dia 01 de março, a PLR básica, a PLR adicional e adianta a PCR

O banco Itaú Unibanco pagará pelo teto tanto a regra básica quanto a adicional da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) conquistada na Campanha Salarial de 2010 e assinada na Convenção Coletiva de Trabalho 2010-2011. A informação foi passada à Contraf-CUT pela direção da empresa nesta terça-feira, 22 de fevereiro, mesma data em que o banco divulgou balanço com lucro de R$ 13,3 bilhões em apenas um ano (2010), recorde absoluto do sistema financeiro nacional entre os bancos múltiplos.

O lucro do banco em 2010 representou um aumento de 32,3% em relação a 2009. Trata-se do maior lucro da história de todos os bancos do país (à exceção do próprio Banco Central do Brasil), superando o recorde do Banco de Brasil, que teve lucro de R$ 11,7 bilhões, em 2010. Em 2009, o recorde também havia sido do BB, com ganhos de R$ 10,1 bilhões.

“Com a lucratividade estrondosa que obteve, o banco tem condições de pagar até mais do que a regra total da PLR”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e trabalhador bancário no banco Itaú Unibanco.

Conforme havia anunciado na segunda-feira, 21/02, o banco fará o pagamento em 01 de março. Cada trabalhador bancário receberá o total da regra básica com seu limite máximo e do adicional das PLR, deduzindo-se a primeira parcela de ambas as modalidades que foi paga em outubro do ano passado. Confira:

– Regra básica da PLR: 2,2 salários de cada empregado com teto de R$ 15798,20 descontando-se o adiantamento de 54% do salário mais R$ 660,48, com teto de R$ 4308,60;

– Parcela adicional da PLR: 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, no teto de R$ 2400, descontando-se o adiantamento de 2% do lucro do 1° semestre, no teto de R$ 1200.

Importante:

Do valor bruto de 2,2 salários limitados a R$ 15798,20, o banco anunciou que descontará todos os valores adiantados nos programas próprios (AGIR e RR, e outros).

Outra dedução sobre o valor bruto de todos os programas somados é a relativa ao desconto do imposto sobre a renda recebível neste pagamento.

Na mesma data, o banco pagará também a antecipação da Participação Complementar nos Resultados (PCR) referente a 2011, no valor de R$ 1600. “A PCR atende a duas reivindicações dos bancários sobre os programa de remuneração dos bancos, pois não é compensada na PLR e em nenhum outro programa do banco e por se tratar de um valor distribuído linearmente para todos os funcionários”, afirma Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco. Esse valor poderá ser complementado posteriormente, de acordo com os resultados que a empresa alcançar no exercício de 2011, que serão apurados no início de 2012.

Condições de trabalho

“Esse lucro não pode ser dissociado das intensas pressões sofridas cotidianamente pelos funcionários do banco. A cobrança pelo cumprimento de metas absurdas estabelecidas pela empresa sem qualquer discussão com os bancários, que conhecem a realidade de cada agência, causa grande sofrimento psicológico aos trabalhadores. Não é à toa que as doenças psíquicas ultrapassaram as LER/Dort como principal causa de afastamento entre os bancários”, afirma Jair Alves, um dos coordenadores da COE Itaú Unibanco.

Para a diretora da Contraf-CUT, Márcia Basqueira, o maior problema do Agir está na elaboração das metas. “Essa é a maior reclamação dos funcionários. Você não vê lógica no estabelecimento de metas. A meta de uma determinada agência pode aumentar 300% de um mês para o outro em áreas que já estão saturadas, que não têm esse volume de recursos disponíveis. São metas infundadas, intangíveis e irreais”, explica.

Segundo ela, os funcionários não discutem o estabelecimento de metas em si, mas a falta de lógica nesse processo. “O mercado vive de metas em vários setores, mas elas precisam ser tangíveis, reais. O banco pressiona seus funcionários a estudarem economia, administração, e eles aprendem a fazer projeção de mercado, mas na prática isso não é aplicado”, sustenta.

Jair lembra que essa situação está ligada diretamente ao modo como o programa Agir está implementado dentro da empresa. “O Agir suga os funcionários. O trabalhador dorme pensando em vender. Precisamos rediscutir esse programa como banco, encontrando mecanismos para diminuir a pressão e para o estabelecimento de metas compatíveis com a realidade das agências”, defende.

VALORES A RECEBER NO DIA 01 DE MARÇO DE 2011, antes da tributação de Imposto de Renda e em acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho – PLR 2010 ou com o Acordo Coletivo da PCR:

a) PLR básica menos os programas próprios

2,2 salários limitados a R$ 15798,20 menos os valores antecipados em 2010 (adiantamento da PLR básica, AGIR, RR e qualquer outro programa próprio), mais algum resíduo de programa próprio.

ATENÇÃO: a maioria dos trabalhadores bancários submetida a programas próprios recebe em termos reais somente a PLR básica, uma vez que o programa próprio imposto pelo patrão gera valores menores que os pagos pela PLR básica, portanto ficam deduzidos da PLR básica.

b) PLR adicional paga a todos os trabalhadores bancários elegíveis

R$ 2400,00 menos os R$ 1200,00 recebidos em 2010; e

c) adiantamento da PCR de 2011 pago a todos os trabalhadores bancários elegíveis

R$ 1600,00

Fonte: Contraf-CUT. ADAPTADA PELA FETEC-CUT-PR.

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