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O povo brasileiro e a água nossa de cada dia!

Desconhecimento popular sobre água é problema a ser enfrentado, diz ONG

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil Edição: Nádia Franco
rios
RiosArquivo/Agência Brasil

Neste sábado (22), dia em que se comemora o Dia Mundial da Água (22), é importante lembrar que um dos principais problemas que o Brasil precisa enfrentar é a falta de conhecimento da população sobre a realidade dos recursos hídricos no país, afirma o coordenador do Programa Água para a Vida da organização não governamental (ONG) WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas.

Para ele, a população está muito distante do tema água, que só chama a atenção quando há uma crise instalada. “As pessoas não procuram se informar de onde vem a água que consomem e o que podem fazer para garantir o abastecimento, há um desconhecimento geral. Os governantes têm sua culpa, as empresas e a mídia, também, e essa falta de esclarecimento reflete no cidadão.”

Kimura cita a pesquisa que o WWF faz a cada cinco anos sobre a percepção dos brasileiros sobre a água. Na última, em 2012, mais de 80% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar da ANA [Agência Nacional de Águas], que é o órgão regulador dos recursos hídricos. “Há consciência sobre como economizar e de que pode faltar água. Mais de 70% das pessoas sabem dos problemas, mas o desconhecimento ainda é grande”, disse o especialista.

Outro problema é a má governança dos recursos hídricos, acrescenta Kimura. “É muito difícil dizer se vamos conseguir, ou não, suprir nossas demandas e é grande a chance de termos problemas no futuro com a gestão que tem sido feita”, disse ele, destacando que o Brasil está muito bem em termos de leis, como, por exemplo, a Política Nacional de Recursos Hídricos , o Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os comitês de bacias hidrográficas, mas que não estão sendo implementados e fiscalizados como deveria.

“Fizemos a lição de casa até um certo ponto e precisamos mudar essa trajetória, fugir das consequências desse cenário que as Nações Unidas [ONU] projetam. Temos um arcabouço legal, bons modelos, mas a vontade política para fazer algo consistente está muito baixa, não só no âmbito federal, mas nos estados e municípios também”, destaca o coordenador do Programa Água para a Vida.

O Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água 2014 , de autoria da ONU-Água, prevê que, em 2030, a população global necessitará de 35% a mais de alimento, 40% a mais de água e 50% a mais de energia.

“O tema água esta abaixo das prioridades. A ANA é um órgão técnico de excelência, mas os governos locais não dão conta de implementar os instrumentos que já existem, a sociedade não cobra, e as empresas só se mexem quando têm que cumprir a lei”, argumenta Kimura.

De acordo com ele, o terceiro gargalo na gestão dos recursos hídricos é o mau uso da terra. “As cidades vão crescendo, ficam dependendo de reservatórios, a maioria poluídos, e ocupando áreas de nascentes, que são os ovos de ouro da galinha. O planejamento urbano tem que ser levado muito a sério, e o setor de recursos hídricos precisa estar inserido.”

Para Kimura, na área rural, também há uma tendência de agravamento do problema com a flexibilização do Código Florestal , aprovado em 2012. Para ele, a diminuição das Áreas de Preservação Permanente (APPs), que agora levam em conta o tamanho da propriedade, coloca em risco os mananciais de água.

A Política Nacional de Irrigação, instituída no ano passado, também pode constituir um problema para o especialista do WWF, já que o crédito financeiro e as outorgas para captação de água vão aumentar.  “É como uma poupança: estamos dando cada vez mais senhas para acessar a nossa caderneta, mas ninguém põe dinheiro lá. Então, temos que ter um trabalho sério de proteção das nascentes e área de recarga de aquífero”, destaca Kimura, explicando que existem áreas de terra mais permeáveis que outras que precisam ter uma cobertura florestal em cima e que, por desconhecimento das pessoas, são pavimentadas ou assoreadas.

Notícia colhida no sítio http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-03/desconhecimento-popular-sobre-agua-e-problema-ser-enfrentado-diz-ong
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Brasil tem condições de suprir demandas por água e energia, diz agência

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil Edição: Nádia Franco

A Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pela regulação e gestão das águas do Brasil, considera o país capaz de suprir suas demandas por água.

