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Brasil sedia comemorações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente

O Brasil sedia neste ano as comemorações globais pela passagem do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado anualmente no dia 5 de junho. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), órgão responsável pela programação, o país foi escolhido por ser “dono de uma das economias que crescem mais rápido no mundo e pelo destaque em políticas de reciclagem, energia renovável e geração de empregos verdes”. O tema deste ano é “Economia Verde: Ela te inclui?”.

O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), afirma que o Brasil tem demonstrado que é possível conciliar o desenvolvimento econômico e social com a preservação do meio ambiente. “O Brasil é reconhecido internacionalmente por estar se desenvolvendo do ponto de vista econômico, distribuindo renda, gerando empregos e, ao mesmo tempo, preservando o meio ambiente”, destacou. Ainda de acordo com o líder, “esse caminho é fruto de uma decisão política do governo”.

Segundo o Pnuma, o tema “Economia Verde: Ela te inclui?” convida o planeta a avaliar de que forma esse novo formato de Economia influencia no dia-a-dia das pessoas e qual a sua relação com o desenvolvimento. Segundo o órgão, esse conceito abrange os resultados sociais, econômicos e ambientais necessários em um mundo com sete bilhões de pessoas, que deve chegar a nove bilhões em 2050.

Definição– O conceito de Economia Verde pode ser definido como o conjunto de processos produtivos da sociedade, e as transações deles decorrentes, que resultem na melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica. De forma mais simples, uma economia verde pode ser entendida como uma economia de baixa emissão de carbono, uso eficiente dos recursos naturais e inclusão social.

Código Florestal- De acordo com Jilmar Tatto, a prova maior do compromisso do governo com a implementação da Economia Verde no país é a reforma do Código Florestal. “O governo brasileiro apresentou um novo Código que preserva o meio ambiente, recupera as áreas degradadas e ao mesmo tempo permite o sustento dos agricultores, principalmente os pequenos produtores”, ressaltou.

Além dessas medidas, segundo ele, “o país também adota uma avançada política de preservação das florestas e dos parques nacionais e de produção de energia a partir de uma matriz limpa”. O líder petista afirma ainda que nesse Dia Mundial do Meio Ambiente “o Brasil pode comemorar o sucesso de suas políticas que conciliam o crescimento econômico e a preservação ambiental”, conclui.

Héber Carvalho com informações do PNUMA

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.ptnacamara.org.br

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Dia Internacional da Biodiversidade: a atração da humanidade pela destruição

Há uma década, o mundo tinha um total de 11 mil espécies ameaçadas de extinção. A ONU estabeleceu então a meta de reduzir significativamente esse número. Não deu certo. Desde a Rio 92, o mundo teve uma perda de biodiversidade de 12%, emitiu 40% mais gases poluentes. Só entre 2000 e 2010, perdemos 13 milhões de hectares de florestas.

Marco Aurélio Weissheimer

Os filmes-catástrofe trazem uma situação recorrente: em algum momento, um cientista considerado meio maluco ou alguma outra pessoa (um policial, jornalista, bombeiro, etc) alerta para um perigo iminente. O alerta inicial é ignorado e, muitas vezes, rechaçado por argumentos que, na maioria dos casos, tem uma base econômica. Os fatos se sucedem, as ameaças tornam-se realidade e aqueles que desprezaram o alerta inicial muitas vezes acabam vitimados na tela. Na vida real, não são só os vilões irresponsáveis que morrem. As tragédias abatem-se democraticamente sobre todos. O cinema não inventou essa lógica do nada, mas a retirou da vida real, onde ela segue hegemônica. Os crescentes e repetidos alertas sobre a destruição ambiental no planeta seguem sendo subjugados por argumentos de natureza econômica.

Todo mundo hoje, em tese, se preocupa com o meio ambiente, desde é claro, que ele não se torne um “entrave” para o desenvolvimento, como se viu, mais uma vez, no recente debate sobre as mudanças no Código Florestal brasileiro. O policial está na beira da praia alertando o prefeito para que mantenha a interdição da mesma porque tem tubarão na área. O prefeito não quer nem saber da ideia, pois a interdição atingiria em cheio o turismo, principal fonte de renda da comunidade. O geólogo pede a evacuação imediata de uma cidade em função da ameaça de um vulcão. Mais uma vez, o turismo ergue-se reivindicando seu espaço. Uma jornalista denuncia o risco de acidente em uma usina nuclear. A bancada ruralista é universal e está sempre pronta a bloquear “alertas catastrofistas” e outras formas de entraves ao desenvolvimento. E assim vamos.

