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CUT inicia 13ª Plenária Nacional no dia 04 de outubro rumo a uma nova estrutura sindical

Atualizar o projeto político-organizativo significa avançar na autonomia e liberdade sindical, destaca Rosana Sousa

Escrito por: CUT Nacional

Começa na próxima semana a 13ª Plenária Nacional da CUT que ocorrerá no município de Guarulhos, em São Paulo, trazendo como tema central o debate sobre Liberdade e Autonomia Sindical, princípios que nortearam a história de fundação da CUT.

A secretária Nacional de Juventude da CUT, Rosana Sousa, em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, destaca a importância da atualização do projeto político-organizativo da Central, fortalecendo as entidades rumo a uma nova estrutura e cultura sindical, que deve estar a serviço da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, pautada pela mais profunda democracia e autonomia de classe.

Portal do Mundo do Trabalho – A 13ª Plenária Nacional da CUT começa na próxima semana. Na sua avaliação, qual o principal desafio desta Plenária?

Rosana –A importância histórica da realização desta Plenária está no fato de que, quase 30 anos depois de sua fundação, a CUT, ao mesmo tempo em que retoma com centralidade seus princípios históricos de luta em defesa da liberdade, da autonomia sindical e do fim do imposto, aceita o desafio de atualizar-se diante das mudanças ocorridas no mundo do trabalho nestas três últimas décadas.

A luta pela liberdade e autonomia é uma das tarefas primordiais do sindicalismo CUTista e para isso é necessário atualizar as entidades sindicais rumo a uma nova estrutura e cultura sindical, que deve estar a serviço da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, pautada pela mais profunda democracia e autonomia de classe.

Ocorreram mudanças significativas no mundo do trabalho e na composição da classe trabalhadora e, será através da atualização que faremos na Plenária, que encontraremos as respostas ao desafio de organizar a maioria da classe trabalhadora, que não está nos sindicatos atualmente.

São milhares de jovens e mulheres que foram incorporados ao mercado de trabalho, seja na formalidade ou na informalidade, e que o movimento sindical precisa de renovaçãopara dar conta demostrar-se como um espaço atrativo e capaz de organizá-los. O sentido de atrativo aqui é mostrar que quem está hoje organizado no sindicato conquista melhorias imediatas e reais para sua vida. A maioria dos sindicatos obteve aumentos salariais reais, assim como ampliou direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Hoje, quem está fora dos sindicatos ou perde direitos ou não avança neles.

Além da atualização organizativa da CUT, a Plenária ocorrerá em um momento em que se consolida uma disputa político-ideológica em torno do modelo de desenvolvimento para o país. Neste sentido, quais outros pontos em pauta nesta Plenária que você destacaria?

Destaco a necessidade da CUT realizar um movimento de assumir o desafio de inserir uma profunda inovação política no centro do modelo de desenvolvimento ainda em gestação que estamos passando. Trata-se de incidirmos para aprofundar a dimensão política democrática deste modelo. Assim, a CUT deve assumir a luta pela reforma política afirmando que ela não pode ficar restrita aos parlamentares, mas fazer parte também da pauta dos trabalhadores e trabalhadoras. A ampliação da democracia deve ser feita também nos espaços sindicais, garantindo, por exemplo, a organização nos locais de trabalho e a defesa dos mandatos sindicais. Estes pontos também serão prioritários nesta Plenária.

Como você disse, a Plenária resgatará com força os princípios históricos da CUT assim como fará uma atualização organizativa da Central. Neste sentido, qual a sua avaliação e como que a CUT deve atuar para fortalecer as alianças com os demais movimentos sociais?

De fato a luta unitária da CUT com os movimentos sociais do campo e da cidade é uma forte característica desde a fundação da CUT. Hoje essa unidade se constroi a partir da pressão pelas mudanças. A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) é espaço estratégico dessa unidade. Nela, estão os movimentos sindical, estudantil, feminista, de trabalhadores/as rurais sem-terra, de combate ao racismo e à homofobia, dentre outros. Neste sentido, as maiores e mais representativas organizações populares do país organizam-se na CMS para propor avanços na melhoria das condições de vida do povo trabalhador. A 13ª Plenária deverá reforçar este espaço enquanto prioritário nas alianças de nossa Central e reafirmar o papel protagonista da CUT nas lutas da classe trabalhadora.

Enquanto Secretária Nacional de Juventude, você destacaria um desafio específico relacionado ao tema da juventude nesta Plenária?

Sim. Destacaria a necessidade de atualizarmos nosso projeto organizativo levando em conta também que a juventude brasileira é uma juventude trabalhadora e que nossa Central deve desafiar-se e criar condições para organizar esta juventude. A Secretaria Nacional de Juventude da CUT foi criada no último Congresso, então esta será a primeira Plenária que contará com este espaço institucional.

Há uma forte avaliação de que a Secretaria foi fundamental para avançar nos temas de juventude. Então queremos reforçar a necessidade de que os sindicatos, Confederações e Federações CUTistas também criem suas secretarias de juventude e sempre que possível, um coletivo de juventude, para que mais jovens trabalhadores/as sejam envolvidos nas discussões e nas tarefas relacionadas com a juventude.

