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Ato comemora 30 anos da Comissão de Fábrica dos trabalhadores na Ford

Formada há 30 anos, a representação foi a primeira Comissão de Fábrica formalmente reconhecida no País


Evento reuniu participantes de várias comissões de fábrica na montadora.
Foto: Raquel Camargo / SMABC

Com a presença de membros das comissões dos anos 80 e 90, um ato nesta quarta-feira (24 de agosto) marcou os 30 anos da Comissão de Fábrica (CF) da Ford, a primeira representação de trabalhadores do País formalmente reconhecida.

Os participantes destacaram as dificuldades existentes na época da criação da CF, já que esse tipo de representação não existia. “Era uma conjuntura de enfrentamento e sem espaços para o debate junto à direção da fábrica. Fomos o embrião da organização no local de trabalho aqui no ABC, num processo de aprendizado e de conquista”, comentou José Lopez Feijóo, ex-presidente do Sindicato e membro da primeira Comissão.

Alexandre Colombo, coordenador geral do SUR e do CSE, lembrou que naquela época a luta era para abrir um canal de negociação com a empresa e nos conflitos tanto os trabalhadores como a empresa podiam ganhar ou perder.
“A partir do momento em que a Ford deu espaço para a negociação tivemos conquistas importantes sem a necessidade de paralisar a produção”, disse.

Como lembrou José Quixabeira, o Paraíba, agora que existe espaço para o diálogo a representação é necessária mais responsabilidade e profissionalismo. “Precisamos de um bom time para cobrar mais segurança e melhores condições de trabalho, afirmou.

Para Marcos Oliveira, presidente da Ford Brasil, a Comissão de Fábrica tem papel importante para administrar os assuntos do dia-a-dia e definir a estratégia de futuro da fábrica.

“Isso depende do nível de amadurecimento, da seriedade, da transparência e do respeito entre as partes. Assim, encontramos soluções para todos os obstáculos”, afirmou.

Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, que foi da CF e hoje é diretor administrativo do Sindicato, destacou que esse modelo de representação dos metalúrgicos do ABC, que surgiu a partir da CF da Ford, foi responsável pelo aparecimento de grandes lideranças.

Ele citou os casos de Jair Meneguelli, que foi presidente da CUT; Feijóo; Paulão Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT; Guiba Navarro, presidente do Sindicato, além de vereadores como Alfredinho, Montorinho, Chagas, Carlinhos Augusto e Tião Mateus.

“Esse é um modelo de representação que queremos estender a todos os trabalhadores do País”, concluiu Barba.

Da Redação.

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Ford: 30 anos da primeira representação no ABC


Comissão de Fábrica distribuiu jornal sobre a data para os trabalhadores na fábrica.
Foto: Raquel Camargo / SMABC

No dia 21 de julho de 1981, os nove mil trabalhadores na Ford, depois de movimento que durou três semanas, conquistaram a Comissão de Fábrica, a primeira negociada pelo Sindicato no ABC.

A criação de comissões de fábrica era uma pauta dos metalúrgicos desde os anos 70, momento em que o País vivia o final da ditadura, com os militares administrando sua saída do poder, mas com os radicais ainda resistindo. Os movimentos populares e sindicais se organizaram e pediram democracia, eleições, anistia e liberdade sindical.

A economia ia mal, a indústria recuava e as demissões aumentavam. Foi nesse contexto que a Ford demitiu e os trabalhadores não concordaram em pagar essa conta.

A greve começou no dia 6 de julho de 1981. Os trabalhadores entravam, iam aos postos de trabalho e não ligavam as máquinas. No final do dia batiam o cartão e iam embora. Todos os setores ficaram parados.

As negociações com a direção da empresa eram difíceis. A Ford não queria discutir readmissões e nem as outras reivindicações colocadas na pauta.

Ela esperava o julgamento da greve para quebrar o movimento. Mas um dia antes do julgamento os trabalhadores mudaram de tática e voltaram ao trabalho para que a paralisação não fosse declarada ilegal.

Precisando retomar a produção, a Ford concordou em discutir a readmissão dos trabalhadores, garantindo 120 dias de estabilidade, desconto parcelado dos dias parados e o reconhecimento da Comissão de Fábrica.

Nesta quinta-feira (21 de julho), a Comissão de Fábrica distribuiu um jornal sobre os 30 anos da representação e um ato será realizado dentro da empresa nas próximas semanas.

Também está programada uma assembleia comemorativa. No dia 23 de setembro, às 19h30, a Câmara Municipal de São Bernardo vai homenagear a Comissão de Fábrica durante sessão solene no Teatro Cacilda Becker.

Da Redação

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