Para combater a crise, o governo precisa manter as políticas públicas e sociais e fortalecer o mercado interno, diz Artur Henrique
O governo decidiu aumentar o superávit primário – economia que o governo faz para pagar os juros da dívida – para conter os efeitos da crise econômica mundial e permitir a redução dos juros. Para o governo, as medidas de aperto fiscal ajudam o Banco Central a iniciar mais rapidamente a redução da taxa básica de juros.
O anúncio foi feito pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, na manhã desta segunda-feira (29) para representantes da CUT e das demais centrais sindicais. Dilma disse aos sindicalistas que a decisão é necessária para que o governo possa enfrentar a crise sem abrir mão dos investimentos sociais.
Para o presidente da CUT, Artur Henrique, “essa decisão vai contra a visão da CUT de que é preciso fortalecer o mercado interno e manter as políticas públicas e sociais”. Durante a reunião, Artur, deixou claro que a central não concorda com o aumento do superávit e alertou que a manutenção das políticas públicas e sociais depende fundamentalmente do papel do Estado. Segundo ele, o governo quis dar um sinal de austeridade fiscal ao mercado como se, com isso, a redução da taxa de juros fosse automática.
“A presidenta acha que as medidas criam as condições para diminuir as taxas de juros e nós achamos que se não houver mobilização da sociedade, a taxa não cai. Por isso, a CUT vai realizar mobilizações esta semana para pressionar o COPOM a baixar a taxa”, disse Artur, que completou “o que sangra o Brasil é essa taxa de juro criminosa; é o dinheiro que sai do nosso orçamento e vai direto para o bolso dos especuladores. O que o país precisa é de uma redução drástica da taxa de juros”.
O COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central, grupo quedefine as diretrizes da política monetária e a taxa básica de juros do País, se reúne nestas terça e quarta-feiras para decidir a nova taxa de juros.
Artur defendeu mais investimentos do Estado na manutenção e fortalecimento das políticas públicas e sociais. Para ele, programas como o “Minha Casa, Minha Vida” e “Combate a Miséria” não podem corre o risco de ser prejudicados por essas medidas de aperto fiscal.
Superávit primário
Até julho deste ano, o esforço do governo para pagar os juros da dívida cresceu 111%, atingindo 78% da meta de R$ 117,9 bilhões para o ano todo.
Por Marize Muniz.
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CUT faz protesto em frente ao BC, em São Paulo, pela queda da taxa de juros e contra o aumento do superávit primário
Manifestação acontece a partir do meio-dia na avenida Paulista
Nesta terça-feira (30), às 12h00, a militância da CUT faz um ato em frente ao edifício do Banco Central, em São Paulo (Av. Paulista, 1804), para reivindicar a redução das taxas de juros e ampliação dos investimentos em políticas públicas e programas sociais.
Nesta segunda (29), o governo anunciou que vai aumentar a meta do superávit primário – economia que o governo faz para pagar os juros da dívida – para conter os efeitos da crise econômica mundial e permitir a redução dos juros. Para o governo, as medidas de aperto fiscal ajudam o Banco Central a iniciar mais rapidamente a redução da taxa básica de juros.
Para o presidente da CUT, Artur Henrique, “essa decisão vai contra a visão da CUT de que é preciso fortalecer o mercado interno e manter as políticas públicas e sociais”. Durante a reunião, Artur deixou claro que a Central não concorda com o aumento do superávit e alertou que a manutenção das políticas públicas e sociais depende fundamentalmente do papel do Estado.
“A presidenta acha que as medidas criam as condições para diminuir as taxas de juros e nós achamos que se não houver mobilização da sociedade, a taxa não cai”.
Por isso, a CUT vai realizar este ato amanhã com o objetivo de pressionar o Copom a baixar a taxa. Segundo Artur, “o que sangra o Brasil é essa taxa de juro criminosa; é o dinheiro que sai do nosso orçamento e vai direto para o bolso dos especuladores. O que o país precisa é de uma redução drástica da taxa de juros”.
O Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central, grupo que define as diretrizes da política monetária e a taxa básica de juros do País, se reúne nestas terça e quarta-feiras para decidir a nova taxa de juros – atualmente, a taxa Selic é de 12,50%.
O QUE O TRABALHADOR TEM A VER COM ISSO?
A Selic é a taxa de juro que o governo paga para rolar a sua própria dívida. Quando a Selic está alta, ganha quem tem título público, ou seja, o mercado financeiro que tem títulos da dívida. Os banqueiros são os grandes credores do Estado.
Quando o juro sobe, fica mais atrativo comprar título público. E, como poucos investimentos rendem mais do que a Selic, nenhum banco empresta para o setor privado, prejudicando ainda mais os investimentos no País. Indiretamente, a alta da Selic desincentiva o aumento da produção, a contratação de mão de obra e também produz o aumento do custo do crédito, principalmente, do crédito para o setor produtivo.
Já o aumento do superávit primário reduz os investimentos do governo, o que significa minimizar as verbas para políticas públicas e diminuir a presença do Estado como indutor do desenvolvimento econômico e social.
Por Marize Muniz.
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