Rui Falcão defende política econômica de Lula
Em evento de comemoração aos 36 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), organizado pelo diretório municipal do partido, na noite de hoje (19), o presidente nacional do partido, Rui Falcão, fez um discurso em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também em defesa da política econômica de Lula.
“O PT tem todo o direito de colaborar com o nosso governo, que nós defendemos e queremos que se mantenha, de apresentar também as nossas propostas. E nós vamos na direção de, nas circunstâncias de hoje, que não são as mesmas da época do Lula, mas reivindicar que tenhamos uma política econômica nos marcos do que foi a política econômica do governo Lula”, disse ao citar o programa econômico apresentado pelo PMDB, que tem orientação liberal, segundo Falcão.
Para Falcão, debater superávit, défict e câmbio, por exemplo, é mais difícil, mas disse que as pessoas entendem o que era a política do governo Lula. “Significava emprego, distribuição de renda, valorização salarial, diálogo, mobilização, reforma agrária, prestígio do Brasil no âmbito internacional, integração do país junto com os governos populares da América do Sul, da África, de colaboração incentivo e parceria. Tudo isso é fácil [de entender]”.
Ao defender a política econômica do ex-presidente, Falcão falou que o país vive uma outra situação atualmente, mas insistiu que existem marcos que são possíveis de defender, como a questão do emprego. “Por exemplo, em vez do superávit como matriz, eu coloco a questão do emprego [como matriz], então eu vou dizer o seguinte: aumentar a taxa de juros é bom para o emprego? Não, é ruim para o emprego. Então eu sou contra. Fazer valorização do salário-mínimo todo ano e manter a lei que tem lá é bom para o emprego? É. Então eu sou a favor”, exemplificou Falcão.
Segundo Falcão, esse modelo cria uma linha de demarcação positiva para o partido, o que torna mais fácil a defesa da democracia no país “com gente na rua, gente mobilizada com convicção”.
Rui Falcão disse que o PT ganhou a última eleição presidencial em uma dura disputa, com forte polarização e em meio a um aprofundamento da crise mundial, com a queda dos preços do petróleo, do minério de ferro, das mercadorias agrícolas, além das desonerações promovidas na última fase do governo Dilma, para tentar sustentar o nível de emprego.
“Isso levou a que o nosso governo, que é um governo de coalizão, integrado por vários partidos, esteja sendo constrangido a cumprir uma pauta que não é exatamente a nossa. Não é que é uma vontade, mas há uma pressão”, justificou, referindo-se às diferenças com o Congresso Nacional.
“Se nós temos uma correlação desfavorável no Congresso e combatemos lá e temos tido vitórias parciais, nós precisamos ter um movimento social forte, uma opinião pública que a gente vá convencê-la também para exercer a pressão legítima para alterar aquela correlação que está lá dentro”, disse. Para ele, se isso não ocorrer, o PT vai ser obrigado a cumprir um programa que é “o programa de quem perdeu a eleição”.
Estiveram presentes também no evento o prefeito Fernando Haddad, sua esposa Ana Estella Haddad, o deputado Paulo Teixeira, a vereadora Juliana Cardoso e o presidente municipal do PT Paulo Fiorillo.
Fórum Nacional do Trabalho discute o “Compromisso pelo Desenvolvimento”
O Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social realizou na terça-feira (15) a última reunião do ano, no Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). No encontro, foi apresentado e discutido o Manifesto “Compromisso pelo Desenvolvimento” – assinado por 70 entidades sindicais de trabalhadores e empresários, inclusive por centrais sindicais e confederações patronais – com propostas para retomar o desenvolvimento econômico do País.
Assessoria Sedes
15/12/2015
A Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes) participou na terça-feira (15) do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social. Promovido pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, o evento contou com a participação de representantes do governo, das centrais sindicais e entidades empresariais. Na oportunidade, foi apresentado o Manifesto a favor de uma agenda para a retomada do desenvolvimento econômico do País: o “Compromisso para o Desenvolvimento” (em anexo, abaixo), que objetiva tornar mais célere a transição para a retomada do crescimento e do desenvolvimento econômico. O Manifesto aponta sete eixos, entre eles, a retomada rápida do investimento público e privado em infraestrutura produtiva, social e urbana; a retomada e ampliação dos investimentos no setor de energia; e, o destrave do setor de construção.
O sociólogo, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e membro do Conselho do Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Clemente Ganz Lúcio, apresentou o documento. Entre os participantes, foi unânime o sentimento de que é preciso deixar as divergências de lado neste momento em benefício de compromissos que possam auxiliar trabalhadores e empresários do setor produtivo, além de incorporar o governo nos desafios que estão sendo impostos. E cada um, no âmbito de sua área de atuação, apontou expectativas e caminhos que possam ser adotados.
O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, destacou a importância de unir a sociedade em torno da retomada de crescimento e de atualizar a agenda do Fórum, com o debate de propostas conjuntas que estimulem a economia do país. “Nós, do governo, temos consciência da urgência de criarmos condições para recuperar, rapidamente, o crescimento, o desenvolvimento e da capacidade de gerar emprego, trabalho e renda”, declarou.
Aos participantes, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, ressaltou a importância do ajuste cambial como oportunidade para a indústria explorar o mercado externo. Ele afirmou ainda que o caminho para o País voltar a crescer passa pelas exportações. “A retomada do desenvolvimento deve vir apoiada em três pilares: exportações, investimento em infraestrutura e reformas que contribuam para aumento da produtividade”.
Para presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, para que o país volte a crescer com geração de emprego e distribuição de renda, é preciso separar as questões políticas das questões econômicas. Enfatizou que neste momento, as diferenças ideológicas precisam ser deixadas de lado para que o país possa debelar a crise com celeridade.
O presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Jorge Abrahão, afirmou que os integrantes do movimento precisam ter sentimento de inconformismo com as previsões para o ano de 2016. Destacou ainda a importância da parceria do governo para destravar processos.
As centrais sindicais marcaram presença. Em sua fala, o Secretário-Geral da CUT, Sergio Nobre, apontou o diálogo como imprescindível para os resultados esperados. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que sua expectativa é de que os esforços sejam efetivos para uma verdadeira mudança nos eixos da política econômica. O presidente da CTB, Adilson Araujo, exaltou a maturidade de empresários e trabalhadores, que deixaram divergências de lado, para apontar ao governo algo concreto a ser realizado, cujo interesse é de todos. Já para o presidente da CSB, Antonio Neto, é necessário discutir a dívida pública e mudar o foco. Para ele, ao invés de se insistir apenas nos cortes, elevação de juros e na redução do consumo das famílias, uma alternativa seria a utilização das reservas internacionais do País para enfrentar os efeitos nefastos da crise.
Também participaram do Fórum, o secretário especial da Previdência Social, Carlos Gabas; e, o secretário especial do Trabalho, José Lopes Feijó.
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