Este 22 de maio, Dia Internacional da Biodiversidade, foi marcado por novos alertas sobre a destruição da diversidade biológica no planeta Terra, em especial nos oceanos, que ganharam atenção especial da ONU este ano. Algumas das informações mais recentes de órgãos ligados às Nações Unidas e a centros de pesquisa apontam o seguinte quadro no planeta:

Apenas no século XX, graças à ação humana, sumiram do planeta metade das áreas pantanosas, 40% das florestas e 30% dos manguezais.

Desde a Rio 92, o mundo teve uma perda de biodiversidade de 12% e emitiu 40% mais gases poluentes. Somente entre os anos de 2000 e 2010, perdemos 13 milhões de hectares de florestas.

Cerca da metade das reservas de pescas mundiais estão esgotadas;

Um terço dos ecossistemas marítimos mais importantes foi destruído;

O lixo plástico segue matando a vida marinha e criando áreas de águas litorâneas quase sem oxigênio.

Há uma década, o mundo tinha um total de 11 mil espécies ameaçadas de extinção. A ONU estabeleceu então a meta de reduzir significativamente esse número. Não deu certo. Ele aumentou.

Em 2002, os países signatários do Convênio sobre a Diversidade Biológica acordaram que deveriam obter essa redução no ritmo da perda de biodiversidade em 2010, Ano Internacional da Diversidade Biológica. A avaliação dessa meta foi coordenada pelo Centro de Monitoramento para a Conservação Mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Ela baseou-se em uma série de indicadores, tais como a apropriação de recursos naturais, o número de espécies ameaçadas, a cobertura de áreas protegidas, a extensão de bosques tropicais e manguezais e o estado dos arrecifes de coral.

Os resultados foram conclusivos: a biodiversidade vem caindo nas últimas quatro décadas. Caindo significa: extinção de espécies, redução da extensão de bosques e manguezais e, deterioração de zonas com arrecifes de coral. Além disso, a avaliação mostrou que ambientes naturais estão se fragmentando, com destruição de flora e fauna. A Mata Atlântica brasileira seria um exemplo disso. No passado, o segundo bosque mais extenso da América do Sul, hoje se conservam aproximadamente 10%, numa área fragmentada em parcelas diminutas.

A situação dos oceanos também é motivo de crescente preocupação. A Convenção sobre a Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas lançou hoje (22) o livro “Um oceano: muitos mundos de vida”. A obra destaca a importância dos oceanos, que cobrem cerca de 70% do planeta, e alguns dos principais problemas que os afetam hoje, como o aumento da acidez causado pela poluição, a destruição de reservas marinhas e a crescente pressão econômica pela exploração de seus recursos naturais. Ao todo, estão ameaçadas pelo menos 250 mil espécies, conforme o censo marinho realizado entre 2000 e 2010 por 2.700 cientistas de mais de 80 países.

Há um aparente paradoxo cercando essa profusão de alertas e advertências sobre o estado ambiental do mundo. Nunca houve tanta informação disponível e tanta manifestação de preocupação com a degradação física do planeta, inclusive por parte das autoridades governamentais. No entanto, os números da destruição vêm aumentando e a crise econômica em escala internacional pressiona os países a empurrar esse debate com a barriga para um futuro incerto. Há vários níveis de ignorância e incompreensão neste debate. A extinção de uma espécie de bromélia no interior do Rio Grande do Sul ou de uma espécie de besouro no leste da Tanzânia são tratadas quase que como excentricidades. Isoladamente até poderiam ser. O “detalhe” é que, em se tratando de vida e ecossistemas, nunca são acontecimentos isolados, resultando de uma mesma lógica destrutiva hegemônica em escala planetária.

O cientista maluco, a jornalista sensacionalista e o policial paranoico seguem fazendo seus alertas e divulgando seus números. O imaginário da humanidade, porém, como vem antecipando o cinema há algumas décadas, parece ter uma atração irresistível pela destruição e pela morte.

Marco Aurélio Weissheimer é editor-chefe da Carta Maior (correio eletrônico: gamarra@hotmail.com)

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.cartamaior.com.br

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