Foi difícil, foi suado, foi angustiante. Mas isso serviu apenas para deixar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva ainda maior. Suas vitórias em 2002 e 2006 foram grandes, mas esta de 2022, contra o adepto da necropolítica, podemos classificar como “gigante”.
Lula foi do céu ao inferno e ao céu novamente. Quando deixou a presidência em 2010, contava com a aprovação recorde de 87% do povo brasileiro. Após o golpe contra Dilma Rousseff, tentou sair candidato, mas um certo juiz, que a própria justiça o decretou como “parcial” anos mais tarde, impediu-o de concorrer em 2018 e, como prêmio do vencedor daquele pleito, ganhou de presente o cargo de ministro da justiça. Passou mais de 500 dias encarcerado em Curitiba. Nunca baixou a cabeça. Dizia sempre que provaria a inocência. O tempo e a resiliência provaram que Lula estava certo.
Enquanto o país se afundava cada vez mais em casos de corrupção, mortes pela pandemia de Covid-19, volta da fome, desemprego, entre outros problemas, Lula começou a se articular. Era fato de que ele seria o único candidato com chances de derrotar a seita que ocupa atualmente o Palácio do Planalto. Conversou com aliados, buscou antigos rivais, culminando no convite para o ex-tucano Geraldo Alckmin, atualmente no PSB, para ser seu vice.
A campanha foi dura, mas Lula sempre apareceu liderando. Nem mesmo a indústria de fake news e a máquina governamental despejando dinheiro via orçamento secreto foi capaz de derrotar Lula.
O resultado está aí. Mesmo com todos os percalços, o candidato que representa a democracia venceu. A esperança superou o medo, mais uma vez. A possibilidade de unificar o país suplantou a figura nefasta que dividiu o Brasil. O verdadeiro tríplex é 2002, 2006 e 2022.
Agora é trabalhar. É reconduzir o país ao centro das atenções, mas pelos motivos certos. É fazer com que deixemos de ser párias para voltamos a ser amados e respeitados. A jornada não será fácil. O país está em frangalhos. Mas quem superou a fome na infância, as injustiças e todo o tipo de jogo sórdido e mentiroso, certamente há de colocar o Brasil nos trilhos novamente.
Viva Lula! Viva a democracia! Viva o povo brasileiro!
Texto: Flávio Augusto Laginski
Fonte: Fetec
