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Por 11:13 Cidadania, Destaque

Bolsonarismo mata

O guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, estava feliz no último sábado (09). Comemorava, ao lado de familiares e amigos, os seus 50 anos. A festa, realizada em um clube, teve como tema o candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Todos ali estavam alegres, exceto um penetra, o agente penal federal e bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho.

Irritado por conta do tema da festa e incapaz de conviver com opiniões contrárias a sua, Guaranho invadiu o local xingando os presentes e gritando frases de apoio a Bolsonaro. Mas apenas isso não o deixou satisfeito. Ele retornou, com arma em punho, e fez diversos disparos contra Arruda, que revidou e impediu que uma tragédia ainda maior acontecesse. Saldo do ataque: Marcelo Arruda morto e o agente penal ferido.

Mas por que esta tragédia aconteceu? Para a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR), basta uma rápida pesquisa na Internet para entender os motivos. Jair Bolsonaro, o necropolítico que se encontra no poder, já deu declarações de que iria “fuzilar a petralhada” e “um tiro ou uma granadinha mata todo mundo”. Pois bem. Guaranhos seguiu essa ordem à risca. Arruda está morto. Sua esposa, viúva. Seus filhos não contam mais com a presença do pai.

O presidente da Fetec, Deonísio Schmidt, lamenta a tragédia e espera que o bolsonarista seja enquadrado nos rigores da lei. “Vivemos um clima de guerra, graças ao atual presidente. Além deste assassinato, tivemos outros episódios de violência, Isso sempre parte da extrema-direita, que se sentem representados por este governo vil e covarde. Lamentamos muito a morte do companheiro Arruda e esperamos que a justiça seja feita”, afirma.

Deonísio também credita este clima de guerra a Bolsonaro. “A polarização não causa mortes. PT e PSDB dominaram as eleições por muitos anos e não tivemos situações como esta. Agora, o bolsonarismo, sim, mata. Não é a primeira vez que isto aconteceu. Esperamos que seja a última, muito embora o quadro atual esteja delicado demais. Precisamos vencer nas urnas estas eleições para amenizar um pouco este problema, pois o bolsonarismo não vai acabar com a derrota de Bolsonaro”, enfatiza.

Intolerância

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou as consequências do episódio de intolerância para as duas famílias. “Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda”, disse, via Twitter. “Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável.”

Nota inútil

Muitas horas depois, o protofascista que ocupa a presidência da República emitiu uma nota a respeito do assassinato. Porém, tal qual seu governo, foi algo inútil. Pior, tenta responsabilizar a esquerda sobre a violência de um partidário da extrema-direita. É como dizem, de onde menos se espera é que não se espera algo de bom mesmo.

Texto: Flávio Augusto Laginski

Fonte: Fetec

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