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Por 14:15 Notícias

2021 está acabando e não vai deixar saudades

Se tem algo que os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil não sentirão de 2021 é saudades. Inflação, desemprego, pandemia e ataques maciços contra os nossos direitos ditaram o ritmo deste ano. Cortesia da necropolítica adotada pelo dublê de presidente Bolsonaro e o “sinistro” da economia, o necro liberal Paulo Guedes.

Tivemos inflação recorde este ano. Nos meios de comunicação, era comum ouvir falar da alta do arroz, do feijão, da carne, dos combustíveis, da luz, da água, entre outros. Resultado? Poder de comprar lá embaixo e os trabalhadores sendo obrigados a substituir alimentos ou mesmo os deixando nos caixas por não terem condições de comprar, fazendo renascer um termo que já estava praticamente obsoleto: a carestia.

População vasculha lixo para achar comida

Já que falamos em alimentos, foi o ano que registrou uma das imagens mais tristes do ano: a que mostra uma fila de pessoas esperando pegar ossos de açougues. A fome, erradicada durante a gestão do PT, voltou com força sob a batuta de Bolsonaro Reportagens romantizando a fome se tornaram frequentes, com absurdos do tipo “como passar o mês com R$ 150”. Para ter uma noção da gravidade da fome, o relatório da Organização da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO, em inglês), estimou que 23,5% da população brasileira sofre com a fome. Ou seja,  49,6 milhões de pessoas, incluindo crianças, têm dificuldades para ter o que comer.

O desemprego segue alto. São pelo menos 13 milhões de pessoas sem trabalho e outras tantas que tiveram que apelar para a informalidade para poder pagar as contas e colocar comida na mesa. Como se isso ainda não bastasse, houve uma tentativa de reduzir ainda mais os direitos trabalhistas, como a Medida Provisória 1045, conhecida como MP da Escravidão. Essa medida, que tinha como objetivo criar uma sub categoria de trabalhadores, que não teriam direitos básicos como 13.º salário, férias, etc, chegou a ser aprovada pela Câmara, mas foi rejeitada no Senado.

Descaso com a Covid-19

Foi o ano ainda da tentativa de o governo minimizar a pandemia de Covid-19, com direito a espetáculos grotescos por parte do ocupante do Palácio do Planalto e uma enxurrada de fake news sobre o assunto, sob a benção do governo federal. Essa inoperância acabou por ceifar mais de 600 mil vidas.  Foi também o ano em que o presidente farsante encerrou o bolsa-família para substituir por um programa eleitoreiro que não irá atender a todos.

Bancos

A categoria bancária também não teve vida fácil. Além dos problemas em comum com a população, muitos bancários e bancárias perderam o emprego ao longo de 2021. O detalhe é que havia um acordo com sindicatos e federações para que os bancos não demitissem neste período de pandemia.

O Banco do Brasil, no início do ano, passou por aquilo que o governo chamou de “reestruturação”. Mas isso foi apenas um eufemismo para “sucateamento” do BB, uma vez que o sinsitro da economia nunca escondeu seu desejo em privatizar o banco que fomenta a agricultura no País. Se isso vir a acontecer, preparem-se para gastar, porque os alimentos vão disparar ainda mais.

Um alento para a categoria foi que, graças ao acordo coletivo válido por dois anos, as bancárias e os bancários tiveram um reajuste acima da inflação. Foram um dos poucos trabalhadores a obterem este benefício.

O que esperar de 2022?

O próximo ano tende a não ser muito diferente de 2021. O mundo encara agora a variante ômicron da Covid-19, que pode vir a causar muitos problemas por aqui. Inflação, desemprego e fome tendem a continuar nos noticiários.

Teremos também uma campanha salarial que promete ser dura. Podemos garantir que estamos prontos para o embate e lutaremos para que nossos direitos não sejam subtraídos, bem como vamos brigar por um reajuste salarial que satisfaça as nossas necessidades.

Contudo, há algo de muito positivo: este ano teremos eleições para presidente. É a chance de dar um basta ao neofascismo que se instalou em Brasília e de voltar a ter um governo voltado para os trabalhadores e trabalhadoras. Lula, que deixou excelentes marcas nos oito anos em que esteve na presidência, é candidato novamente. As pesquisas mostram Lula liderando em todos os cenários, igual em 2018, quando foi vítima de um golpe de um juiz que foi ministro da justiça do Bolsonaro e que quer se apresentar como o candidato da terceira via (sendo que a esposa deste certo juiz disse uma vez que quando via Bolsonaro e ele, enxergava uma pessoa só).

Só que agora não há farsa jato. Lula é candidato e representa a esperança de um povo que quer voltar a ser feliz e ter orgulho de ser brasileiro. Então, nestas eleições, lembrem-se em quem sempre olhou para os mais pobres, não para aquele que só beneficiou o 1% mais rico do país.

Texto: Flávio Augusto Laginski

Fonte: Fetec

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