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13ª Plenária Nacional da CUT

“O principal desafio da Plenária é a atualização do nosso projeto político organizativo”, diz Jacy Afonso de Melo, secretário nacional de Organização da CUT

Escrito por: CUT Nacional

Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, Jacy Afonso de Melo, secretário nacional de Organização da CUT, fala das expectativas e desafios da 13ª Plenária Nacional da CUT, que acontece de 4 a 7 de outubro, em Guarulhos, São Paulo

PMT: Na próxima semana acontecerá a Plenária Estatutária da CUT. Qual o desafio da Plenária Nacional neste momento?

Jacy: No último Congresso abrimos um processo de reforma do Estatuto. Já na ocasião, fizemos algumas inclusões pontuais como a criação das novas secretarias de Combate ao Racismo, Juventude, Meio Ambiente e Relações do Trabalho, e a fusão das Secretárias de Organização e Política Sindical em uma única. Alteramos também o tamanho e o formato da Direção Nacional e da Direção Executiva.

O atual Estatuto da CUT, aprovado no Congresso de 1988, foi fruto de um longo processo de construção democrática, que resultou na apresentação da TESE 10, um marco na estruturação e na definição do modelo de organização da Central. É fundamental que o Estatuto esteja em sintonia com as particularidades e necessidades da conjuntura atual do Brasil e do movimento sindical. O Estatuto de 1988 fazia todo sentido naquele momento histórico particular que nós vivíamos, mas precisamos enfrentar o fato de que, diante das muitas mudanças ocorridas na conjuntura econômica, política e social do Brasil, o Estatuto, de uma maneira geral, está desatualizado, pois reflete uma visão de mais de 20 anos atrás. Foi sob esse argumento que o 10º Congresso aprovou a realização de uma reforma estatutária na 12ª Plenária e, neste sentido, o principal desafio da Plenária é a atualização do nosso projeto político organizativo e, como consequência, a Reforma do Estatuto.

PMT:Como deve ser dar esta Reforma Estatutária?

Jacy: É importante termos clareza de que uma reforma no nosso Estatuto não deve tratar apenas de questões relacionadas à gestão, este processo exige debate das questões políticas, reflexão, produção de idéias, um debate franco e honesto sobre as limitações e desafios da nossa Central, sobre a CUT que temos; a CUT que queremos e CUT que o Brasil precisa para se tornar uma nação desenvolvida e sem miséria, com distribuição de renda e inclusão social. Por isso, tenho defendido que este debate deve se o mais amplo possível e a Plenária Nacional será o momento privilegiado para tanto, pois teremos reunidos em Guarulhos, mais de 600 delegados e delegadas, representando todos os estados e categorias, que trarão o debate já realizado nas Plenárias Estaduais, trarão seus questionamentos, suas experiências e seus desafios e virão preparados para um debate amplo e democrático, seguindo a boa tradição da CUT.

PMT: Como você bem lembrou, no processo de preparação, realizamos as Plenárias Estaduais e as Plenárias de Ramo, isto significa que chegamos à Plenária Nacional com um acúmulo do debate já realizado no Brasil todo. Quais os temas que deverão estar no centro do debate?

Jacy: Bem, a CUT tem reafirmado sua posição histórica em defesa da Ratificação da Convenção 87 e pelo Fim do Imposto Sindical, que deverá ser substituído pela Taxa Negocial, e na Plenária vamos lançar a campanha de Liberdade e Autonomia. Nossa história de construção nesses anos todos sempre se baseou em dois movimentos: na luta pela mudança da estrutura sindical brasileira e pela consolidação e fortalecimento do nosso projeto organizativo. A 12ª Plenária transitará pelas duas questões, como sempre tem acontecido.

Mas acredito que o temas que estarão no centro do debate serão aqueles relacionados ao nosso modelo de organização. Acredito que as questões relativas ao financiamento sindical e ao fortalecimento das nossas CUT’s Estaduais e Ramos serão o principal foco de debate. Como enfrentar a questão do financiamento sindical de setores como os agricultores familiares, as trabalhadoras domésticas e os profissionais liberais? Qual alternativa apresentaremos para estes sindicatos considerando que a taxa negocial atenderá apenas sindicatos de assalariados? Como responder às nossas confederações e federações orgânicas e filiadas que enfrentam as situações mais diversas na luta para consolidar sua organização frente à disputa com as outras centrais sindicais, e buscam alternativas para fortalecer a ampliar sua base de representação. Como garantir um modelo de organização que permita às federações e confederações investir na fidelização dos seus sindicatos filiados e, ao mesmo tempo, disputar novos sindicatos? Como avançar na organização dos Ramos diante da urgência de aumentar o poder de negociação das nossas entidades num país que está crescendo e precisa distribuir renda?

É importante dizer que estes debates não acontecerão à toa, de fato, enfrentar estas questões neste momento histórico é um dos nossos maiores desafios.

PMT: Na condição de Secretário Nacional de Organização da CUT, qual sua maior expectativa para esta Plenária Nacional?

Jacy: Espero que a Plenária seja um momento de rico de construção coletiva, à altura dos desafios que temos à nossa frente e da nossa responsabilidade histórica.

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