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Prefeitos e deputados esperam responsabilidade social do novo presidente da VALE

A mineradora Vale, maior empresa do Brasil, troca de comando nesse sábado (21). Depois de 10 anos na presidência da companhia, sai Roger Agnelli para a entrada de Murilo Ferreira. Em artigo publicado no jornal Diário do Comércio, de Belo Horizonte, na última semana, o presidente da Associação de Municípios Mineradores do Brasil (Amib), Anderson Cabido, elogia a troca de comando da Vale, revela as expectativas com o novo presidente e cita o que a associação considera falhas na gestão de Agneli.

“Nós, prefeitos de 2000 cidades mineradoras abrigados na Amib, esperamos que o novo presidente tenha uma postura diferente de seu antecessor. Que seja uma gestão com responsabilidade social”, afirma Anderson Cabido (PT), que também é prefeito de Congonhas (MG).

Para o dirigente, é fundamental que o novo presidente dialogue com os municípios mineradores. “Que a Vale possa devolver a essas cidades parte da riqueza que delas retira, além de investir em siderurgia e empregos de qualidade, e não apenas exportar minério bruto em regime tributário extremamente favorável”, afirmou. O presidente da Amib espera ainda que Murilo Ferreira se comprometa com a nova lei da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – o royalties do minério – , que propõe alíquota de 4% sobre o faturamento bruto.

Parlamentares da bancada do PT, representantes da região do Vale do Aço em Minas Gerais, também esperam responsabilidade social e ambiental da nova direção da Vale. O deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) disse que a expectativa é muito grande. ” A Vale tem uma grande dívida social e ambiental com essa região. Esperamos que o Murilo Ferreira, até por ser mineiro, possa ter essa compreensão e viabilizar recursos, além de estimular um trabalho parceiro com empresas coligadas da Vale para geração de riquezas e desenvolvimento na região”, afirmou.

O deputado Padre João (PT-MG) também defende um novo tipo de relacionamento da companhia com os municípios mineradores. “Mas a primeira coisa que esperamos do Murilo Ferreira é que ele reconheça a dívida que a Vale tem com esses municípios pelo não pagamento adequado de royalties minerais”, afirmou. Padre João espera ainda que a Vale possa compensar os municípios mineradores com a parceria em outras áreas como, por exemplo, na agricultura. “A safra de ferro é uma só e inviabiliza outras atividades fundamentais para a cidade. Por isso, é fundamental essa compensação social, econômica e ambiental”, ressaltou.

Padre João e Leonardo Monteiro defendem ainda que a nova presidência da Vale possa disponibilizar a parte ociosa da sua rede ferroviária para o transporte de passageiros e de outros tipos de carga. “A infraestrutura comporta o compartilhamento sem qualquer prejuízo no transporte do minério”, afirmaram.

Queda de Agnelli – Entre os motivos que levaram à queda de Agnelli, o presidente da Amib, cita a demissão de 1.300 trabalhadores e outros 5.500 colocados em férias coletivas no auge da crise financeira internacional, em dezembro de 2007. “As medidas, que incluíram ainda corte de produção, incomodaram o então presidente Lula, que pedira aos dirigentes de grandes empresas que mantivessem empregos e investimentos”, diz Anderson Cabido, no artigo.

Na avaliação da associação, a “pá de cal” na gestão de Agnelli, aconteceu em fevereiro passado, após a divulgação de lucro estratosférico da Vale em 2010, da ordem de R$ 30 bilhões. No mesmo período, o Ministério de Minas e Energia revelava que a Vale acumulava dívida de R$ 4 bilhões em royalties minerais. Dívida que Agnelli nega, segundo Anderson Cabido.

“Nós, prefeitos de cidades mineradoras, como representantes daqueles que sentem os impactos da exploração mineral, temos legitimidade para proclamar que o Brasil espera muito mais dessa grande companhia”, afirma Anderson Cabido.

Por Vânia Rodrigues.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.ptnacamara.org.br

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