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Por 16:56 Sem categoria

Bancários: não se deixem intimidar e vamos à luta!

Um dia após os banqueiros se recusarem a apresentar nova proposta para os trabalhadores, eles partem para a truculência. Depois da tentativa frustrada do Comando Nacional  em tentar negociar com a Federação Nacional dos Bancos, nesta quita-feira (15), em São Paulo, os banqueiros deram ordens para que os funcionários fossem trabalhar enfrentando os próprios colegas que lutam por melhores condições para a categoria e aceitando a humilhação de ter os seus direitos negados.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Elias Jordão, convoca todos os bancários a resistir e aos que ainda não aderiram à greve, ele adverte que, historicamente, todas as conquistas dos bancários vieram de muita união e mobilização.

“Os bancos preferem confrontar o movimento sindical e intimidar seus trabalhadores do que negociar. Depois de duas rodadas de negociação provocadas pelo bom senso do movimento sindical que aposta no esgotamento da negociação em mesa, os bancos preferiram não apostar em nenhuma proposta nova ou decente e para piorar o descaso com aqueles que geram seus lucros bilionários resolveram intimidar os bancários a voltarem ao trabalho mesmo com uma proposta rebaixada e com perdas. Não é a primeira vez ou primeira campanha que os bancos agem com essa truculência e também não será a primeira vez que os trabalhadores darão uma resposta à altura da ganância dos banqueiros. Não aceitaremos sair desta campanha com perdas. Reagiremos, resistiremos e venceremos”, conclamou Jordão.

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Elias Jordão, pres. Sindicato dos Bancários de Curitiba. Foto: Joka Madruga / SEEB Curitiba

E nesta sexta-feira (16), choveram denúncias de práticas antissindicais, no Paraná – e no Brasil – em que gestores, orientados pelos bancos, estão convocando todos a trabalhar, para que todas as agências reabram normalmente, independente de quais meios precisem ser empregados, burlando o direito de greve.

Em Londrina, a tentativa de emparedamento e desmobilização da greve foram austeras. O Sindicato é contra essa atitude de confronto e, por isso, está reforçando a mobilização para manter a greve de forma pacífica, como tem sido nestes últimos 11 dias, na defesa legítima das prioridades levantadas pela categoria para esta Campanha Salarial. A presidenta do Sindicato de Londrina e Região, Regiane Portieri, enfatiza a necessidade dos bancários ajudarem mais na mobilização.

“Precisamos dos bancários para que nos ajudem ou então vamos chegar naquilo que os banqueiros querem: impor retrocesso e não garantir nem a inflação. É importante lembrar que são onze anos de aumento real. Não podemos retroceder, pois basta um passo para trás para que criemos um flanco perigoso, repetindo o que  eu aconteceu nos anos 90 em que a categoria ficou oito anos sem aumento e arrocho salarial”, declarou Regiane.

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Regiane Portieri (à dir.). “São onze anos de aumento real. Não aceitaremos retrocessos”.

Em Cornélio Procópio, que fica na região do Norte Pioneiro do Paraná, os gestores dos bancos também forçaram a barra da categoria e, em alguns locais chegaram a retirar os cartazes da greve. No entanto, o movimento grevista segue com a paralisação de 36 agências e com uma adesão de 93,36%.

“Está havendo um diálogo e concordância com os funcionários. Onde tem dirigente, a agência não abre. Os funcionários concordam que  é um absurdo os banqueiros não apresentarem uma proposta e ainda exigirem que as agências abram, por isso, eles entendem a necessidade do papel dos sindicatos. Só a união dos bancários é que vai quebrar essa intransigência dos banqueiros. Em anos anteriores essa pressão foi igual, mas a resistência foi imediata e proporcional à pressão dos banqueiros”, contou Elizeu Marcos Galvão, presidente do Sindicato dos Bancários de Cornélio Procópio e Região.

Na região Centro-Sul do estado, em Guarapuava, também foram registradas tentativas ilegais de furar o direito de greve dos bancários. A resistência venceu a truculência, conforme relatou Sandro José Zanona, presidente do sindicato dos Bancários de Guarapuava e Região. De 64 agências, 57 permanecem fechadas.

“Faltam sete agências para termos 100% de adesão e essa é nossa meta para segunda-feira. Não é novidade que eles [os banqueiros] testam nossa paciência e nossa resistência. É uma situação difícil porque estamos na ponta com clientes e usuários, além de os bancários ficarem apreensivos. Neste ano, saberíamos que diante da conjuntura política, os banqueiros iriam intensificar as ofensivas, mas não nos deixamos abalar. Vamos resistir e crescer na mobilização”, disse Zanona.

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Sandro Zanona (à esq). “Vamos resistir e crescer ainda mais na luta”.

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