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Trabalhadores metalúrgicos no ABC conquistam acordo por dois anos com montadoras

Trabalhadores terão 10% de reajuste, R$ 2.500,00 de abono e 180 dias de licença maternidade


Fotos: Raquel Camargo / SMABC

Milhares de metalúrgicos lotaram neste domingo (28) a rua ao lado da sede do Sindicato para aprovar por unanimidade o acordo de campanha salarial com as montadoras Volks, Scania, Ford, Mercedes e Toyota. Ele vale por dois anos e garante reposição total da inflação, 5% aumento real no período e dois abonos de R$ 2.500,00 (veja a tabela abaixo), além de avançar na cláusula de proteção à maternidade.

Paulão Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da CUT, fez uma comparação ao lembrar que nos outros Estados a categoria tem conseguido, em média, 1,8% de aumento real neste ano.

Ana Nice Carvalho, coordenadora da Comissão da Mulher, disse que no ano passado os 180 dias de licença haviam sido incluídos nas convenções com o Grupo 3 e com a Fundição. “Agora, com as montadoras, vencemos mais uma etapa”, disse.

Ela comentou que a Comissão de Mulheres está empenhada na aprovação da emenda constitucional que está no Congresso Nacional aumentando a licença maternidade de 120 para 180 dias para todas as mulheres.

Já Adi dos Santos Lima, presidente da CUT Estadual, elogiou o acordo dizendo que ele fazia uma avaliação da conjuntura atual sem esquecer de projetar o futuro.

Também estiveram presentes na assembleia os deputados estaduais Carlos Grana e Ana do Carmo.

“Agora vamos debater a produção nacional”
O presidente do Sindicato, Sérgio Nobre (foto), disse que o acordo garantiu avanços financeiros e sociais por dois anos, apesar da resistência das montadoras de caminhões.

Elas se disseram preocupadas com a evolução da crise financeira europeia e estão projetando uma queda nas vendas de caminhões no próximo ano, quando um novo motor vai encarecer o preço do produto.

“Foi duro convencer as montadoras, mas conseguimos”, comentou.

Ele afirmou que a proposta está dentro da realidade do País. “Os acordos estão sendo construídos levando em conta o desempenho de cada setor.

Para Sérgio Nobre, a validade de dois anos permitirá ao Sindicato se debruçar mais atentamente para o debate sobre a política industrial do País

“Queremos a engenharia aqui, queremos desenvolver os carros aqui, pois só uma produção forte garante o desenvolvimento econômico e os postos de trabalho com qualidade”, apresentou.

Ele lembrou que esse debate vai exigir muita negociação e também o envolvimento da categoria. “Ela será chamada à mobilização, com certeza”.

Sérgio Nobre voltou a criticar os carros chineses apenas montados no Brasil, como se fossem um joguinho lego. “Esses carros destroem nossa economia. Vale lembrar que comprar carros chineses é apoiar uma ditadura civil e militar que explora o trabalho escravo”, concluiu.


CONFIRA OS TERMOS DO ACORDO

2011 – 10% de reajuste total a partir de 1º de setembro

O índice compreende reposição integral da inflação e aumento real.

R$ 2.500,00 de abono para 6 de setembro

Piso vai a R$ 1.500,00

Teto de R$ 8.400,00. Quem ganha acima, fixo de R$ 840,00. Quando os R$ 840,00 não forem suficientes para cobrir a inflação, fica valendo o INPC.

Licença maternidade de 180 dias
Adesão opcional para a mãe.

Licença ampliada da seguinte forma para mães que adotarem:
Crianças até 1 ano – 180 dias
Crianças de 1 a 4 anos – 150 dias
Crianças de 4 a 8 anos – 135 dias

Aprendizes do Senai com aulas teóricas recebem abono de R$ 835,00 e os com aulas práticas recebem R$ 1.665,00.

Cláusulas sociais renovadas até 2013

Em 2012:

Reajuste pela inflação e aumento real.

Abono de R$ 2.500,00 corrigidos pela inflação e pelo aumento real a ser pago em 6 de setembro de 2012.

Piso de R$ 1.560,00.

Teto corrigido pela inflação.


Saiba mais:

Semana decisiva nos demais grupos

Mobilização valeu a pena. Negociação foi até o último minuto

*Atualizado às 13h44
Da Redação

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Brasil é o país que atrai mais montadoras

O Brasil é hoje o país que mais atrai as montadoras. Nove fábricas já estão em construção ou em projetos, mesmo número de unidades em obras na China. Esse novo ciclo de investimentos dos fabricantes de veículos vai despejar US$ 5 bilhões no País até 2014.

Entre os interessados em desembarcar no País há marcas de carros populares, como os chineses, até luxuosas como os da alemã BMW. As empresas que já definiram projetos vão adicionar capacidade produtiva extra de 820 mil veículos ao ano e, segundo anúncios feitos pelas companhias, cerca de 14 mil empregos diretos. Hoje, a capacidade total é de quase 5 milhões de veículos.

O Brasil é o quinto país com maior número de montadoras já instaladas. São 26 fábricas de 19 marcas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

A Effa, do uruguaio Eduardo Effa, a última a anunciar investimento, pretende construir duas fábricas, uma para a produção de carros da chinesa Lifan, com quem tem parceria, e outra com a própria marca Effa, que importará componentes da chinesa Hafei. Cada projeto terá investimento de US$ 100 milhões, valor modesto diante de outros já anunciados. A Effa negocia as instalações com os governos de Santa Catarina e Goiás.

As duas unidades estão previstas para 2013. “Quando as importações se aproximam de 20 mil veículos ao ano, o melhor é ter fábrica local por causa da complexa logística de importação”, justifica ele, que tem uma linha de montagem no Uruguai, que traz conjuntos da China.

As outras novas instalações anunciadas, algumas já em construção, são da Fiat (investimento de US$ 2,3 bilhões), Toyota (US$ 600 milhões), Hyundai (US$ 600 milhões), JAC (US$ 600 milhões), Chery (US$ 400 milhões), Suzuki (US$ 60 milhões) e Nissan, que ainda não divulgou valor.

Da Agência Estado

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