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Por 11:49 Notícias

Lula inaugura centro de saúde no Rio e lança plano de R$ 600 milhões do SUS para reduzir filas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda-feira (6) da inauguração do Super Centro Carioca de Saúde, no Rio de Janeiro. Ele destacou como prioridade ampliar a oferta de consultas especializadas para toda a população. Além disso, o governo federal lançou hoje um programa que vai destinar R$ 600 milhões para apoiar estados e municípios na redução da fila de cirurgias, exames e consultas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Na unidade de oftalmologia do Super Centro, Lula entregou os primeiros óculos para uma menina de oito anos. “Quando você vê uma criança receber um óculos, de graça, oferecido pelo SUS e pela prefeitura, é uma demonstração de que esse país pode ser diferente”, afirmou o presidente. Ao lado da ministra da Saúde, Nísia Trindade, acompanharam a agendo de Lula no estado o governador Cláudio Castro (PL) e o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD).

Com 22 mil metros de área construída, o Super Centro conta com 582 especialistas e capacidade para realizar 113 mil exames. O local conta com um centro de especialidades, que oferece consultas de cardiologia, ortopedia, reumatologia, dentre outras especialidades. Há também um centro oftalmológico, com consultas e óculos gratuitos. O complexo inclui também um centro de diagnóstico e tratamento por imagem. A prefeitura adquiriu, por exemplo, um PET Scan, sofisticada máquina que realiza tomografia computadorizada para a detecção de doenças.

O governo federal vai arcar com cerca de um terço dos gastos do Super Centro. Lula lembrou que foi a partir de um exame num PET Scan que ele descobriu um câncer na garganta, em 2011. Graças ao tratamento precoce, conseguiu vencer a doença, que poderia ter lhe tirado a voz, por exemplo.

“Vocês estão recebendo a primeira. Precisa ter a primeira, a segunda, e quem sabe, até a terceira. Porque através do PET Scan a gente descobre doenças que a gente nem imagina”, disse Lula.

SUS e vacina

Lula destacou que o mais importante é “saber que tudo isso é feito pelo nosso querido SUS”. Disse que o sistema é constantemente atacado, mas foi responsável por salvar a vida de milhares de brasileiros durante a pandemia. Assim, ele afirmou que os funcionários do SUS foram “verdadeiros heróis” durante o auge da pandemia. E alertou para a importância da vacinação.

“Agora vai começar a campanha do Zé Gotinha. A gente não pode vacilar, a gente não pode brincar. É uma questão de ciência. Se tiver 10 ou 50 vacinas da covid para tomar, tomo tantas quantas forem necessárias, porque eu gosto da minha vida”, declarou o presidente. “E eu acho que cada um tem que gostar da vida dos seus filhos e levar as crianças para vacinar na idade certa”.

Ele criticou o negacionismo do governo anterior. “Nunca tinha imaginado que um presidente da República fosse capaz de mentir descaradamente sobre os benefícios da vacina.” Disse que a gestão Bolsonaro é responsável por “pelo menos metade” das vítimas fatais da pandemia. E apelou: “Agora a gente só tem que lamentar o que aconteceu nesse país, lamentar pelas vítimas, e fazer um convite a vocês: pelo amor de Deus, a gente não pode ser ignorante a ponto de achar que não vale a pena tomar vacina”.

Para além da questão da saúde, Lula afirmou que a Petrobras vai investir no Rio, assim como o BNDES. Um dos objetivos é resgatar as indústria naval e de petróleo e gás em todo o estado. Em recado ao prefeito Eduardo Paes (PSD-RJ), o presidente foi taxativo: “Não me faça discurso. Apresente projetos, que o dinheiro aparece. Se não tiver projeto, não tem dinheiro”.

Cirurgias e exames

Presente na cerimônia, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que está trabalhando com cada estado para definir as prioridades com o objetivo de reduzir as filas do SUS. A proposta, segundo ela, é iniciar pelas cirurgias eletivas, que ficaram acumuladas durante a pandemia. Na sequência, avançar para os exames diagnósticos e consultas com especialistas. Ela destacou o Super Centro como um esforço integrado entre o governo federal, estado e prefeitura. Além disso, Nísia também convocou a todos para participarem da campanha de vacinação, que começa no fim do mês. “É o Zé Gotinha de volta. É o SUS se fortalecendo”, frisou.

Paes e Castro falam em unidade

“Vocês não sabem a satisfação da gente voltar a ter um presidente da República visitando o Rio de Janeiro e somando forças para nos unir”, disse Paes, em saudação a Lula. Ele criticou o governo Bolsonaro por ter dado um “tombo” de cerca de R$ 600 milhões em verbas da União que deixaram de ser enviadas à capital fluminense.

Também criticou o ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). Paes afirmou que, após dois mandatos, deixou a cidade do Rio com cerca de 70% de cobertura na atenção básica em saúde, pelo SUS. Em quatro anos, seu antecessor reduziu para 40%. A meta agora é retomar os índices alcançados anteriormente até o final do próximo ano.

“Olha como é que o nosso voto importa. Na prática, esses números querem dizer o seguinte: é uma mãe que deixou de diagnosticar uma doença no seu filho. É uma mulher que deixou de fazer todas as seis consultas do pré-natal. É um pai de família que deixou de identificar a diabetes”, disse o prefeito.

Já o governador Cláudio Castro, que já foi aliado de Bolsonaro, mas atualmente busca se afastar do ex-presidente, saudou o clima de unidade entre as três esferas de governo. “Quando a prefeitura lança um super centro desses – e que vai atender a todo o estado – é a grande prova que o que importa não é o que cada um faz. O que importa é a nossa capacidade de trabalhar juntos, para que a população que realmente precisa seja atendida”. Do mesmo modo, Paes afirmou que ele, Castro e Lula vão “revolucionar” o Rio de Janeiro, em mais uma demonstração de sintonia.  

Foto: Ricardo Stuckert

Fonte: RBA

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