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Por 11:39 HSBC

Veja aqui as ações realizadas pela Fetec e os sindicatos sobre a venda do HSBC

A venda do HSBC para o Bradesco pode ser classificada como uma “crônica de uma morte anunciada”. Desde que o grupo financeiro inglês assumiu,  extra-oficialmente em fevereiro e de forma oficial em junho, que estava vendendo suas operações no Brasil, o banco paulista sempre esteve à frente das especulações e era apontado como o favorito para adquiri-lo. Quando surgiram as propostas, mais uma vez o Bradesco largava na ponta. Em uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, do dia 10 de junho, foi divulgado que o Bradesco ofereceu  R$ 10 bilhões pelos ativos do HSBC, proposta superior ao do Santander (que girou em torno de R$ 9 bilhões) e do Itaú (R$ 8 bilhões). Nem mesmo diante da presença de um suposto interesse de bancos de fora do Brasil, como o Nova Scotia Bank do Canadá, BBVA da Espanha, Bancolombia da Colômbia, entre outros, o Bradesco teria se abalado, mantendo-se sempre como o preferido para fechar o negócio.

A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR), junto com os seus sindicatos, em especial o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região (Seeb Curitiba), estavam, muito antes do anúncio oficial da saída do HSBC do Brasil, se mobilizando e lutando em prol dos mais de 21 mil trabalhadores do banco. No final de abril, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC aprovou a ida de representantes sindicais até Brasília para fazer uma defesa dos interesses dos trabalhadores junto ao governo federal. Foram duas reuniões no mês de maio, com parlamentares e representantes de órgãos como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Banco Central (BC), alertando sobre os riscos de desemprego caso um banco de bandeira nacional assumisse o HSBC.

Ainda buscando ajuda de políticos influentes, a Fetec e o Seeb Curitiba se reuniram com o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), e com a vice-prefeita, Miriam Gonçalves (PT), no objetivo de ganhar aliados de peso na defesa do trabalhador e também para a capital paranaense, uma vez que é sede nacional do banco e cuja verba proveniente do Imposto Sobre Serviços (ISS) é de pouco mais de R$ 80 milhões por ano.

Foto: Joka Madruga

Foto: Joka Madruga

A luta continuou no mês de junho, com a presença de líderes sindicais em reuniões com deputados estaduais e participação em sessões na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), e aumentou ainda mais quando finalmente o HSBC se pronunciou oficialmente que iria encerrar as atividades no País, no dia 9 de junho. Diante deste quadro, o movimento sindical tomou as rédeas desta briga e fez uma grande paralisação, que se espalhou por todo o Brasil. A iniciativa deu resultado e o banco passou a chamar representantes dos sindicatos e da Fetec para participar de reuniões em que ficou acertado que os ingleses informariam a situação da venda.

Buscando mobilizar ainda mais setores da sociedade paranaense, foram promovidas também, em junho, reunião com  a Associação Comercial do Paraná (ACP), utilização da tribuna livre na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) e na de Umuarama, novo apoio da vice-prefeita de Curitiba, que levou a preocupação dos trabalhadores para o ministro do trabalho, Manoel Dias. A Fetec e o Seeb Curitiba voltaram para Brasília para uma nova conversa com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rosseto, e senadora Gleisi Hoffmann (PT), com o alto escalão do Cade e do BC, em que foi encaminhado um ofício junto ao Cade para ter acesso às informações sobre venda do HSBC, e ainda o apoio do ministro do trabalho nesta luta.

Os representantes sindicais ainda foram recebidos pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, no dia 1.º de julho, que se comprometeu em analisar os impactos sociais da venda. Enquanto a Fetec e os sindicatos continuavam na mobilização, o Bradesco e o Santander fizeram uma nova proposta pelo HSBC no dia 06 de julho. A luta fica polarizada entre os dois bancos, uma vez que o Itaú foi perdendo interesse na compra e de que os bancos estrangeiros não se manifestaram neste período.

Já na reta final, começaram as especulações de que o Bradesco iria mesmo comprar o HSBC. A primeira veio no dia 21 de julho, quando começaram a pipocar notícias de que até o final de julho, tudo estaria acertado entre os dois grupos financeiros. A outra veio justamente no final do mês, no dia 31, informando que o anúncio seria feito nesta segunda-feira (3), o que, de fato, acabou acontecendo.

Contudo, tanto a Fetec quanto os sindicatos continuam  na luta pela manutenção do emprego dos trabalhadores do HSBC. O movimento sindical continuará acompanhando de perto essa venda, buscando apoio da sociedade, dos políticos e dos governos. Há a expectativa de que uma reunião da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) com a direção do Bradesco aconteça ainda nesta semana, como forma de abrir um canal de diálogo para garantir aos milhares de trabalhadores do banco inglês os seus direitos.

 

Autor: Flávio Laginski

Fonte: Fetec-CUT-PR

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