Em uma audiência pública na Câmara Municipal nesta terça-feira (29/11) representantes dos trabalhadores reuniram-se com a Comissão Especial para Assuntos da Copa do Mundo do legislativo municipal e com o secretário municipal da copa do Mundo, Luiz Carlos de Carvalho, para discutir a inserção do trabalhador e as condições de trabalho nas áreas relacionadas à Copa.
Durante o encontro, Carvalho fez uma breve apresentação sobre alguns dos planos do município relacionados ao evento e ouviu uma série de reivindicações dos trabalhadores. Ao final, um relatório foi produzido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-PR) que fará o encaminhamento para órgãos competentes, como o Ministério Público do Trabalho.
“Um ano antes da Copa do Mundo na África do Sul observamos várias mobilizações e greves dos trabalhadores. Nâo queremos que a situação chegue a este nível no Brasil e em Curitiba. É um investimento muito grande para não existir fiscalização”, afirmou o presidente da CUT-PR, Roni Barbosa. De acordo com ele, a expectativa é que 700 mil novos empregos sejam criados em todo o País. “Mas qual será a qualidade do emprego que será oferecido? Não podemos deixar a precarização tomar conta deste processo. Estamos preocupados”, alertou Barbosa.
O presidente da comissão especial, o vereador Pedro Paulo (PT), explicou que o evento faz parte de uma série de encontros promovidos pela comissão, mas que este tem um tom diferenciado. “É muito importante um encontro como este com a representação dos trabalhadores”, afirmou. O vereador, ao lado do secretário Luiz Carlos de Carvalho, ouviu todas as reivindicações dos trabalhadores.
“Com o próprio secretário falou, já existem obras em andamento e já temos denúncias de problemas nestas obras. Temos trabalhadores que vêm de fora de Curitiba e estão em alojamentos, muitas vezes, em condições sub-humanas, além de atraso no pagamento e o não cumprimento de critérios salariais, de saúde, entre outros”, enfatizou o vice-presidente da CUT, Raimundo Ribeiro Santos Filho, o Bahia, que faz parte do quadro do Sintrapav. “São obras públicas, com recursos públicos e isso torna ainda mais inadmissível situações como estas”, completou.
O representante da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira, Luiz Queiroz, lembrou da experiência vivida no Rio de Janeiro. “Eu estive lá e alertamos para os problemas. Depois com a greve instalada o Governo teve que sentar para conversar. O Paraná pode ser referência fazendo esta discussão antes dos problemas aparecerem”, avaliou.
A falta de contratação legal destes trabalhadores, o uso do FGTS nas obras do PAC, a ausência de uma comissão de trabalhadores para acompanhar o uso dos recursos públicos e a necessidade contínua de transparência nos investimentos para a Copa também foram ressaltados pelos trabalhadores durante o evento. Todas estas reivindicações estarão inclusas no documento que será enviado às autoridades competentes pela Central Única dos Trabalhadores do Paraná.
Além dos representantes da CUT-PR, do vereador Pedro Paulo e do secretário Luiz Carlos de Carvalho, também participaram da audiência os vereadores Aladim Luciano, Julião Sobota, representantes da Nova Central Sindical, do Sintracom, do Sintrapav, do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom).
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