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Trabalhadoras bancárias lutam pela mesma valorização no trabalho

Contraf divulga jornal para o Dia da Mulher com pesquisa inédita do Dieese

Já está disponível no site da Contraf-CUT o Jornal Especial Mulheres que deve subsidiar as atividades do Dia Internacional das Mulheres, 8 de março. A publicação traz dados de uma pesquisa inédita do subseção do Dieese na Contraf-CUT que comprova a discriminação sofrida pelas bancárias, que apesar de mais escolarizadas, ganham em média 24,10% a menos que os homens.

As Federações e Sindicatos podem acessar a versão para impressão do jornal na seção de Downloads do site da Contraf-CUT, para que possa ser reproduzida pelas entidades filiadas. “Nosso objetivo é possibilitar um caráter nacional para as atividades de 8 de março nos bancos”, afirma a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Deise Recoaro.

O jornal também pode ser acessado para leitura on-line na seção de Publicações do site da confederação.

> Clique aqui para acessar

Além da pesquisa, a publicação traz texto sobre relações compartilhadas e uma linha do tempo com as principais conquistas das últimas décadas das mulheres e especificamente das bancárias. Além disso, apresentar às trabalhadoras as presidentas de sindicatos de bancários de todo o país.

Fonte: Contraf-CUT

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.contrafcut.org.br

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Pesquisa Dieese: apesar de mais escolarizadas, bancárias ganham 24,10% menos

Nos bancos privados a disparidade de salários de mulheres e homens é ainda maior

Escrito por: Contraf/CUT

As mulheres bancárias ganham em média 24,10% a menos do que os homens, apesar de serem mais escolarizadas. As informações são resultado do levantamento realizado pela subseção do Dieese na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), feito com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Nos bancos privados, a disparidade de salários de mulheres e homens é maior. Neles a remuneração das mulheres é 29,92% inferior à dos homens, enquanto, nos bancos públicos, a diferença salarial média entre homens e mulheres é de 15,25%.

Nos bancos as mulheres ocupam 48,48% do total de postos de trabalho, totalizando 234.203 mulheres empregadas – nos bancos públicos, as mulheres representam 42,97% dos empregados e, nos bancos privados, são maioria entre o total de trabalhadores (53,05%).

Distribuição de mulheres bancárias e remuneração média nos bancos públicos e privados

Brasil – 2010

Natureza Jurídica Estabelecimento

Feminino

No Trab.

Partic. %

Rem. Média
(R$)

Entidades empresariais estatais

94.125

42,97%

4.297,53

Entidades empresariais privadas

140.074

53,05%

3.485,47

Total

234.203

48,48%

3.811,79

Fonte: MTE/ RAIS
Elaboração: DIEESE – Subseção Contraf-CUT

Apesar disso, as mulheres que trabalham nos bancos têm maior escolarização que os homens, segundo a RAIS. No sistema financeiro como um todo, 71,67% das bancárias têm curso superior completo, contra 66,52% dos trabalhadores do sexo masculino. As diferenças salariais podem ser explicadas, segundo o estudo, pelo fato de as mulheres estarem concentradas em cargos na base da pirâmide, com as mais baixas remunerações.

As diferenças salariais entre homens e mulheres com doutorado, por exemplo, chegam a 53,25% – enquanto o salário médio de um homem com doutorado é de R$ 12.595,93, o de uma bancária com o mesmo grau de instrução é de R$ 5.889,10.

“O país está em pleno desenvolvimento econômico e, no setor que se diz mais moderno e socialmente responsável, não é possível que haja este tipo discriminação. Não dá mais para admitir estas diferenças, temos que romper este ciclo de desigualdade”, afirma Deise Recoaro, secretária de Políticas Públicas da Contraf-CUT.

Ocupações

Mesmo ocupando quase metade das vagas, as mulheres estão em apenas 19% dos cargos de diretoria e mesmo assim ganhando menos do que os homens. As diferenças salarias entre homens e mulheres se mantêm em cargos de todos os níveis dentro do banco. Confira na tabela abaixo:

 

Ocupação

Homens

Mulheres

% de Mulheres

nº de trab.

Rem. Média

nº de trab.

Rem. Média

Diretores

1.929

23.688,10

455

18.936,18

19,09%

Gerentes

29.867

7.451,75

20.902

5.659,55

41,17%

Supervisores

9.122

4.036,15

8.894

3.320,81

49,37%

Escriturários e Técnicos Bancários

153.281

4.351,54

137.114

3.537,28

47,22%

Agentes, Assistentes e Auxiliares Administrativos

9.257

3.248,68

14.403

2.551,17

60,87%

Operadores de telemarketing e telefonistas

26.138

4.839,26

38.741

3.791,99

59,71%

Outros

19.300

6.287,95

13.694

4.938,32

41,50%

Total

248.894

5.022,22

234.203

3.811,79

48,48%

Menos tempo de casa

As mulheres são maioria entre os bancários nas faixas de idade entre 17 e 39 anos. A partir dos 40 anos, tornam-se minoria.  Os dados revelam que os homens chegaram ao final de três décadas ocupando cerca de 17 mil vagas, quase o triplo dos 6 mil postos de trabalho das mulheres com mesmo tempo de casa. A saída precoce de mulheres dos bancos pode ser reflexo tanto da dificuldade de obterem promoções e de terem acesso a cargos de maior prestígio e remuneração, quanto da preferência dos bancos pela presença de jovens em seu quadro de funcionários.

Distribuição de mulheres bancárias e remuneração média nos bancos públicos e privados, por faixa etária

Brasil – 2010

 

Faixa Etária

Entidades empresariais estatais

Entidades empresariais Privadas

Sistema Financeiro

nº de mulheres

% de mulheres por faixa etária

Rem. Média

nº de mulheres

% de mulheres por faixa etária

Rem. Média

nº de mulheres

% de mulheres por faixa etária

Rem. Média

18 a 24 anos

4.015

4,27%

2.125,44

24.212

16,06%

1.929,28

28.227

16,06%

1.957,18

25 a 29 anos

16.269

17,28%

2.950,20

35.808

25,88%

2.750,27

52.077

25,88%

2.812,73

30 a 39 anos

27.223

28,92%

3.602,09

44.174

31,94%

3.941,97

71.397

31,94%

3.812,38

40 a 49 anos

30.746

32,67%

5.127,35

28.720

21,21%

4.635,48

59.466

21,21%

4.889,80

50 a 64 anos

15.834

16,82%

5.813,64

7.126

4,71%

4.992,17

22.960

4,71%

5.558,68

65 ou mais

38

0,04%

5.690,61

34

0,03%

5.661,11

72

0,03%

5.676,68

Total

94.125

100,00%

4.297,53

140.074

100,00%

3.485,47

234.199

100,00%

3.811,84

Fonte: MTE/ RAIS Elaboração: DIEESE – Subseção Contraf-CUT

“A preferência por jovem pode estar associada ao uso da imagem de mulher para venda de produto. Condenamos este tipo de prática, pois a mulher tem que ser valorizada por sua competência”, avalia a dirigente da Contraf-CUT.

NOTÍCIA COLHID NO SÍTIO www.cut.org.br

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