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Mais um protesto contra as demissões feitas pelo Itaú Unibanco

Sindicato de Londrina paralisa mais quatro agências do banco Itaú

O Sindicato dos Bancários de Londrina e Região está paralisando nesta terça-feira (3/07) as atividades da maior agência do Itaú na região, localizada no Calçadão da cidade de Londrina, além de outras três nos bairros da cidade, em protesto contra novas demissões efetuadas pelo banco Itaú Unibanco.

“Nos últimos dias o Itaú demitiu seis funcionários, demonstrando que não tem responsabilidade social nenhuma. Mesmo com seu lucro bilionário, o banco continua demitindo pais e mães de família”, critica Cesar Caldana, diretor do Sindicato de Londrina.

Os números praticados pelo Itaú são assustadores: segundo dados do Dieese, mesmo obtendo lucro líquido de R$ 3,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o banco continuou demitindo e fechou 1.964 postos de trabalho, uma redução de 7,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Com isso, o Itaú acumula um corte de 7.728 vagas nos últimos 12 meses. Em março de 2011, o Itaú tinha 104.022 funcionários, diminuiu para 98.258 em dezembro e ficou com 96.204 em março de 2012.

Ministério do Trabalho

A Contraf-CUT esteve reunida com o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, no dia 28/06, para discutir os problemas de emprego na categoria bancária, com destaque para a política de demissões e da alta rotatividade praticada pelos bancos no Brasil, em especial no Itaú. O ministro se comprometeu a cobrar esclarecimentos do banco.

Suspensão das contratações

No último dia 20/06, após uma intensa paralisação nacional em protesto contra as demissões, o Itaú anunciou a suspensão de contratações, visando conter a prática da rotatividade e promover a realocação interna de funcionários.

“A prática da rotatividade pressupõe a demissão de funcionários com mais tempo de banco e a contratação de novos funcionários com salários inferiores. Como as contratações estão suspensas, estas demissões refletem a eliminação de postos de trabalho no banco, o que é inaceitável, visto que as agências estão sobrecarregadas de trabalho”, declara Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato de Londrina.

Segundo ele, o acúmulo de função é evidente, com gerentes operacionais tendo que trabalhar nos caixas das agências. “Os funcionários não têm tido tempo sequer e almoçar e quando conseguem é só depois que as portas da agência estão fechadas. Outro problema recorrente no Itaú são as metas, que têm se mostrado impossíveis de serem cumpridas”, complementa Wanderley.

Tudo isso, somado à insegurança constante pela ameaça de demissão, gera um clima de terror nas unidades. “É inaceitável que o Itaú mantenha uma política de gestão de pessoas como essa”, finaliza Wanderley.

O Sindicato, através da atuação da Secretaria de Saúde, conseguiu a suspensão de duas demissões efetuadas pelo banco nos últimos dias.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.vidabancaria.com.br

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MPT ingressa com pedido de reintegração dos demitidos

O MPT (Ministério Público do Trabalho) apresentou na Justiça pedido de reintegração dos trabalhadores que foram demitidos pelo Itaú Unibanco desde março de 2011. A ação civil pública, assinada pela procuradora Margaret Matos de Carvalho, denuncia que as “inúmeras demissões” tiveram “nítido caráter discriminatório” e visaram aos mais velhos, às pessoas com deficiência e aos portadores de doenças ocupacionais.

“Os empregados dispensados eram os que contavam com mais idade e tempo de serviço, sendo que muitos se encontravam a poucos meses do tempo necessário para requerer aposentadoria”, diz trecho da ação. Outra irregularidade das demissões, de acordo com a procuradora, é a falta de negociação coletiva prévia com as entidades sindicais que representam a categoria.

A procuradora não especifica na ação civil pública, que tramita desde a semana passada na 9ª Vara do Trabalho de Curitiba, o número exato de bancários que seriam beneficiados por uma eventual decisão favorável da Justiça. Com pedido de liminar, a ação do MPT solicita que o banco apresente a relação das dispensas efetuadas no período.

Além da reintegração, o MPT pede na ação o pagamento de todos os salários e benefícios dos demitidos durante o período de afastamento. Também requer a condenação do banco ao pagamento de uma indenização de R$ 100 milhões por dano moral coletivo. O dinheiro seria revertido ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

Funcionária do Itaú há 23 anos, uma trabalhadora demitida no começo deste mês relatou à Agência Brasil como recebeu a notícia de seu desligamento. “Muitas vezes você abre mão do almoço para atingir as metas do banco, nunca fiz menos do que os mil pontos exigidos, e, no final do dia, você recebe a visita de alguém para lhe dizer que você está fora da curva”, diz a ex-bancária, que prefere não se identificar.

A ex-bancária acredita em sua reintegração ao cargo. “Preciso do emprego, estou na rua da amargura, desesperada. Meu marido ficou dez anos fazendo bicos, agora até conseguiu um emprego, mas com baixo salário. Essa ação judicial é a esperança que tenho”.

Entre os argumentos da ação do MPT está a Lei 9.029, de 1995, que proíbe práticas discriminatórias para efeito de acesso ou manutenção de emprego em razão da idade. A Lei 8.213, de 1991, que estabelece cotas de até 5% nas empresas para pessoas com deficiência e proíbe a demissão de pessoas nessa condição sem a devida substituição, também é citada no processo.

De âmbito nacional, a convenção coletiva de trabalho da categoria garante estabilidade de um a dois anos aos bancários em idade próxima à de aposentadoria, conforme o tempo de serviço.

Fonte: Sindicato dos Bnacários de Curitiba e Região.

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