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Falta de sustentabilidade do modelo econômico é tema central do Fórum Social Temático em Porto Alegre

Luana Lourenço e Paula Laboissière
Enviadas Especiais

Porto Alegre (RS) – Se em 2001, quando o Fórum Social Mundial (FSM) foi criado em contraponto ao Fórum Econômico de Davos, o neoliberalismo era o principal alvo da crítica dos que acreditavam em “um outro mundo possível”, atualmente é outra face do capitalismo que preocupa os altermundistas: a falta de sustentabilidade do modelo econômico. O tema será o centro dos debates do Fórum Social Temático (FST), que começa amanhã (24) em Porto Alegre.

O FST – cujo tema será Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental – deverá ser uma prévia da Cúpula dos Povos, encontro de movimentos sociais paralelo à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho.

Um dos pais do FSM Oded Grajew diz que a preocupação ambiental sempre esteve na agenda dos que queriam uma alternativa às idéias pregadas em Davos (sede do Fórum Econômico), e que ganhou força nos últimos onze anos.

“Desde o começo, a ideia era ter um modelo de desenvolvimento sustentável, em contraponto ao neoliberalismo. Em 2001, a palavra talvez não fosse essa, sustentabilidade, mas era esse o modelo. Um modelo que oferece um desenvolvimento sustentável, para todos e ao mesmo tempo, nas dimensões econômica, alimentar, social, cultural. Essa é a idéia desde o começo do FSM”, lembrou Grajew, em entrevista à Agência Brasil.

As crises financeiras de 2008 e a atual mostram que o modelo neoliberal tem falhado e que os defensores de Davos estavam errados, segundo Grajew, e fechar os olhos para a crise ambiental pode levar a consequências mais graves que a quebra de mercados. “Demos alertas sobre a crise financeira, os riscos, a falta de regulação e os neoliberais fecharam os olhos. É melhor prestar atenção para uma coisa que pode ser muita mais desastrosa”, avaliou.

Entre as preocupações ambientais que podem levar a uma crise ambiental estão o esgotamento dos recursos naturais, a insegurança alimentar, a crise energética e as mudanças climáticas.

No FST, ativistas vão tentar articular propostas alternativas às que serão apresentadas pelos governos na Rio+20. Segundo Grajew, o texto-base das negociações da conferência apenas tangencia os problemas, sem apontar soluções ou compromissos que apontem para mudanças significativas no atual padrão de desenvolvimento.

“É preciso uma mudança de abordagem: em nenhum momento está se apontando as questões do limite do planeta e de combater a desigualdade, se fala em pobreza, em uma visão muito filantrópica”, criticou.

O encontro dessa semana em Porto Alegre deverá manter a tradição do FSM de não divulgar uma posição única, mas, segundo Grajew, a expectativa é que ativistas de todo o mundo, inclusive representantes de movimentos como a Primavera Árabe, as manifestações estudantis chilenas, o Occupy Wall Street e os Indignados da Espanha se unam para cobrar desde já resultados mais efetivos da Rio+20.

“Tudo caminha para que a conferência seja um evento sem consequências práticas. É preciso haver comprometimento com metas numéricas relacionadas a mudanças no padrão energético, diminuição das desigualdades, conservação da biodiversidade, metas de redução de mortalidade infantil. Metas sociais, econômicas e ambientais, políticas que liberem governos do poder econômico, democratização das instituições multilaterais”, sugeriu.

Até domingo (29), cerca de 30 mil pessoas devem participar do FST, segundo estimativas da organização. A programação inclui mais de mil atividades em Porto Alegre e em mais três cidades da região metropolitana da capital gaúcha.

Acompanhe a cobertura completa do FST no site multimída da EBC.

Edição: Lílian Beraldo

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO http://agenciabrasil.ebc.com.br

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Confira a programação cutista no Fórum Social Temático

Publicação da CUT-RS traz as atividades organizadas pela Central e Sindicatos filiados

Escrito por: CUT-RS

Clique para ver a programação

O Fórum Social Temático (FST) se inscreve no processo do Fórum Social Mundial e será uma etapa preparatória à Cúpula dos Povos na Rio+20. O evento acontecerá do dia 24 a 29 de janeiro de 2012 e será sediado por Porto Alegre e cidades da região Metropolitana – Gravataí, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo.

Como um espaço aberto e plural, a programação do Fórum será fun­damentalmente constituída por atividades propostas e geridas por movimentos, coletivos e organizações da sociedade civil, relacionadas ao tema “Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental”.

Além disso, o Fórum acolherá também o encontro de redes interna­cionais, articuladas em torno de Grupos Temáticos de reflexão sobre assuntos pertinentes ao Fórum. O diálogo no âmbito dos grupos já está em andamento, na Plataforma de Diálogos do Fórum Social Temático.

A Marcha de Abertura acontece nesta terça-feira, às 15 horas, com concentração no Largo Glênio Peres.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cut.org.br

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