Alerta foi feito durante paralisação do Centro Administrativo Tatuapé; Sindicato não vai admitir aumento dos cortes de postos de trabalho e da terceirização em um banco que lucrou R$ 25 bilhões em um ano
“Sou de uma área específica que foi toda terceirizada, e graças ao Sindicato, que negociou com o banco, seremos realocados, mas o medo de demissão e terceirização no CAT é permanente. Em todas as áreas falam em demissão”, relata um bancário do SOS Internet.
A terceirização é uma estratégia do banco para lucrar ainda mais por meio da economia com gastos trabalhistas. Um funcionário terceirizado chega a ganhar 80% menos que o bancário para fazer exatamente a mesma função. E quem arca com os custos é a empresa contratada. Além de outros direitos garantidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, como PLR e vales alimentação e refeição, os quais os terceirizados não possuem.
“A manifestação de hoje contou com a adesão maciça dos bancários”, conta o dirigente sindical Sérgio Lopes, o Serginho. “Mesmo após a abertura dos portões, eles ficaram do lado de fora, por cerca de meia hora, em apoio ao protesto.”
Lucro nas alturas – Em 2015, o Itaú lucrou R$ 28 bilhões. De março de 2015 a março de 2016 cortou 2.902 postos (610 deles apenas no primeiro trimestre de 2016) e fechou 154 agências convencionais. Só nos três primeiros meses de 2016, o lucro líquido recorrente de R$ 5,235 bilhões.
“Com todo este ganho nós não vamos admitir que o banco terceirize mais áreas e demita os funcionários, e se isso continuar acontecendo, o Sindicato vai parar os centros administrativos quantas vezes forem necessárias até que o Itaú reveja essa política de obtenção de lucro por meio de demissões e sobrecarga de trabalho”, afirma Serginho.
A Justiça do Trabalho, por meio da súmula 331 do TST, proíbe a terceirização da atividade principal de uma empresa. Esse é o único arcabouço jurídico que protege os trabalhadores contra a prática. Entretanto, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015 (antigo PL 4330), que pretende legalizar a terceirização de todas as atividades de uma empresa, tornando inútil a súmula 331. O texto foi aprovado a toque de caixa pela Câmara em abril de 2015 e agora está no Senado.
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Golpe contra os trabalhadores – O novo ministro do Trabalho do “governo” interino de Michel Temer, Ronaldo Nogueira, também já defendeu a terceirização irrestrita, assim como o recém-nomeado presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, economista-chefe e sócio do Itaú.
“Os trabalhadores estão seriamente ameaçados por uma série de projetos de lei e por um governo golpista que defende a retirada de direitos. O momento exige união, organização e conscientização da categoria. Participe de protestos e envie e-mails a deputados e senadores repudiando qualquer tipo de tentativa de retirada de direitos”, orienta Serginho.
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Rodolfo Wrolli – 19/5/2016
Fonte: spbancarios/noticias