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Por 10:31 Agenda Sindical, Destaque

Lula presidente, debates sobre a minuta e modelo econômico atual marcaram o sábado da 24.ª Conferência Nacional dos Bancários

Bancários e bancárias de todo o Brasil se reuniram neste sábado (11) para dar prosseguimento aos trabalhos da 24.ª Conferência Nacional dos Bancários da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT). Pela manhã, os presentes debateram a necessidade de eleger Lula, enquanto no período da tarde o debate foi sobre a crescente desigualdade social no Brasil graças a uma política econômica que beneficia a poucos. O evento está sendo realizado de forma híbrida e encerra neste domingo (12).

O professor, acadêmico, economista, ex-ministro da Educação, da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Casa Civil durante o governo Dilma e ex-deputado federal e senador por São Paulo Aloísio Mercadante foi convidado para palestrar para as bancárias e bancários. Ele foi categórico ao afirmar que a reconstrução do país obrigatoriamente passa pelas mãos de Lula. “É preciso combater a fome, recuperar direitos, distribuir renda e combater a extrema pobreza. O governo que aí está nada fez pelos trabalhadores. Lula é a chave para recuperar o país”, afirma.

Mercadante também chamou a atenção para que o próximo governo adote uma política de industrialização focada na inovação, na ciência e na pesquisa da indústria 4.0. “Precisamos sair desse mercado primário exportador que está exportando petróleo e comida. Nós precisamos de indústria que gere valor agregado. É a indústria que gera emprego de qualidade. E não haverá condição de recuperar a economia se não tiver um estado com capacidade de investimento”, ponderou.

Lula lá já no primeiro turno

O ex-ministro aproveitou que um dos focos da Campanha Nacional deste ano é o de reconduzir Lula ao poder e opinou a respeito. “Lula governou o Brasil por duas vezes e teve a melhor avaliação da história. É preciso redobrar nossos esforços para que ele vença já no primeiro turno. Será a disputa da esperança contra o ódio. Só tem uma pessoa capaz de derrotar o Bolsonaro e defender a democracia: Luiz Inácio Lula da Silva”, afirma.

Uma aberração chamada “teto de gastos”

De acordo com Mercadante, o teto de gastos é uma aberração em todos os sentidos e colabora para que o país regrida. “Nenhum país da União Europeia tem mecanismo de controle de gastos e nenhum país do mundo tem um programa que impede o crescimento dos gastos sociais por 20 anos – nem que o PIB cresça –, como o imposto ao Brasil após o golpe de 2016. “Nos Estados Unidos, olha o plano Biden, olha o plano ‘Nova Geração’, da União Europeia. São planos de um Estado que investe, que tenta reconstruir”, enfatizou.

Bancários unidos contra o desmonte do Brasil

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, reafirmou mais uma vez que a Campanha Nacional deste ano vai além das pautas da categoria bancária. “Nós vamos renovar a nossa Convenção Coletiva, mas o principal acordo coletivo, nossa principal luta desse ano, são as eleições. Estamos resistindo ao desmontes do Estado, resistindo contra os ataques aos direitos trabalhistas, contra as privatizações das empresas públicas, inclusive dos bancos públicos, essas importantes ferramentas para a distribuição de renda, que estão sendo sucateadas, entregues, desmontadas. Nossa principal campanha é resgatar o Brasil que a gente quer salienta.

Modelo econômico excludente

No período da tarde, a categoria acompanhou as explanações do economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Contraf-CUT, Gustavo Machado Cavarsan. Segundo ele, a atual conjuntura econômica está sendo extremamente prejudicial para os trabalhadores. “Vivemos um momento de grande desemprego, queda de renda, inflação alta, aumento da pobreza e fome. Este cenário de dificuldade de pagar as contas faz com que as pessoas sejam ‘obrigadas’ a recorrer ao endividamento com os bancos, principalmente por meio de cartões de crédito. O que para o banco significa mais receitas, lucros e dividendos aos acionistas. Mas, para as famílias brasileiras significa um comprometimento maior de sua renda com o pagamento de parcelas de empréstimos bancários com altos juros. A solução é lutar de forma urgente por um sistema financeiro que sirva ao desenvolvimento econômico do país e não se alimente das dificuldades da população para aumentar seus resultados”, analisa.

Contexto adverso

Em seguida, a economista do Dieese na subseção do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rosângela Vieira, falou para a categoria que a campanha deste ano será difícil e que será preciso muita luta. “Mudanças tecnológicas e organizacionais têm afetado o emprego bancário. O encolhimento da categoria e a alteração na dinâmica estrutural ocupacional nos bancos, com aumento da ‘gerencialização’ e ampliação de trabalhares fora das agências, especialmente em áreas de TI, é uma realidade estrutural. Além disso, há novas tendências como o aumento dos pedidos de desligamento. O debate que a categoria está construindo aqui é fundamental”, concluiu.

Texto: Flávio Augusto Laginski, com informações da Contraf-CUT

Fonte: Fetec

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