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Por 14:39 Sem categoria

Golpe contra os bancários servirá de exemplo para retirada de direitos de todos os trabalhadores

“Querem quebrar a espinha dorsal dos bancários”, alerta FETEC-CUT-PR

A greve dos bancários, que entrou nesta quarta-feira (28) em seu 23º dia, já é uma das mais longas desde 2004, quando a paralisação chegou a 28 dias. Os bancos compõem o único setor da economia brasileira, que mesmo diante da crise, conseguem lucrar mais que a soma de todos os setores produtivos juntos. Nesse ano, os banqueiros estão se mostrando intransigentes nas negociações com a categoria, negando-se até a repor as perdas inflacionárias.

O que está em jogo não é o índice de reajuste, que toda a sociedade sabe que eles, os bancos, são mais que capazes de pagar. Protagonistas do golpe que colocou no poder, de forma indireta, um representante legítimo da mais retrógrada direita brasileira, a intensão dos banqueiros é anistiar todo o empresariado, o governo e os congressistas pela implantação da retirada de direitos trabalhistas e sociais, de forma avassaladora.

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR), Júnior César Dias, alerta: “a lógica é simples: se o setor bancário, que nunca tem crise, nega-se a dar reajuste aos seus funcionários, porque os demais empresários precisam ceder? Quebrando a exponha dorsal dos bancários, todas as demais categorias estarão seriamente ameaçadas”.

Embora a sociedade enxergue e sinta os efeitos perversos da ganância dos banqueiros, para a imprensa, é como se nada de anormal estivesse acontecendo e a greve não existisse. Quando mencionam a greve, tentam jogar a opinião pública contra os bancários, mostrando as longas filas nas lotéricas, os golpes aplicados por falsos correspondentes bancários, mas nunca mencionam os lucros dos bancos diante das justas reivindicações dos funcionários.

Endurecimento nas negociações

Ontem, após reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os representantes dos bancos sinalizaram com um novo modelo de acordo, que passaria a ter validade por dois anos. As negociações serão retomadas às 15h desta quarta-feira. Enquanto isso, a categoria mantém a greve em todo o País para pressionar os banqueiros a avançar na proposta.

Elias Jordão, diretor executivo da FETEC-CUT-PR e também presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, narra que essa é a primeira vez que o Comando Nacional aceita ouvir a proposta da Fenaban sobre um eventual acordo bianual. Segundo ele, há anos os bancos tentam impor essa condição, mas o Comando nunca aceitou sequer ouvir. Para Jordão, o protagonismo dos bancos no atual cenário de crise política e econômica do país, tem dado a eles a crença de que podem impor condições.

“O que nos levou a avaliar essa possibilidade de ouvir uma proposta de acordo bianual é o momento do impasse. A negociação está estagnada. Eles nos impuseram que essa é a única condição para eles voltarem a negociar: ou aceitamos discutir minimamente o que eles têm a propor dentro desse modelo ou a Fenaban anunciaria que estamos nos recusando a negociar. Nos anos anteriores, também tivemos períodos de estagnação, mas havia uma pressão governamental para que se entrasse num acordo. Quando entrávamos num momento de impasse, os bancos recuavam, melhorando a proposta. Agora, está muito claro que eles não vão recuar”, reportou Jordão.

O dirigente sindical classificou a reunião de ontem como “muito dura”, na qual o Comando pediu um intervalo para fazer uma avaliação Os sindicatos do Brasil inteiro, decidiram que é necessário ouvir o que Fenaban tem a dizer nessa proposta de dois anos.

“Sabemos que vai tratar mais especificamente do índice. Em tese, adiantaram que contemplaria um ganho real no período, mesmo que não houvesse agora, mas na extensão desses dois anos. Aceitamos conhecer, o que não significa aceitar. Só levaremos em consideração, desde que não haja prejuízo para a categoria”, concluiu Jordão

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Elias Jordão (à dir.): “Não aceitaremos nada que traga prejuízos aos bancários”.

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