Baseada em dados da Agência Internacional de Energia, segundo os quais um aumento nominal de 5% do transporte rodoviário do mundo até 2030 poderá aumentar em até 20% a demanda por recursos hídricos atualmente usados na agricultura, devido ao uso de biocombustíveis, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o tema Água e Energia para comemorar, hoje (22), o Dia Mundial da Água.

usina hidrelétrica
      Divulgação/Usina Hidrelétrica de Mauá

“A ANA tem vocação para contemplar as atividades que precisam de água, como a produção agrícola. Mais específica, a cana-de-açúcar é tradicionalmente irrigada no país e é uma cultura que tem vocação para a energia”, diz o especialista em recursos hídricos da agência, Marco Neves, explicando que as questões regionais devem ser levadas em conta e que a instituição busca construir uma rede que não ponha em risco a segurança hídrica dos brasileiros.

A disponibilidade de água no país não é homogênea. Segundo a ANA, o Brasil tem 13% da água doce superficial disponível no planeta e cerca de 80% estão concentradas na região amazônica. “Determinamos a vazão máxima de água que pode ser usada por um certo período. Não é possível pensar em uma ampla área irrigada, de arroz inundado, por exemplo, no Semiárido do Nordeste, onde a disponibilidade hídrica é muito baixa”, explica Neves, dizendo que o abastecimento humano é a prioridade da ANA. “É a demanda mais nobre, que precede todas as outras questões.”

Para Neves, a questão energética é muito importante para a humanidade, inclusive para o aquecimento em alguns países. “E a água está muito relacionada com a produção de energia, de uma forma explicita na geração hidrelétrica, nas próprias termelétricas, que precisam de água para o resfriamento ou, nos agroenergéticos, culturas que têm vocação para produção de energia. O próprio bombeamento de água para atender ao sistema de saneamento precisa de energia.”

Dados da ONU indicam que cerca de 8% da energia gerada no planeta são usados para bombear, tratar e levar água para o consumo humano e 75% de todo o consumo industrial de água direcionam-se à produção de energia elétrica. No Brasil, o grande destaque na matriz energética fica a cargo da geração hidrelétrica, que representa 70% de toda capacidade instalada, informa a ANA.

Para o coordenador do Programa Água para a Vida da organização não governamental (ONG) WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas, o Brasil já deveria ter começado um programa de diversificação da produção para a segurança energética do país. “O Brasil tem uma rica rede de drenagem de rios e uma aptidão natural para o sistema hidrelétrico, porém, temos visto como o desmatamento, a urbanização e as mudanças climáticas têm tornado vulnerável nossa matriz energética”, disse ele.

Kimura ainda explica que a capacidade de geração hidrelétrica está quase esgotada em alguns estados e que a região amazônica seria, portanto, a área de expansão. “Isso tem gerado sérios desgastes ambientais, como vemos em Belo Monte e no Rio Madeira”, ressalta o especialista, explicando que a opção pela energia nuclear gera outros riscos, muito mais sérios, como ocorreu no Japão. No caso das termelétricas, Kimura lembra que usam combustíveis fósseis e poluem muito mais.

Para ele, as fontes de energia não convencionais, como a solar, a eólica e a maremotriz, são uma boa opção. “Não estou dizendo que sejam a solução, mas que podemos diversificar a matriz, explorando as diversidades regionais. Em tempo de crise, os economistas podem confirmar: não se coloca dinheiro em uma aplicação só. A mesma coisa acontece com o meio ambiente, só precisa de força de vontade.”

Segundo a ONU, desde 1990, mais de 2 bilhões de pessoas ganharam acesso à água potável, mas ainda há, atualmente, 768 milhões de pessoas sem acesso à água tratada, 2,5 bilhões não melhoraram suas condições sanitárias e 1,3 bilhão não têm acesso à eletricidade.

Notícia colhida no sítio http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-03/brasil-tem-condicoes-de-suprir-demandas-por-agua-e-energia-diz-agencia
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