fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 08:26 Sem categoria

Número de greves aumenta em 2011 e é o maior desde 1997, segundo o DIEESE

Maioria das paralisações ocorreu no setor público, que também faz os movimentos de maior duração

Por: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual – Publicado em 29/11/2012, 11:44 – Última atualização às 21:10

São Paulo – O número de greves no Brasil em 2011 chegou a 554, crescimento de 24% sobre o ano anterior (446), segundo levantamento divulgado hoje (29) pelo Dieese. Foi o maior número desde 1997 (631). “Esses resultados confirmam a tendência de aumento do número de greves verificada a partir de 2002 – ano que estabeleceu, com os 98 movimentos registrados, a marca mais baixa da primeira década dos anos 2000”, afirmou o instituto. O número de trabalhadores envolvidos atingiu aproximadamente 1,6 milhão em 2010 e 2 milhões em 2011.

Tomando 1997 e 2011 como referências, o Dieese afirma que esses dois períodos “delimitam um intervalo de 15 anos marcado pela relativa estabilidade do número de greves em baixo patamar”. É um dado que contrasta com o período que vai de meados da década de 1980 até meados da década seguinte, caracterizado por “considerável freqüência” de paralisações. Em 1989, por exemplo, o número chegou a 1.962. Mesmo alertando para a necessidade de relativizar a influência da conjuntura econômica como motivador para as greves, o Dieese lembra que o aumento do número de paralisações coincidiu com uma redução da taxa de crescimento da economia: de 7,5%, em 2010, para 2,7% no ano passado.

Em 2011, a maioria das greves (58,7%) ocorreu no setor público – ante 60,3% no ano anterior. Foram 325 paralisações, sendo 145 (26,2%) no funcionalismo estadual, 109 (19,7%) no municipal e 33% (6%) no federal. As estatais tiveram 29 movimentos (5,2%). Das 227 greves no setor privado, 41% do total (39,5% em 2010), 131 (23,6%) foram feitas na indústria e 91 (16,4%) no comércio. Um dos destaque de 2011, acrescenta o instituto, foram as greves dos trabalhadores na construção civil, “especialmente nas grandes obras de infraestrutura e na região Nordeste”.

Segundo o Dieese, a maior parte das paralisações durou no máximo cinco dias, tanto em 2010 (60%) como em 2011 (55%). Esses números crescem no setor privado: 74% e 67%, respectivamente. Já as paralisações no funcionalismo tendem a ser mais prolongadas. Em torno de 10% dessas greves duraram mais de dois meses.

“A ausência de regulamentação da negociação coletiva de trabalho no funcionalismo público é um fator importante para explicar a discrepância entre a duração das greves nas esferas pública e privada”, analisa o Dieese. “Dada a inexistência de data-base para a renovação das normas que regem as condições de trabalho, a paralisação das atividades é, muitas vezes, instrumento para pressionar pela abertura de negociações. E raramente as negociações têm início imediato. É preciso mencionar, também, o fato de que as negociações na esfera pública são bastante complexas, envolvendo vários órgãos e instâncias de poder.”

Pauta

O instituto classifica as paralisações em propositivas (por ampliação de conquistas), defensivas (pela manutenção de direitos ou descumprimento) e de protesto. No setor público, “o caráter defensivo é acentuado e baseia-se, em grande medida, no crescimento das greves pela manutenção de condições vigentes”.

Entre as reivindicações, predominam as de natureza econômica. No ano passado, 54,7% das greves tiveram reajuste salarial como reivindicação, bem mais do que em 2010 (48%). Em seguida, vêm auxílio-alimentação (27,3%), planos de cargos e salários ou de carreira (25,6%) e condições de trabalho (22%). No setor público, o item reajuste salarial sobe para 59,1% das paralisações e o plano de cargos, para 38,1%. Para o setor privado, reajuste aparece em 48,5%, seguido de auxílio-alimentação (41,8%) e participação nos lucros ou resultados (17,6%).

Notícia colhida no sítio http://www.redebrasilatual.com.br/temas/trabalho/2012/11/numero-de-greves-aumenta-em-2011-e-e-maior-desde-1997-segundo-o-dieese

==============================================

Balanço das greves em 2010-2011

Em 2011, o DIEESE registrou a realização de 554 greves, número 24% maior que o de 2010, quando foram encontradas, em todo o país, 446 paralisações. Mais de 2 milhões de trabalhadores estiveram envolvidos apenas nas 297 mobilizações para as quais foi possível obter número de grevistas, o que representa uma média de 6.902 trabalhadores por greve.

Leia o documento completo, acessando o endereço eletrônico http://www.dieese.org.br/esp/estPesq63balGreves2010_2011.pdf

Notícia colhida no sítio www.dieese.org.br

==============================================

Número de greves no ano passado foi o maior desde 1997, diz Dieese

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O número de greves registradas no ano passado no país atingiu 554 ante 446 em 2010, o que significa crescimento de 24%. A quantidade de paralisações também é a maior desde 1997, quando ocorreram 631. Além disso, a maior parte dos movimentos grevistas em 2011 ocorreu no setor público: 325, ante 227 no setor privado. As greves empreendidas conjuntamente, no período, foram duas.

Os dados fazem parte do estudo Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A conclusão da pesquisa é que o crescimento da quantidade de greves está relacionado à crise econômica internacional.

Na esfera pública, prevaleceram as greves em âmbito estadual (145 ocorrências), seguida pela municipal (109), e federal (33). Já no setor privado, a indústria foi o segmento que liderou em quantidade de movimentos: foram 131, seguida pelo segmento de serviços com 91 e pelo comércio com três.

Na avaliação do coordenador de Relações Sindicais, José Silvestre, há um fator preponderante para esse crescimento, associado ao desaquecimento da economia como reflexo da crise internacional. Ele observou que, em 2010, o Brasil tinha experimentado um crescimento de 7,5% no Produto Interno Bruto (PIB), percentual que caiu para 2,7%, no ano passado.

“O caráter da greve muda de acordo com o contexto da conjuntura econômica”, disse o economista. Ele lembrou que, sempre em momentos de crescimento econômico mais robusto, a tendência é haver redução das paralisações, já que as negociações de ganhos salariais tendem a facilitar o alcance das reivindicações.

Os movimentos, nesses casos, segundo ele, quando ocorrem são mais propositivos. Ou seja, têm origem em pleitos que defendem a manutenção de conquistas ou ampliação das mesmas, melhores condições de saúde e segurança no trabalho. Em situação inversa, com cenário econômico desfavorável, as greves surgem com características defensivas, contra quebra de cláusulas de acordo coletivo, por exemplo.

Silvestre informou que, no ano passado, quase a metade (49%) das 196 mobilizações do funcionalismo pública ocorreu com servidores estaduais, em greves que duraram mais de 100 dias, citando como exemplo a paralisação na área da educação de Minas Gerais e na Bahia. Já no ano anterior, foram os servidores municipais que lideraram com 52% dos movimentos.

Edição: Davi Oliveira

Notícia colhida no sítio http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-11-29/numero-de-greves-no-ano-passado-foi-maior-desde-1997-diz-dieese

Close