O governo grego diz que as propostas do FMI são “cruéis” e transferem o peso dos sacrifícios para os de sempre, poupando os mais ricos.
A reunião de Tsipras com Juncker, Lagarde e Draghi durou uma hora e acabou depois da meia-noite, após um dia em que os negociadores gregos foram confrontados com novas exigências dos credores para cortarem nas pensões e aumentarem o IVA.
Se na segunda-feira, a proposta grega tinha sido acolhida como base para negociar, na quarta-feira o FMI apresentou uma proposta que contraria o sentido do documento de Atenas, ao transferir os sacrifícios para os pensionistas e trabalhadores. “O lado grego não pode concordar em avançar nessa direção”, afirmaram fontes do governo à agência de notícias ANA-MPA.
Esta quinta-feira as negociações técnicas em Bruxelas regressam às 5h da manhã, com o Eurogrupo a reunir de novo ao início da tarde. Antes disso, Tsipras volta a reunir com os representantes dos credores às 8h.
A insistência dos credores em aumentar o IVA para 23% na generalidade dos produtos e para os cortes nas pensões, em vez do aumento de impostos sobre as empresas e os escalões mais altos de rendimento, reduz a possibilidade de um acordo que terá ainda de ter luz verde da direção e do grupo parlamentar do Syriza, antes de ser votado no parlamento até 30 de junho.
A reunião europeia que decorre quinta e sexta-feira será decisiva para saber se existe vontade política da liderança europeia para respeitar a escolha dos eleitores gregos em janeiro ou se, pelo contrário, estão determinados em utilizar um corte de liquidez aos bancos gregos, com o consequente controle de capitais, como arma política capaz de provocar eleições antecipadas.
Fonte: Portal Carta Maior