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Por 16:42 Sem categoria

Bancários querem mais do que salários, diz presidente da Contraf-CUT

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O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Carlos Cordeiro, fez uma apresentação durante a abertura da 16ª Conferência Estadual dos Bancários do Paraná onde avaliou a importância de se avançar em temas que não sejam somente os salariais na campanha salarial de 2014.

Alguns assuntos fazem parte dos anseios da categoria, como o debate sobre a remuneração variável, a saúde, a rotatividade no sistema financeiro e a terceirização. Em relação à rotatividade, Cordeiro destaca que de janeiro a dezembro de 2012, ocorreram 45.332 admissões nos bancos e 41.844 desligamentos. “Ou seja, uma rotatividade muito grande que atinge especialmente a saúde do bancário e reduz muito a remuneração da categoria. Ou seja, o banco demite um bancário com mais tempo de casa para contratar outro com salário menor. A massa salarial do bancário caiu 28% em apenas um ano”, destacou Cordeiro.

Em relação a este tema, Cordeiro reforça que é preciso retomar a mobilização em torno da Convenção 158 da OIT, que está em julgamento no Supremo Tribunal Federal, e que proíbe a demissão imotivada. “Isso afeta diretamente a saúde da categoria bancária. Hoje vemos bancários dispostos até ao suicídio. A cada dia são mais bancários com transtornos mentais ou com doenças do sistema nervoso. Essas são as principais causas de afastamentos pelo INSS, logo depois das relacionadas pelo esforço repetitivo. Temos que retomar na mesa de negociação o debate sobre a saúde”, enfatizou.

Outro pronto destacado pelo presidente da Contraf é em relação à terceirização. “Esse ano tivemos uma grande vitória na Câmara dos Deputados em relação ao Projeto de Lei 4330. Nossa mobilização conseguiu suspender a votação do projeto”, enfatizou.

Cordeiro também destacou algumas conquistas importantes da categoria, como o aumento real nos últimos anos. “Foram 35,6% de 2004 a 2012 no piso salarial. Que outra categoria conseguiu isso?”, questionou. No entanto, avalia o dirigente, a distribuição da renda ainda é ruim no país. Ele reforça que no Brasil se gera muita riqueza, mas os trabalhadores não se apropriam dela. “Só para exemplificar, um executivo de diretoria ganha 188 vezes mais do que um caixa do Santander em um ano. Nosso desafio é escolher o caminho certo para disputar a distribuição de renda”.

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